terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Fim de Ano...

Faltam poucos dias para colocarmos os nossos pés em um novo ano... Você já reparou que todo final de ano é a mesma coisa? Correria pra comprar presentes, roupas novas, preparar a ceia de natal, montar a árvore, reunião de família e amigos... Você também já reparou como as pessoas ficam mais sensibilizadas? Pensam nos pobres que não têm o que comer, não tem roupas novas pra vestir, brinquedos pra ganhar... Alguns nem família têm... Pra alguns é uma data linda e mágica... Pra outros, uma data triste e amarga... E pra você? Qual é o significado do Natal? O que você espera pro novo ano que está às portas? Natal pra mim não tem nada à ver, com consumismo, troca de presentes, reunião de família... Natal é uma data que deveria ser comemorada todos os dias do ano... Natal é um projeto que deu certo! É, projeto! Deus ao criar a humanidade, sabia que nós, seres humanos, não daríamos o devido valor que Ele merece. Ele sabia que faríamos escolhas erradas, que ousaríamos sermos "deuses" de nós mesmos... Antes mesmo de tudo "ser", Ele, Deus, já sabia. O projeto era simples e objetivo, mas ao mesmo tempo, era duro e cheio de dor. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que enviou o Seu Filho Unigênito pra que todo aquele que Nele crê, não pereça mas tenha a vida eterna." (Jo. 3:16). E assim, Ele fez. Cristo nasceu não em um palácio luxuoso ou em um castelo magnífico. Não!... Ele nasceu numa estrebaria, cercado de animais e nem camas haviam ali... Sendo Deus se humilhou se tornando homem! E mesmo sabendo de tudo que ia sofrer, de todas as humilhações que O aguardavam, foi até o fim e sofreu a pior humilhação, a morte de cruz! Por que? Amor, misericórdia, graça, fidelidade, perdão... Amor que Ele nos oferece não está à venda em supermercados, shopping's, boutiques... Não se ganha através de bilhetes de loterias... Ele nasceu pra que eu e você tivéssemos vida e vida abundante. Pra que eu e você, tivéssemos nossos pecados perdoados e transferidos do reino das trevas, para o Reino de Sua luz. Ele nasceu que através de Sua morte, encontrássemos a vida! Jesus, a própria Vida! Esse é o sentido do Natal: O Deus que se tornou homem pra resgatar o homem e o tornar filho de Deus. Jesus nasceu! E o aniversariante não recebe presentes, mas presenteia eu e você! Feliz Natal! Ah! Antes que eu me esqueça... que em 2010 seu ano seja muito abençoado e que ele venha com muitas conquistas, vitórias e grandes desafios pra nos fazer crescer e amadurecer mais! Até o ano de 2010!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Poema da noite

Caminho descalça pela grama molhada, com a sensação gostosa de liberdade. Ando sem direção, entre flores de todas as cores, sentindo o perfume que exalam com uma suavidade indescritível...
A tarde vai se despedindo devagarzinho, saudando a noite estrelada num azul intenso e infinito. Paro por um momento e não há palavras, nenhum som, só a beleza do que não posso tocar e emudecida fico ali, parada.
Deito-me sobre as folhagens verdes, ainda úmidas pela chuva suave que, melodicamente, tocaram a canção do entardecer e por um momento, decido embarcar na viagem que convidam meus olhos.
Cada estrela brilha intensamente e me convida à conhecer mais um pouquinho do que é real e invisível.
A noite embala meus sonhos e desejos...
A chuva embala minha'lma...
E as estrelas me levam à esperança...
A noite está em silêncio juntamente comigo...
A lua foge, se esconde por trás de uma tímida nuvem passageira...
A nuvem se vai e a lua com as estrelas ainda permanecem lá.
A grama ainda está umedecida, agora não pela chuva, nem pelo orvalho, mas pelas lágrimas que escapam de uma emoção que não posso conter...
A beleza está demonstrada num espetáculo quem nem todos podem desfrutar, nem perceber...
A correria da cidade grande roubam-lhes o prazer de viver intensamente a simplicidade da vida.
Ainda sinto a grama molhada...
Meus olhos ainda fitam as estrelas...
Continuo deitava sobre as folhas verdes...
Ainda sinto o perfume suave das flores...
Sinto meu coração bater apaixonadamente...
Estou viva!

sábado, 28 de novembro de 2009

Recordações e Retratos...

Essa foto sempre me emociona...
Eu estava lá, embora, você não me veja nela, mas eu estava lá.
Não sei se isso acontece com você, mas sempre que abro algum álbum de fotos, faço uma viagem que raramente me dou o prazer de fazer...
Alguns retratos me fazem rir; outros, me fazem chorar...
É engraçado, como cada um deles têm uma história pra contar e não é qualquer história, não é folclore, histórias de fadas... são reais, verdadeiras. Fazem parte do passado e ainda são tão presentes...
Estávamos no Haiti em março de 2001, eu, Raudson e Silvana, Eliézer (Pato) e Claudinha (Ovelha), André e Érica, Darci, Gizele, Rafa e Cristiano. Ops, a Bia e a também (as nossas crianças)...
Trabalhamos por 08 meses na América Central: Cuba, Rep. Dominicana, Haiti, Guatemala, Nicaragua, Panamá e passamos por El Salvador...
Mas, de todas as fotos tiradas... essa pra mim é a que me emociona mais...
Os olhos transmitiam profunda curiosidade sobre quem eram os branquelos que estavam ali, diante deles...
Os sorrisos não eram roubados, era dado à nós gratuitamente...
Apresentávamos as nossas danças e dramas e ali ficavam, não se moviam. Seus olhos brilhavam e o sorriso nos recompensava o esforço que fazíamos debaixo daquele sol ardente e daquele chão, outrora vermelho, outrora cinza...
Nunca vi tanta gente aglomerada e sedenta por esperança! Todo sacrifício era válido!
Crianças e adolescentes no pátio, no telhado, perto do "palco" ou a distância, todos ali, sem se mexer, querendo ouvir mais, querendo nos tocar, sentir nosso cheiro, tocar na pele branca tão rara de se ver...
Já se passaram 08 anos e parece que foi ontem, que vi um garotinho na ponta dos pés tentando sentir o meu perfume; uma menina tocando em meus cabelos e encantada por estarem macios; adolescentes me cercando rindo por eu ser tão branca...
Estávamos ali para presenteá-los com o amor de Deus, mal eu sabia que quem estava recebendo o maior presente, era eu mesma...
Não foram fáceis os 08 meses de viagem. Os desafios não davam trégua. Longe de casa, longe da família e amigos...
Quantas lágrimas...
Quantos milagres...
Todos os retratos trazem a sua história, porém, nenhuma foto me proporcionou tantas saudades, quanto essa. Talvez, porque eu tive a convicção de que as coisas mais simples que realizamos se tornam grandiosas demais pra se perderem no tempo.
Obrigada, Jesus!
Deus nos abençoe...
P.S. pra quem quer conhecer melhor o Ceifa: http://www.blogger.com/www.ceifa.jocum.org.br

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Marcas profundas...

Confesso que não sei ao certo como começar à escrever o que está latente em meu coração. Então, permitam-me começar com uma frase que minha tia sempre diz: "O AMOR VENCE TUDO".
Sim, o amor vence qualquer barreira, qualquer dificuldade, qualquer afronta,... O amor, simplesmente, vence!
A bíblia diz, que: O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (I Co. 13). O amor e a verdade andam de mãos dadas. Um é companheiro leal do outro. Juntos, eles podem destruir a muralha do ódio, da rejeição, da dor, de tudo o que nos causa sofrimento. Observe que o amor não nos isenta de sofrer ou de sentir dor, mas nos ajuda, juntamente com a verdade, superar, vencer essas situações pelas quais passamos.
Talvez, você esteja se perguntando: "Onde ela tá querendo chegar?"
Respondo, não de uma forma muito longa, mas quero ser objetiva...
É muito triste ver, "cristãos" respondendo às ofensas dos ímpios com a verdade, porém, recheados de ódio. Não é errado se indignar com o que dizem, mas a ira pode causar um efeito contrário do que se é esperado. A bíblia diz, que: A palavra dura suscita a ira, mas a palavra branda desvia o furor (Pv.15:1).
Nós, que somos cristãos, que professamos a nossa fé em Cristo, já vemos tantas coisas em nosso meio que nos decepciona e faz com que os que não professam da nossa fé, zombem de nós e nos trate como burros e ignorantes. Quando reagimos aos seus comentários sarcásticos ou seus pensamentos tolos, nos tornamos como eles ao reagir com raiva.
Não quero aqui, dizer que, devemos abaixar a cabeça e aceitar as ofensas, as palavras insensatas, os comentários sarcásticos; mas quero dizer que O AMOR E A VERDADE DE MÃOS DADAS PODEM VENCER TUDO AQUILO QUE VEM CONTRÁRIO À NÓS.
Se as pessoas acreditam em Cristo ou não, devemos respeitar. RESPEITAR. Não podemos obrigá-las à crer no que acreditamos. O próprio Deus respeita o livre arbítrio do homem, porque insistimos em fazer o contrário? O nosso caráter, nossa integridade, nosso andar, comportar, falar, podem testemunhar uma vida cristã sem o uso de palavras.
Filhotes, vamos fazer a diferença, vamos ser o sal da terra e a luz do mundo. Vamos marcar essa geração tão desacreditada e sem esperança com o amor que foi derramado em nossos corações por Deus.
Há marcas de decepções e frustrações que foram deixadas na vida de muitos que conheceram à Cristo e que O abandonou por não ter a "terra preparada pra receber a semente" e que alguns que se dizem "cristãos" fizeram o trabalho de roubar e sufocar as sementes. Veja, eu disse ALGUNS.
Eu acredito que essas marcas podem ser cicatrizadas, porém, o trabalho é árduo e requer: paciência, perseverança, esperança, fé e amor. O Amor!
Que Cristo nos ensine a contar os nossos dias, de maneira que alcancemos corações sábios (Sl. 90:12).
Deus tenha misericórdia de nós!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Saudades da minha infância...

Hoje, um amigo escreveu que sentiu saudades de sua infância ao lembrar da sua piscina azul de 1000 litros, que parecia ser tão grande...
Através de seu comentário, fui dar umas voltas na minha história e me lembrei de como era simples e gostoso a infância de outrora. A tecnologia era coisa rara de se ver nas casas... Nós nos divertíamos mais com brincadeiras que, infelizmente, hoje não se vê mais.
Quem é que nunca brincou de pular corda, corre cotia, amarelinha, passa anel, bambolê e tantas outras brincadeiras que nem me lembro mais dos nomes. Quem não tinha piscina ou se tinha e ela havia furado, não sabia tirar proveito da mangueira enrolada do quintal e tomava aquele banho gostoso e ficava deslizando pelo chão...!?
Eu não tinha muitas bonecas, me lembro somente de duas: Suzi e Fofolete (azulzinha). Amava ursinhos de pelúcia, tinha um jogo de casinha em miniatura, onde na panelinha colocava capim com um pouco de arroz e acendia uma vela no fogãozinho para dizer que estava cozinhando. O meu fogãozinho ficou pretinho...rsrsrsrs...
Lembro que tinha uma amiga que, ao me visitar, brincávamos de "pregadoras"...kkkkk... na minha igreja era proibido maquiagem e coisas do tipo, então, em casa, era mais fácil ser pregadora mais produzida. Molhava meus lápis de cor na língua e os usava como batom, sombra... Acho que você pode imaginar o quanto ficava linda com aquela "maquiagem fashion", ? Pegava a banqueta do quarto da minha mãe e o fazia de meu púlpito; ali líamos a Bíblia, cantávamos hinos da harpa e fazíamos apelo.
Também me lembro de que adorava dançar, tinha discos infantis que escutava sem parar...
Tempo gostoso, cheio de inocência, ingenuidade...
Brincar na rua não era tão perigoso, raramente se via brinquedos como: armas, espadas... Os garotos curtiam mais pipas, futebol, bicicleta, bonecos como "Falcon" (nem me lembro mais como se escreve, mas acho que me entendem)...
As meninas dançavam, brincavam de boneca, casinha, velotrol, contavam histórias inventadas...
Hoje, me dá um certo arrepio ao ver que as brincadeiras mudaram radicalmente e os brinquedos também. As crianças, até mesmo nas roupas, deixaram de ser crianças e se tornam adultos mirins.
Ai, que saudade daquele tempo em que a diversão era cheio de pureza e criatividade. Lembro que uma vez, tentei bordar um lenço. O desenho era pra ser uma casa. O resultado? Um desenho não identificado...rsrsrsrs...
Aproveitei minha infância o máximo que pude, mesmo quando algumas tempestades surgiram... mas aproveitei e como!!!!
Eu sei que os tempos mudaram... Tudo está muito diferente da infância de alguns anos atrás. Sinto pena das crianças de hoje, por não saberem viver com a simplicidade daqueles tempos, porque mesmo sem tantos recursos e tecnologias, aproveitávamos os segundos vividos no nosso mundo de fantasias e sonhos.
A saudade fica, a esperança sobrevive e o desejo de ver no futuro crianças sendo crianças lateja como nunca...
Do que você sente saudades do seu tempo de criança?
Pense um pouquinho, tenho certeza, que você vai dar valor à tudo que você viveu...
Deus te abençoe!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Roupas limpas num corpo sujo...

Ele foi criado pela "Dona Rua".
Sua infância foi cheia de adrenalina e grandes aventuras.
Suas brincadeiras diárias eram: esconde-esconde, corre-cotia, pega-pega, desenhar nas sombras... Seu perfume vinha na embalagem do asfalto, onde se pisava todos os pés, onde muitos vermes eram despejados. Quem o abraçava todas às noites eram as folhas de jornais e quem o acariciava eram os papelões rasgados. Seu banquete era feito das melhores sobras e migalhas e quando sentia que o banquete faltaria, decidia tomar "alguns" emprestado.
Cresceu sem identidade. Embora, todos ali, o conhecessem como Zézinho. Zé do Nada.
Zézinho, em uma de suas brincadeiras diárias, se deparou com uma senhora muito doce que ao olhar pra ele, sentiu uma tenra compaixão. Mas, Zézinho, embora transmitisse ser muito corajoso, era desconfiado e inseguro e ao se deparar com o olhar da senhora ficou como que hipnotizado. Seus pés não conseguiram sair do lugar e ele sentiu seu coração bater um pouco mais acelerado. Aquela senhora, aproxima-se de Zézinho e pergunta: "Filho, você está com fome?" Ele meio desconfiado e atordoado por causa da brincadeira que fazia à pouco, responde: "Sim, estou!" Aquela senhora sorri e pede pra que ele espere por ela. Ele já havia se alimentado com o seu banquete e brincado de pega-pega, mas sabia que seu estômago reclamava o tempo todo, como se fosse um saco furado. De repente, a senhora aparece novamente, com uma sacola em uma mão e na outra, roupas limpas e perfumadas. Ah! Os olhos de Zézinho se arregalaram e pegou o presente sem agradecer (no seu mundo, obrigado era uma palavra incomum). Aquela doce senhora o convida a acompanhá-la à uma reunião no salão de festas de uma igreja próxima. Zézinho sabia onde era e muitas vezes, sentiu o desejo de estar ali, mas toda aquela gente era diferente dele e pareciam indiferentes com ele também. Ele pensou por uns instantes e viu que não tinha nada a perder e aceitou o convite. Correu pra debaixo da ponte, se enfiou num buraco onde fazia sua "refeição" e se colocou a roupa nova que havia ganhado. Embora, parecesse um nobre garoto, ele não havia tomado banho para usá-la, então, olhou pra senhora e perguntou se ela não tinha um perfume. Ela sorriu e entendeu a mensagem do garoto; dentro de sua bolsa, sempre carregava um pequeno frasco de perfume e delicadamente, espirrou sobre o "cangote" do menino. E eles caminharam juntos até a igreja. Com o passar do tempo, Zézinho começou à frequentar a igreja e à mudar de vida também. Os que o observavam com indiferença ainda não costumavam se aproximar dele, mas havia um grupo de jovens que o abraçou e o amou do jeito que ele era. Esse amor, fez com que Zézinho fosse sendo transformado dia após dia. Ele foi convidado à morar em um "palácio real", começou ir à escola, passou à se alimentar de um banquete cheio de fartura, aprendeu à tomar banho e também dormir em um abraço mais aconchegante e fofo, "cama". A vida de Zézinho não podia ser comparada em nada com a antiga vida que levava. Já tinha conhecimentos, era bem alimentado, tinha com quem conversar, aprendeu o valor de estar limpo e perfumado, mas precisava aprender também à trabalhar. E essa, foi uma das tarefas mais árduas para ele. Já tinha acostumado à viver sendo sustentado pelos outros e ter tudo que era necessário pra viver. Mas, Zézinho já era grandinho pra ficar na sombra de pessoas que o amavam. Era hora de aprender a labutar. No início, parecia ser muito difícil; ele embalava todos aqueles produtos e levava até o carro dos consumidores. Trabalhava durante todo o dia. Zézinho tinha uma rotina de vida. Acordava, trabalhava, estudava e dormia...
Acordava, trabalhava, estudava e dormia... Acordava, trabalhava, estudava e dormia... Até... Até que um dia, cansado da rotina, chega em sua casa e começa à abrir mão de algumas coisas essências: deixou de tomar banho, porque era muito cansativo chegar do trabalho, se despir, tomar banho, se vestir e comer. Então, decidiu abreviar esse pedaço da rotina e ao chegar do trabalho ia direto pra cozinha. Embora, suas roupas, sempre estavam limpas e perfumadas, não dava pra esconder o perfume corporal de Zézinho. E pra piorar, ele achava que passando algum perfume ninguém notaria a falta de banho. Afinal, usava roupa limpa e perfume forte. O cheiro começou à virar o estômago de muita gente e muitas pessoas começaram à se afastar. Ninguém tinha coragem de dizer à ele sobre o seu odor, era constrangedor. Zézinho, nem percebia que cheirava mal. Talvez, o costume da vida de rua ainda estava impregnado no íntimo do seu ser. Aos poucos, com o passar do tempo, Zézinho começa à perder tudo que ganhou: trabalho, amigos, refeições, casa... e ele volta à sua antiga casa. Dona Rua o recebe com desdém, a sua volta não seria tão fácil, pra merecer viver ali novamente, também teria que trabalhar. Seu trabalho era como as brincadeiras de esconde-esconde e pega-pega. Tinha que pegar rapidamente alguns objetos sem ser pego e esconder no seu esconderijo secreto, debaixo da ponte. Começou à ganhar dinheiro rapidamente, quando teve por chefe um homem que parecia segurança por carregar tantas armas. Esse homem vendia uns "pó" que deixava a galera muito animada e descontrolada. Zézinho já tinha visto na sua infância muitos usarem aquele pó e sabia que aquilo dava sensações boas, pelo menos, nas horas de solidão e angústia, parecia ser um bom remédio. Zézinho começou à se afundar e querendo sair daquela vida, tentou "trabalhar" por roupas novas pra visitar sua antiga casa. E ele "trabalhou" e "trabalhou" muito. Até um dia, que se deparou com aquela senhora que o ajudara no início de sua nova vida. Ao vê-lo, lágrimas surgiram em seus olhos e ele constrangido se aproximou cabisbaixo. Ela não hesitou, o puxou para si e o abraçou. Ele? Chorou.
Ele pediu roupas novas porque queria muito voltar à viver a vida que ela havia apresentado pra ele e ela aceitou ajudá-lo novamente. Porém, ele, Zézinho, ouviu uma frase que mudou a sua vida por inteiro: "Lembra-te de onde você caiu? Roupas limpas em corpo sujo não te torna um homem limpo." Zézinho entendeu que tinha tido um encontro com a Verdade na infância, mas por ter dado uma pequena chance ao seu passado, a "mentira" o pegou de jeito e o levou para o fundo do poço.
Uma coisa é certa, Deus diz que: Ele endireita os caminhos tortuosos e transforma o ermo em veredas. Você se lembra onde caiu? Onde foi que levou o tombo? Sim, há esperança! É só voltar ao Caminho, trilhar a Verdade e encontrará a Vida que tanto almeja: JESUS CRISTO!
Deus te abençoe!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Um mico fresquinho saindo...

Antes de ler as linhas abaixo, por favor, levante sua mão direita (na altura da cabeça) e repita em alto e bom som:
"Eu (eu blablablabla 'bla...é seu nome'), prometo (prometo) não rir (não rir) e nem zombar (e nem zombar) da Tininha (da Tininha) nem enquanto leio (nem enquanto leio) e nem depois (e nem depois). Amém (amém....)"
Um folêgo antes de começar...
Bem, não sei se todos sabem, mas pagar micos é algo que faz parte da minha jornada aqui na Terra. E há pouco, mais muito pouco tempo, paguei um que só não foi pior porque não fui à vias de fato.
Nesses dias, comprei um hidratante muito gostoso, um perfume que além de relaxante tem um cheirinho maravilhoso de bebê. Geralmente, despejo o conteúdo em uma embalagem graciosa que tenho. Ao despejar o hidratante, ainda ficou a metade do potinho pra preencher então, decidi comprar mais um pra completar.
Fui ao mercado, pertinho aqui do sítio, quando os meus olhos viram o "hidratante" na prateleira com um precinho maravilhoso. Não pensei duas vezes e comprei.
Chegando em casa, despejei o produto no meu potinho toda feliz, porém, percebi que a cor do hidratante que eu tinha não era a mesma que eu havia acabado de comprar. Pra piorar, chaqualhei o potinho com o "hidratante" despejado no momento, com todas as minhas forças. Notei que, além das cores continuarem diferente, o hidratante ficou aguado. Mas, não dei muita importância, pensei que deveria ser algum daqueles produtos falsificados, barateados... pelo menos, o perfume era o mesmo.
Ontem, depois de tomar um banho relaxante, fui me deliciar com o abençoado creme hidratante. Quando passei na pele, aquilo parecia cola, quanto mais esfregava, mais branco ficava e quanto mais branco ficava, mais minha pele ficava grudada. Fiquei doida... E comecei a conversar comigo mesma: "Como o ser humano é cruel, só falta ter cola nessa bagaça e colocaram a essência do hidratante com água pra disfarçar..."
Mas, fiquei intrigada, porque em poucos instantes o hidratante foi absorvido pela pele mas ainda me sentia um tanto desconfortável.
Decidi na mesma hora, que no outro dia, iria no mercado reclamar do produto falsificado e pediria a devolução do dinheiro.
Fui pra sala.
Assistindo TV com meus pais, minha cabeça não parava de pensar em como eu poderia resolver o problema do hidratante, foi quando uma lâmpada pequenininha se acendeu no meu cérebro. Plim! Será que você, realmente, comprou um hidratante, Tininha?
Corri pro quarto, peguei a embalagem e comecei a fazer as comparações.
Tamanho das embalagens: igual.
Cor das embalagens: uma é mais roxinha a outra não tanto.
Fragância: igual.
Conteúdo: um era hidratante e o outro... SABONETE LÍQUIDO.
Não acreditei!!! Eu tinha jurado que havia comprado um hidratante... como pude me enganar tanto??????
Como dormi? Me sentindo ensaboada!!!!
Agradeci à Deus, pelo fato de não ter goteiras no meu quarto já que lá fora a chuva caía sem parar... se houvesse goteiras, minha cama seria uma bela banheira...
Fiquei pasma, desacreditada... adormeci rindo...
Agora, imagina você, se eu vou ao mercado reclamar do produto...
Se eu chego no gerente e digo que eles tem um fornecedor que vende produtos falsificados...
Misericórdia... não seria um mico, mais um king kong daqueles...
Agora, depois de tudo isso ter passado, fico pensando: Não agimos assim, no nosso dia a dia!?
Às vezes, temos convicções de algumas atitudes que tomamos, tendo a certeza que foi a correta e quando percebemos nos enganamos.
Quer um conselho?
Observe detalhes, letra por letra, palavra por palavra e não se permita comprar gato por lebre.
Perdi meu hidratante, mas ganhei um sabonete líquido que é melhor que o Dove. Não tem ¹/4 de hidratante, e sim, 4/4...
É, se não fosse eu, não teria acontecido.
Deus, por favor, tenha misericórdia de mim!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A dor da perfeição

Se havia algo que ela não se permitia, esse algo era: ERRAR!
A busca pela perfeição fazia parte da sua vida desde pequena. Se deixasse um brinquedo num cantinho da sala e se alguém esbarrace nele, ela saberia que alguém o tocou...
Se ela arrumasse algo em sua casa e alguém mudasse a posição do objeto que ela havia colocado no lugar, num piscar de olhos ela saberia e ficaria irritada.
Tudo tinha sempre que estar no lugar certo, do modo correto, na hora certa,... se ouvesse um toque, um mover... tempestades eram aguardadas.
Na realidade, esse jeito carrancudo de lidar com objetos, refletia a sua própria alma. Sempre se comparava aos outros, porque não se sentia amada. Sempre sentia ciúmes dos outros, porque queria experimentar o prazer de ser querida como os que a cercavam eram...
Errar era uma palavra que não podia estar no seu dicionário.
O duro foi, pra ela, descobrir que quanto mais se foge, mas se é perseguida...
Ela achava que todos deveriam agir como ela, pensar como ela, andar como ela... ela era tão perfeccionista que não admitia nem mesmo que os outros errassem.
A dor da perfeição era demasiadamente forte, quando ela se deparava no espelho e tinha que encarar que nem mesmo ela, conseguia ser perfeita assim, era uma facada em sua alma.
Pessoas que buscam a perfeição, tendem à errar mais facilmente. E, acredite, cada erro que cometem é uma ferida na alma sem tamanho.
Os erros surgem quando se busca os acertos...
As imperfeições surgem para revelar ao ser humano que ele precisa depender do que é Perfeito, Puro e Santo.
O apóstolo Paulo, uma vez se queixou do espinho na carne. Aquilo doía, o incomodava, o deixava fragilizado, o fazia "errar"... mas aquele espinho seria o seu companheiro de vida, de toda uma vida e jamais o abandonaria. O mais incrível nessa história, é que Deus olha pra Paulo e diz:
"Paulo, a minha graça te basta!"
Graça, favor não merecido!!! Uma prova absurda de amor de Alguém perfeito por alguém cheio de falhas e limitaçãos. Imperfeito.
Graça essa que é capaz de lidar com nossas mesquinharias, limitações, defeitos, imperfeições. Graça essa que nos cobre de amor, de perdão, de nova chance, de nova vida.
Quem busca ser perfeito e cobra perfeição, deve ser visto como alguém falho que busca em outro ser falho o desejo de crescer, de amadurecer,...
Paulo era um homem que lutava contra si: "o que eu quero, eu não faço e o que faço, eu não quero!"
Você já se pegou lutando contra si mesmo? Você já se deu umas boas lambadas por causa de uma decisão errada? Uma palavra dita grosseiramente? Uma atitude errônea, porque tudo que mais se desejava era acertar?
Deus diz pra você: A MINHA GRAÇA TE BASTA.
Ela é suficiente pra você, todos os dias. Suficiente pra sua forma de agir, de falar, de andar, de olhar...
A graça de Deus te basta hoje. O Seu perdão foi estendido dos altos céus até tocar a terra e te alcançar.
Não desista de procurar acertar, mas não se martirize tanto por errar.
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele (DEUS) é fiel e justo pra nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça."
Sim, é Deus quem nos justifica e nos santifica. É Deus quem nos aperfeiçoa e nos lapida.
Não se mate por errar, mas viva por querer acertar!
Deus te abençoe!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vá para o porão...

Um corretor de imóveis levou um possível comprador à uma casa belíssima: portas com maçanetas trabalhadas, janelas delicadamente pintadas, um jardim florido e bem aparado, uma rua tranquila e vizinhos amistosos... parecia ser a casa perfeita pra se morar. Mas o possível comprador, pediu pra conhecer o porão da bela. Espantado, o levou casa à dentro, sem entender onde ele desejava chegar. Antes de descerem ao porão, mostrou cada cômodo espaçoso e os raios do sol que invadiam cada canto da casa através das janelas. Tudo era muito perfeito aos olhos, tudo era magnífico... uma verdadeira obra de arte! Então, o comprador insistiu, dizendo que queria ir até o porão... O corretor abriu a pequena porta que ficava no corredor que ligava a sala à cozinha e desceram juntos pelas escadas. Ao ligar a luz, o comprador observou as paredes, as vigas, tudo minuciosamente sendo observado. O corretor, um tanto ansioso, o questionou sobre o que ele (o possível comprador) buscava ali. Então, respondeu que as mais belas casas não significam ser boas demais pra se viver, se o alicerce que se esconde nos porões não estiver no prumo. A venda? Não deu certo! Interessante história! Porque, muitas vezes, é essa a nossa história também. Quantas pessoas são como as casas mais belas que todos almejam ter em seus círculos de amizade, em suas empresas, no seu grupo familiar... mas quando se descobre que a aparência não sustenta o que o coração é, há decepção. Menosprezamos com muita facilidade, pessoas que não aparentam ser bonitas, bem vestidas, ornamentadas, eloquentes, simplesmente as enxergamos como um "serzinho" vivo. Admiramos celebridades, seguimos a moda internacional, as formas da ditadura da beleza, os donos de carros importados, os grandes times esportivos, as mansões européias, as passarelas... Perdemos tanto tempo, dando valor ao que não tem valor... Subestimamos a simplicidade porque, aparentemente, ela não chama à atenção, não dá destaque, não fica no topo... Engraçado como somos tão superficiais e pequenos... Imagino a cara que Samuel fez ao passar pelos filhos de Jessé, como se passa por uma tropa, ao ter que revelar a escolha do novo rei de Israel. Os irmãos de Davi eram guerreiros, grandes, importantes... já Davi, pobrezinho... tinha o odor das ovelhas, era jovem demais e "feinho". Um garoto que ficava tocando sua "viola" pelos campos e interagindo com "animais". Quem quer viver na casa feia? Quando meu pai comprou a nossa casa, ninguém dava nada por ela. Era velha, feia, uma cor de nada, não atraia nenhum olhar. Meu pai ficou anos e anos, reformando a velha casa. O alicerce que essa casa tinha era bom, forte... tal qual um vaso nas mãos do oleiro, dava pra ser trabalhada. Não se dá valor a algo ou alguém, pelo que ela aparenta... a decepção é sempre certa. Lógico, toda regra tem sua exceção. Mas, descubra nas coisas que, aparentemente, não tem valor o grande potencial e força que existe. A beleza pode estar escondida num porão que nunca foi visto. Afinal, todo porão é escuro e coberto de teias de aranha. Talvez, porque a beleza da vida e o seu valor foi esquecido pela superficialidade de uma vida sem sabor! Creio que Deus deseja te tirar do lixo e te fazer assentar com príncipes. Te dará um lugar de honra. Não importa se você faz parte dos círculos dos bons ou não. Ele não julga pela aparência e sim, o coração! Deus te abençoe!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Andanças e Estações

Há duas estações que me encantam: a primavera e o outono!
O outono traz o sentimento de que recordar é algo bom. É mergulhar no passado e não se prender à ele. É navegar pelos momentos vividos e lembrar de que tudo que se viveu não pode ser jogado fora, mas transformá-los em pedacinhos de madeira que servirão de degraus para a construção da escada que nos levará à um futuro promissor.
Outono, mês das folhas secas, tons pastéis, saudades, desejos...
Outono é a fase de pesagem, de medir o tamanho dos erros e acertos, de trazer a memória as lições difíceis e os aprendizados...
Já a primavera é a estação do renascimento, do novo, da oportunidade, da vida, das cores, dos perfumes, da beleza...
Primavera é a visão que tenho do futuro, se hoje estou no verão, plantando as sementes da vida, a primavera me fará desfrutar da colheita. Se o sol me castigou durante as plantações, a brisa da primavera me fará sorrir quando eu ver as flores desabrocharem, sentir o perfume do jardim, ver meus cestos de frutos que foram semeados com choro e tanto labor enchê-los até transbordar...
Primavera me traz a sensação de liberdade, de correr pelo campo, de dançar na chuva, de abraçar e ser abraçada, de amar e ser amada...
O verão me traz cansaço, faltam-me forças, coragem... é a estação do desânimo. O inverno me traz tristeza, nuvens cinzas, solidão, um dia longo, lágrimas que caem sem motivos...
É claro que todas as estações são importantes pra vida humana, todas elas têm um fator que faz parte da nossa vivência, mas se eu pudesse escolher apenas duas estações, escolheria as estações da vida e das recordações.
Ninguém vive sem um passado, assim como ninguém caminha se não for pro futuro.
Se hoje, a estação é verão, corro nas fontes da Água da Vida e me refresco em seu amor...
Se hoje, a estação é inverno, me refugio na Torre Forte onde encontro a lareira que aquece minha alma e me dá a certeza de que outras estações estão por vir.
Ando por cada uma delas e muitas vezes, desfaleço...
Mesmo assim, em todas, encontro um lugar pra mim. Um lugar pra ser chorar, um lugar pra ser consolada, um lugar pra ser ensinada, um lugar pra ser amada.
Deus nos abençoe!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Família, um tesouro não escondido...

Os momentos mais felizes que eu vivi na minha infância foram os momentos em que a família se reunia pra bater papo, dar risadas, trocar presentes em época de festas. Todo natal, ano novo, aniversário, páscoa... todos os feriados eram mágicos pra mim; a certeza de estar novamente com a família reunida enchia meu coração de plena felicidade, os presentes nem eram tão importantes, embora, eu adorasse recebê-los...rs
Mas, quando vamos crescendo, muitas coisas mudam...
Os meus avós faleceram, alguns tios se mudaram pra muito longe, alguns primos perdi o contato, então as festas ficaram mais vazias, a alegria foi se tornando cinza e o conformismo bateu na porta e muitas vezes, deixamos ele entrar.
O gostoso de tudo isso é quando se descobre que a família não é um tesouro escondido. Ela está bem perto, independente da distância. Seu valor é incalculável.
Nunca gostei de falar ao telefone, embora que ouvir a voz de quem tanto amamos faz nosso coração bater fortemente... mas nunca gostei de falar neste bendito aparelho...
Prefiro e-mail, cartas... porque mesmo depois de ter lido, posso reler e sentir o coração bater mais vezes, posso rir novamente com as notícias boas, posso acompanhar a dor como se estivesse por perto. No telefone, assim que o desligamos, muitas coisas ditas podem ser esquecidas...
Durante muito tempo, quis desfrutar de estar com toda a família novamente. Tios colocando as notícias em dia, primos correndo pra lá e pra cá na maior alegria, nossos pais nos olhando e se alegrando com nossa alegria, sobrinhos colocando a casa de cabeça pra baixo...
E depois de anos, pude desfrutar.
Conheci primos que nunca tinha visto, revi primos que ficaram na infância, abracei tios e tias que há muito tempo não via, dei muitas risadas, abracei muito, beijei muitas bochechas e senti o calor do amor aquecendo nossas almas.
Família é isso!
Somos tão diferentes, porém, tão parecidos.
Personalidades e temperamentos diferentes.
Cara de um focinho de outro...
Longe somos família, juntos somos família.
Longe somos peregrinos, juntos somos únicos.
Família não se deve esconder, mas se deve exibir...
Então, feliz da vida, registro aqui um momento gostoso de família que não volta mais, mas tem a chance de acontecer de novo e melhor!
Deus abençoe nossas famílias.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Saterê e o paraíso...

Maués (AM), abril de 1999.
De manhãzinha, estávamos embarcando no Dorinho (barco da base da ag. missionária), já não existe mais, afundou...) pra conhecer e trabalhar na Tribo Saterê. Tudo parecia mágico. Navegamos por um tempo suficiente pra conhecer e admirar as paisagens maravilhosas existentes ali.
Uma natureza simplesmente rica e mágica.
Ao chegarmos na margem, onde ficava a tribo, algumas crianças indígenas vieram nos receber curiosas com os "caras pálidas" que chegavam. Muitas delas, não falavam nossa língua ainda, mas os adultos, sim. Principalmente, o pajé.
Passamos o dia com eles. Brincamos com as crianças, conhecemos o lugar em que dormiam, faziam suas reuniões, mas não conhecemos o banheiro...
Por falar em banheiro, tá aí um pequeno desespero que passamos. Eles sumiam diante de suas necessidades... já nós... Bem, é melhor pular essa parte.
À noite já chegava e o céu revelava um espetáculo desconhecido para os moradores da Selva de Pedra. Aquela tinta óleo usada no céu não se vende em terra!
Vislumbrei um vulto de um pescador e um boto pulando ao seu redor, a emoção tomou conta de mim; não haviam palavras pra descrever o que meus olhos viam, só as lágrimas insistiam em dançar pelo solo da face.
O pajé nos convidou à fazer apresentação de danças e dramas pra toda tribo e prontamente nos arrumamos. Mas um problema surgiu: "O que poderíamos apresentar já que nossos temas eram voltados pra sociedade 'comum'?" Foi decidido então, apresentar um drama infantil que falava sobre as escolhas que fazemos e suas consequências. Geralmente, nos divertíamos muito quando a representávamos, mas não tínhamos idéia do quanto seria impactante na vida dos indígenas.
Como não havia energia elétrica na tribo, fizemos o drama falado (sem ensaio, só na improvisação). O drama "A Cadeira" pode ser bobinho pra nós da sociedade comum e ter só a atenção das crianças, mas o que vimos ali, foi algo que nos chamou muito à atenção. Durante toda a apresentação, as crianças não piscavam os olhos e riam diante das "palhaçadas", mas o pajé ficou parado, sem reação. Quando terminamos de apresentar, o pajé pediu a palavra e começou a chorar. Chorar compulsivamente, porque ele tinha entendido o que Deus estava querendo falar com ele. E ele pediu pra que todos da tribo se colocassem diante de Deus e pedissem perdão pelos seus pecados. Fiquei impactada. Não podia imaginar que uma peça tão simples e apresentada durante tantas vezes por nós, poderia causar tamanho abalo numa tribo. Assim que pediram perdão à Deus, houve uma festa de celebração. Ficamos durante umas 4 horas, cantando uma mesma música com eles. Eles dançavam com seus passos simples (pra frente e pra trás) e ao repetir a música, chamavam pelo nome de cada um da tribo (acho que deu pra entender porque demorou tanto cantar uma única canção, não é mesmo?). Dormimos por lá e no outro dia, ao nos despedir, vimos o quanto à nossa ida até ali os abençoou e ouvimos um pedido que mexeu muito com nossos corações: "Por favor, enviem pastores aqui que possam nos ajudar à chegar mais perto de Deus!" - disse o pajé.
Chaguinha, um dos índios da tribo, faz parte da base, é ele quem está ajudando a sua tribo à ter um encontro com Deus e nos agradeceu por podermos abençoar a sua tribo com a nossa presença e apresentação.
O que me marcou nessa viagem que durou 2 dias (na tribo), foi o simples fato de que o evangelho é muito simples e profundo, nós e que somos complicados e cheios de superficialidade.
Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pássaro na janela...

Adormeci deixando a janela aberta e despertei ouvindo uma doce canção. Estava lá, cantando e dançando todo feliz, banhado pela luz do sol que preguiçosamente despertava iluminando meu quarto... Um pássaro na janela! Levantei de mansinho para não assustá-lo, afinal acordar com um canto tão gostoso era como receber a mensagem de que o dia seria maravilhoso. Nas pontinhas dos pés, me aproximei e me encantei com o q meus olhos viram: o jardim estava coberto de flores de todas as cores e o perfume inundava o ar que a brisa trazia calmamente. Os pássaros bailavam no céu azul e aquele pequeno pássaro quis me despertar com as boas-vindas de um dia lindo que surgia depois de dias difíceis de frio e chuva... Os dias passados foram dias difíceis... As chuvas eram torrentes de águas que causavam estragos por onde passavam... O frio era tão intenso que congelava tudo que havia com vida lá fora... Mas o frio saciava por mais, o que havia lá fora não o interessava mais... Então, insistentemente, batia na porta, espancava as janelas e eu ali, resistia o máximo que podia. Era difícil ouvir os estrondos que o frio fazia, mas era amedrontador ver o que ele fazia por onde passava. Me cobri com um cobertor e comecei a caminhar pelos cômodos da casa, estava procurando as brechas pra que nenhum fiozinho de frio tivesse a chance de entrar. Quando olhei ao meu redor e senti que estava protegida, resolvi descansar na sala, ao lado da lareira que lutava pra sobreviver com o pouco carvão que havia ali. Dormi. Ao acordar, senti um vento frio que me arrepiava sem parar... Olhei a lareira, estava sem vida. Senti uma vontade enorme de chorar. A solidão era tão presente que quis correr pra fora e procurar ajuda, mas à essa altura não havia mais diferença entre a casa e lá fora, o frio havia me vencido. Não acreditei... Sem querer, confiada de que havia fechado todas as brechas, percebi que havia me esquecido de uma: a janelinha do porão. Como pude me esquecer? Sentei no sofá e me senti tão desorientada, tão desesperançosa... Não tinha forças pra pedir ajuda, não tinha forças nem pra chorar... Sabia que a chance que eu tinha de sobreviver eram pequenas demais. O frio congelaria, em breve, não só o ambiente em que eu estava, mas também à mim... Seria fácil me entregar, não enxergava ali, nada que pudesse me trazer um pouquinho de esperança, não esperava que o frio me alcance de forma tão brutal... Então, me lembrei de uma história que minha vó contava quando eu era pequena. A história da garotinha que sobreviveu um naufrágio onde todos que com ela navegavam morreram. Ela foi a única sobrevivente, porque no meio daquele mar revolto, naquela noite escura, ela encontrou um pequeno pedaço de madeira e ali se pôs a abraçar... Ao amanhecer o dia, foi encontrada dormindo por uma embarcação pequena que havia sabido do trágico naufrágio por uma rádio de um outro navio que viu o sinal dado pelo comandante do barco. A única garota sobrevivente foi salva por que encontrou a madeira. Foi então, que percebi que se eu encontrasse uma madeira, ainda que pequena, quem sabe não seria salva também. Corri até a lareira e nada havia mais ali. Olhei por toda a casa, e nenhuma madeira encontrei. Então, sentei no chão da sala e meus olhos se depararam com dois pedaços de madeira que se cruzavam para apoiar uma foto antiga, bem ao lado da estante. Isso me fez lembrar de um homem que trouxe esperança à humanidade através da madeira também. Caminhei até meu quarto e me ajoelhei ao lado da minha cama, não sabia ao certo o que dizer e nem o que dizer, mas lembrava do nome dEle: CRISTO! Então, de forma tímida, fechei meus olhos e comecei à conversar com Ele. Se alguém me visse, diria que estava louca, mas era minha única oportunidade, fio de esperança que eu agarrei. Não me lembro de mais nada... Quando acordei, só ouvi um canto delicioso: era o pássaro que vinha me dar bom dia, trazendo até mim a certeza de que minha oração foi respondida. Deus te abençoe!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sem muitas palavras...

Sempre fui muito introvertida, ainda que muitos digam o contrário (esses muitos são os pouquíssimos que me conhecem de perto), sempre tive muita vergonha. Ao entrar em algum lugar onde só havia desconhecidos, ficava observando tudo e todos e pedia à Deus pra não me deixar pagar nenhum "mico". Quando estava em alguma rodinha, tinha tanto medo de falar bobeira que a única opção que tinha era de sorrir e quando nervosa, rir sem parar...
Pode ser engraçado, pra você que lê essas linhas... hoje, pra mim também. Mas era complicado querer fazer parte da turma e ter as dificuldades que eu tinha de me enturmar.
Descobri que eu tinha um amigo e com ele podia me abrir sem medo de ser feliz...rs... Me caderno em branco era o meu aliado onde eu me derramava com pensamentos, poesias, desabafos... Não me considero escritora, só alguém que tem prazer de escrever. Se você me pedir pra termos um tempo de conversa vai perceber que ainda tenho dificuldades de me expressas, mas me dá uma folha!?...rsrs... Você poderá se surpreender...rs
Não sou gaga, não tenho a língua presa, não troco o R pelo L, só sou tímida e tive que aprender a lidar com a minha timidez em toda minha adolescência e agora na minha fase "menina-mulher". Acho que tenho muito pra crescer e aprender, por isso me sinto como menina, mas também tenho muito chão trilhado com espinhos e pedras e aí me sinto mulher.
É tão gratificante quando você escreve algumas coisas sobre as quais você gostaria de compartilhar falando e descobre que o que você escreveu teve o mesmo efeito que você esperava numa conversa...
Fico muito constrangida e emocionada quando tenho retorno de algo que escrevi, mesmo que seja uma crítica, porque acredito, como já falei antes, que ainda tenho muito que aprender... mas escrever, me faz bem, me faz solta e leve...
Quando leio alguns livros, viajo no meu "mundo de Bob" e sigo em viagem imaginando cena por cena... já chorei, já ri, já fiquei pensativa, já até perdi o sono... Graças à pessoas que se dispuseram em escrever e colocaram pra fora tudo que havia dentro delas...
São essas pessoas que me fazem desejar escrever mais, seus textos me inspiram... vejo o quanto são inteligentes e conhecedoras e quero aprender com elas...
Não tenho vergonha de reconhecer minha pequenez diante dos textos que escrevo...
Não tenho vergonha de dizer: desculpe, não sei!
Tenho vergonha de ter vergonha... porque ela me fez perder muitas oportunidades de crescer...
Mas... a gente aprende e do que eu era antes, puxa, já mudei e muito. Sou quase uma tagarela (exagerei muitíssimo agora... =p rsrsrsrs). Mas, melhorei; o tempo nos ensina, as pessoas nos ensinam, as situações nos forçam.... e aí, não tem pra onde correr...
Acho que foi por isso, que me dava tão bem com pantomima, se eu trabalhasse com teatro falado somente, seria uma peça dramática ou cômica... não seria tão mal, seria?
Então, sem muitas palavras ditas, continuo com as palavras escritas e desejando ser uma: "carteiro de boas novas", alguém que simplesmente, gosta de um papel simples, pra escrever coisas simples e abençoar o meu próximo de forma simples...
Sem muitas palavras...
Deus nos abençoe!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Só pensando...

Ontem, antes de dormir, fiquei refletindo o quanto é recompensador o fruto das escolhas simples e certas que fazemos ao longo da nossa vida. Às vezes, uma pequena oportunidade que você dá pra uma pessoa que luta pra ter um pequeno espaço é suficiente pra mover um pequeno mundo, um simples anúncio pode trazer a solução pra quem o busca, um simples gesto de atenção, pode fazer com que a outra pessoa se sinta valorizada...
Jesus era muito bom nisso, ops... Ele era excelente nisso!
A bíblia relata várias atitudes simples que Jesus teve e o resultado foi surpreendente: um leproso é tocado pelas mãos de Cristo antes de receber a cura (você já pensou há quanto tempo ele não sentia o calor de uma outra pessoa o tocando?), um cego recupera totalmente a sua visão depois de Jesus ter colocado cuspe em seus olhos (pode ser nojento, mas o que Cristo queria nos dizer com isso?), com um simples toque a orelha do soldado é reconstituída por Jesus, depois que Pedro a dissipou (e isso não impediu a prisão do Mestre...)...
Isso deveria ser algo comum em nosso meio cristão: ter pequenas atitudes que fazem toda a diferença...
Um dos meus últimos trabalhos em JOCUM, lá em Minas Gerais, uma garotinha que devia ter uns 7 ou 8 anos, foi impactada com uma palavra simples de um pastor que nos acompanhava depois que fizemos uma dança e a apresentação de algumas pantomimas... As palavras eram simples, sim, mas de uma verdade capaz de mudar a história de alguém, ainda que não fosse gente grande (com tantos conhecimentos...)
O pastor pregava e ela respondia: "é, isso acontece comigo!", "lá em casa é assim"; entre uma lágrima e outra e entre os olhares de seus coleguinhas ela afirmava: "eu queria que fosse diferente!".
Quando terminou todo o trabalho, me aproximei da pequenina e disse que Jesus entendia muito bem o que ela sentia e que Ele se importava com a dor que ela carregava em seu peito. A garotinha chorou copiosamente e eu a abracei. Fazia muito tempo, que ela não sabia o que era um abraço, havia muito tempo que ela não sabia o que era receber uma atenção. Quando fomos embora, eu percebi que ali havia ficado uma garotinha que aprendeu a sorrir, mesmo diante do caos em que vivia. Ela descobriu que nem tudo estava perdido e com Jesus ela poderia ter sua vida transformada.
São atitudes e gestos simples que podem trazer vida no lugar em que a morte impera.
Quantas pessoas, vão e vem ao nosso redor e nem damos a conta de dar um sorriso, de dar um bom dia, de agradecer, de pedir licença, de tocar no ombro e dizer: "estou aqui"...
Não, seguimos a multidão... Temos a pressa que tantos outros têm, mas uma pressa desconhecida, porque muitos correm sem saber pra onde estão indo, só sabem que querem chegar...
Basta um gesto...
Basta uma palavra...
Quem sabe um sorriso tímida até... pra mudar o dia e quem sabe a vida de alguém!
Você já fez algo, aparentemente bobo, que te fez ganhar o dia?
Deus te abençoe!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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BlogBooks

Simples assim...

Desde pequena, sempre fui muito sonhadora; não era preciso estar dormindo pra sonhar...
Cresci enxergando a vida como um romance, só depois de algum tempo descobri que nela havia cenas de comédias e dramas também.
Enquanto somos pequenos, aprendemos a nos relacionar com amigos camaradas, que nos colorem a vida, compartilham brincadeiras e brinquedos, que nos fazem sorrir e também chorar; mas é um choro que dura muito pouco, porque depois de um breve desentendimento, estamos lá novamente, brincando e rindo como se nada tivesse acontecido...
Quem dera se sempre fosse assim...
Conforme vamos crescendo, descobrimos que existem colegas e amigos, e ainda há os amigos mais chegados que um irmão...
Colegas são aqueles que cumprimentamos, trocamos algumas frases, fazemos alguns trabalhos de escola juntos...
Amigos são aqueles que temos o prazer de dividir as alegrias e as tristezas, que nos consolam e nos exortam, que caminham ao nosso lado mesmo que a estrada tenha pedras pontiagudas...
Mas amigos mais chegados que um irmão, é uma jóia rara, seu valor ultrapassa o valor de diamantes, se pode ser calculado algum valor...
É aquele que não temos vergonha nenhuma de revelar nossas fragilidades e defeitos, porque sabemos com toda convicção de que nos amam e sabem lidar com toda nossa pequenez; trocamos confidências, suportamos em amor nossas diferenças e carregamos essa amizade por onde quer que formos...
A gente cresce...
Aprendemos que os nossos colegas, não são tão colegas assim; caminham ao nosso lado quando necessário e lucrativo...
Aprendemos que nossos amigos são pessoas que a qualquer momento podem nos decepcionar bruscamente e podem escolher caminhos diferentes dos nossos...
Aprendemos que os nossos amigos mais chegados que um irmão, podem nos ferir, e podem ser feridos por nós, mas jamais vão nos abandonar, porque conseguimos enxergar um no outro não só os espinhos, mas o perfume que exala na flor da amizade.
Colegas temos muitos...
Amigos contamos nos dedos...
Amigos mais chegados que um irmão são raros, quase em extinção...
Então, sempre escolho observar bem quem me cerca pra permitir entrar na minha vida (fácil falar e escrever...rs)...
Mas com toda a ingenuidade que carrego, ainda confio facilmente no colega amigo e me torno a amiga que gostaria que fosse recíproca; pena que não é tão simples assim...
Amizade se constrói com o tempo, com lágrimas e sorrisos, com o partilhar e as perdas, com ingenuidade ou a falta dela... com o perdão dado e o perdão recebido...
Simples assim...
Nem de longe é simples, mas é uma escolha de pessoas que escolhem trilhar o mesmo caminho uma do lado da outra...
Deus te abençoe

domingo, 16 de agosto de 2009

Um ato de coragem ou seria de amor?

Seu coração batia forte, já não sentia mais suas pernas.
Os destroços a rodeavam sufocando sua força e vontade de continuar viva.
Homens fardados sussurravam, alguns deles tentavam encontrá-la naquele funil.
Ela já não tinha forças nem pra chorar, suas lágrimas foram acolhidas pelas ferramentas dos bombeiros que a acharam toda ensanguentada.
- Você se lembra como tudo isso aconteceu? - o bombeiro puxa uma conversa...
- Só lembro de um carro vindo em minha direção e nada mais... Tudo se apagou! - ela sussurrava sentindo dores.
Em questão de minutos, a sirene tocava insistentemente.
Um momento acordada...
Um momento apagada...
Depois de alguns instantes, ela recebe a notícia: "Querida, você precisa ser muito forte. Você não poderá mais andar e também... também não poderá ser mais a mãe que desejava ser."
Silêncio. Silêncio amedrontador...
Uma lágrima escapa e um murmúrio dolorido foi pronunciado: "Perdi tudo que tinha! Perdi minha vida!"
Um homem pega na mão da pobre mulher e acaricia como se fosse a mão de um bebê. Ele não diz nada, não havia nada à ser dito.
Já sem suas pernas e tendo um ventre estéril, sentada na sala, perto da janela chora baixinho, não queria que ninguém a visse assim. Mas seu esposo que tão bem a conhecia, se aproxima e a beija, a aconchega em seus braços e afirma: "Minha amada, estou aqui!"
Ela chora compulsivamente e lhe diz: "Você pode ir!!! Vou entender!!! Não precisa ficar por pena, afinal, você tem toda a vida pela frente, você pode ter os filhos que tanto deseja, ainda pode ter uma esposa que caminhe com você e te siga por onde quer que vá... Não, vegete comigo... Não, você não precisa morrer comigo aqui..." - a dor que sentia era manifesta em cada lágrima corrente em face.
Ele ajoelhou-se aos seus pés, olhou firmemente em seus olhos, tomou as mãos dela e pronunciou com toda a verdade que seu coração carregava:
" Eu, André, recebo à ti, Julia como minha esposa, na alegria e na tristeza, na fartura e na pobreza, na bonança e na doença, para amar-te e cuidar-te até que a morte nos separe. Para isso, empenho a minha honra."
O amor venceu a barreira da deficiência e das perdas e gerou nova vida onde a morte era prometida.
Deus te abençoe!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quem canta seus males espanta...

O guerreiro dominou todo o reino deixando todos os cantos, dentro das muralhas, um verdadeiro monturo. Pessoas feridas por todos os lados, alguns mortos por debaixo dos escombros, uns murmurando, outros chorando... mas todos ainda carregavam em suas mãos o seu punhal. A guerra não começou com o exército inimigo, ela se iniciou dentro do reino onde o poder era desejado mais que tudo. Todos ali, tinham o grande anseio de dominar, de mandar, de ter como cama, os tesouros de todo o reinado. O clério se amava quando o mesmo interesse os abraçava, mas se odiavam quando era necessário repartir os despojos. Enquanto isso, os pobres que caminhavam pelos pátios e os escravos, que mesmo em idade avançada, já não conseguiam mais trabalhar, só buscavam aquilo que lhes era de direito: a dignidade e uma vida de qualidade. Mas, tudo que lhes era oferecido causava dor e sofrimento... e o clério os presenteava com o lixo que juntavam depois de seus banquetes. Enquanto a guerra destruía salões e feria pessoas, o guerreiro gargalhava... Todos faziam sua vontade, mesmo achando que eram livres pra fazer o que bem entendiam. Do reino não sobrou pedra sobre pedra. Número de mortos e feridos era quase total. Quando o guerreiro percebeu que tudo o que mais desejava foi concluído, gritou para que o bobo da corte se apresentasse, pois desejava se deleitar com uma canção diante da visão à sua frente. O bobo da corte retirou seu papel amassado do bolso, ligou seu microfone e todo desentoado e quase morto começou a balbuciar a música em inglês. Assim que terminou, deu um sorriso de bobo e se prostrou diante do guerreiro o agradecendo pela oportunidade de ser o seu bobo da corte e partiu. O guerreiro ainda se sente forte e poderoso e continua reinando no reino da hipocrisia e crueldade e o povo continua o sustentando com a sua cabeça baixa e falta de esperança. "Onde andará a justiça do nosso país?..." (João Alexandre) Deus tenha misericórdia de nós!

sábado, 8 de agosto de 2009

O Túmulo...

Nesses dias turbulentos do Senado, ficamos todos chocados com o que assistimos pelos noticiários. O palco se enche de dramáticos vilões que se maquiam de mocinhos e donos da razão. Olhares que se trocam fuzilando friamente seus adversários, dedos sujos que apontam sem medo da "gripe suína", é... o cangaço está a solta.
Mas, diante de tudo isso, o que mais causa indignação é ver o arquivamento de provas, fatos, denúncias que toda a sociedade pede por justiça sendo ignorada, o pouco caso, a indiferença vencem descaradamente e sem pudor!
Tudo está sendo sepultado.
Fico imaginando que esse tipo de coisa não é algo recente e não só acontece no Senado. Nós também, muitas vezes, sepultamos o que não deveria.
Sepultamos a verdade, porque temos medo de não sermos aceitos por ir contra a multidão...
Sepultamos a honestidade, porque a moda exige o puxar do tapete...
Sepultamos a honra, porque a falta de pudor está em alta...
Sepultamos a dignidade, porque se ninguém nos ver fazemos de tudo pra aparecer...
Sepultamos o caráter, porque a maquiagem disfarça a falta dele...
Sepultamos a compaixão, porque não queremos bancar os bobos...
Sepultamos o amor, porque na realidade ninguém o discerne...
Sepultamos a caridade, porque ninguém tem tempo de abrir a mão...
Sepultamos as palavras boas, porque as de baixo calão faz um sucesso tremendo até na boca dos pequenos...
Sepultamos a justiça, porque a impunidade está a solta...
O que falta ser sepultado?
A vergonha do Senado não é novidade... porque muitos de nós, conhecemos bem o que eles têm sepultado.
Mas, isso não pode nos desanimar... Ainda há tempo de ressuscitar os valores e princípios... A ética e a justiça...
Depende das nossas escolhas no dia a dia, no voto, no comportamento, nas palavras...
Faça a escolha certa e não enterre mais o que um dia você precisará pra sobreviver...
Deus te abençoe

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Racismo é coisa pra gente ignorante!

Deus é uma pessoa que realmente é brilhante em tudo que faz.
A prova maior disso está lendo este texto: VOCÊ!
Só depois de ter criado o ser humano, foi que Deus pronunciou a frase: MUITO BOM!
Eu e você somos a obra prima, um barro lapidado de forma extraordinária, perfeito em detalhes...
Mas, se todos somos feitos da mesma matéria: barro; se a cor do sangue que corre em minhas veias é da mesma cor que corre nas suas: vermelha; o que te faz diferente de mim?
Pele?
Quando nascemos a nossa pele é lisinha, depois na adolescência, pra alguns, sai uns vulcõezinhos...rs... mas e daí, eles se vão, outros têm a pele aveludada como pêssego e todos acham maravilhoso. Mas o tempo chega em que a pele vai perdendo sua elasticidade, as rachaduras aparecem e o charme da pele se vai.
Tudo bem... tem os que curtem a plástica, mas fica com aquela carinha esticada, tão falsificada... bem, temos que respeitar quem gosta!
Viemos do pó e para lá voltaremos!
Somos PÓ!!!!!
Isso já deixa claro, que não existe essa de você ser melhor do que eu, por ser mais magro ou gordo, alto ou baixo, rico ou pobre, cabelo "duro" ou liso...
Não é a cor de pele que te define ser alguém superior. Para com isso!!!
Branco, negro, amarelo, vermelho... São só cores...
Quem dera se o que fosse levado mais à sério fosse o caráter, integridade, honestidade, retidão...
Mas cor da pele??
Não seja ignorante!!!
Cada povo tem sua beleza, cada pessoa é única e tem o seu valor. Valor esse, que não se pode contar porque não tem preço. Valor único: sangue inocente derramado por amor à povos coloridos que se matam ainda nos dias de hoje, por pura ignorância...
O que você é pesa mais do que o que você tem.
Se você tem caráter, você é alguém que vale mais do que a cor que você carrega na pele!
Deus te abençoe!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Lugar Gostoso...

Os olhos dela fitavam fixamente à janela aguardando a chegada do carro que prometia trazer o momento tão esperado do dia. Sentada no braço da poltrona, ouvia o tic tac do relógio como se fosse uma música marcando o tempo da ansiedade que à cada minuto apertava mais.
Sem perceber, seus olhos ainda fixos na janela, sua mente viajava pelos olhos do coração.
Ela navegou pela imensidão das lembranças, viajou pelo mar do prazer que a sua família sempre lhe proporcionava; os gritos dos primos correndo pela casa, o sorriso dos tios, o afago dos avós, o aconchego dos que a amavam...
Um carro parou diante de sua casa e ela correu pra mesa pra ver se tudo estava pronto: cada prato, talher, copo... tudo estava em seu devido lugar; os arranjos de flores, guardanapos, sucos, frutos, bolos, doces... tudo alí, perfeitamente decorado.
A porta se abre e ela dispara em direção de quem chega. Abraça um por um bem forte, beija as faces de cada um e sorrindo já os leva à mesa.
Ela tinha prazer de estar com sua família ao redor da mesa, porque era bem ali que toda sua história era contada; entre um degustar e outro, ela ouvia as histórias mais incríveis vividas por seus tios; adorava ouvir o romântico encontro dos avós quando se conheceram, ria com as caretas e piadas dos primos e ainda tinha oportunidade de aprender de forma gostosa à viver intensamente com quem tinha muito à ensinar.
A mesa era o símbolo de unidade, conhecimento, compartilhar. Na verdade, a mesa era um lugar mágico: cada alimento trazia uma recordação, cada bebida trazia sonhos...
Ela, ainda tão pequena e sem muito à entender, adorava tudo aquilo.
Seus pais apreciavam os momentos que ela vivia ao redor da mesa; sabiam que pra pequena era importante desfrutar de forma profunda e rica os momentos em família, afinal, reunir todos era sempre muito difícil por causa da distância de onde moravam. As datas de encontro não eram somente em feriados, férias... bastava a pequena dizer que sentia saudades enormes, que todos faziam uma forcinha pra visitá-la.
Tanto esforço faziam pra atender ao chamado da pequena... sabiam que nada era em vão.
Os dias da pequena eram contados, sua vida embora muito frágil era vivida de maneira singular, pois sabia que cada minuto era precioso pra se viver e viver bem.
Aprendeu com a sua família ao redor da beleza que nada tem mais valor do que os momentos em que estão juntos e se tiverem juntos ao redor da mesa, melhor ainda (sorriam)...
A pequena sempre dizia que ali era um lugar gostoso que a preparava pra viver em um outro lugar gostoso: o céu!
Embora tivesse o anseio de viver muito, sabia que não seria possível, então, escolheu sabiamente viver abundantemente cada segundo.
Em uma tarde de chuva, a família se reunia novamente... seria a última vez que a pequena estaria com eles ao redor da mesa. Riram muito (tirando forças de onde não havia), compartilharam as mesmas histórias que a pequena tanto amava ouvir e comeram muito, mostrando o valor do trabalho das pequeninas mãos que arquitetavam a decoração da mesa.
A pequena se foi durante a noite, porém, deixou junto ao seu bichinho de pelúcia um bilhete à família:
- Vocês me ensinaram tudo que eu precisava pra viver de forma gostosa e agora vou ceiar com o Papai do Céu, contando à Ele toda história que aprendi... espero que Ele goste. Amo vocês como amo estar com vocês ao redor da mesa...
Deus te abençoe!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Criador e a Beleza

Caminhando na areia macia e branca, deliciavá-me com o mar azul que dançava ao som das gaivotas. O céu era uma tela imensa de uma pintura riquíssima de cores e tonalidades que me imudecia enquanto meus pés tocavam os grãos daquela areia que servia de cobertor para os meus pés.
Ali, no meio do nada, fiquei só observando a beleza que me enchia os olhos.
Percebi que o sol, preguiçosamente, deitava no embalo das ondas e as tonalidades daquele céu tão mágico me fazia viajar sem sair do lugar.
Não havia palavras pra serem ditas...
Não havia gestos pra serem compartilhados...
Mas tudo ali tinha uma mensagem espetacular que dispensava qualquer tipo de comunicação humana... tudo era muito sobrenatural...
Nenhum homem seria capaz de produzir um cobertor tão aconchegante para os meus pés cansados de tanto pisar na estrada de pedras; nenhum homem poderia reproduzir cores e tonalidades como aquelas que foram pintadas na tela da imensidão sem uso de pincel ou caneta hidrocor...
À noite chegou de mansinho e as estrelas vieram me brindar com seu charme luminoso; a lua timidamente me emociona. Havia um toque de esperança e de sonhos em seu brilho...
Ali mesmo fiquei, não podia ousar em dar um passo sequer. Estava sendo abraçada pela generosidade, beijada pela brisa e acalentada pelo cuidado e amor.
O Criador estava ali...
Não era preciso ouvir Sua voz ou enxergá-lo, bastava sentir Sua doce presença ali, bem ali comigo.
Foi então que descobri que o amor é mais profundo que o mar e imenso como os céus, que a beleza está ao nosso redor e os detalhes mais espetaculares nos cercam em todo o tempo e na corrida do dia a dia, nos deixamos roubar.
O Criador, o Mestre da Arte, sempre deixa a Sua marca pra que o ser humano perceba que este é amado e respeitado pelo grande Senhor do Universo.
Deus te abençoe!

terça-feira, 21 de julho de 2009

A dor da humilhação!

Que alvoroço é este? Uma mulher no meio da praça, semi-nua, tentando se proteger daquela multidão que a cercava...
Homens, mulheres, crianças a cercavam como urubu diante da carniça. Todos gritando, xingando, agredindo verbalmente aquela mulher indefesa.
No meio daquela gente, um homem causa um reboliço; todos queriam ouvir sua opinião. Na realidade, eles também queriam testar aquele homem para juntamente com aquela mulher, apedrejar.
Naquele tempo, se uma mulher fosse pega em adultério deveria ser apedrejada; essa era lei e como lei tinha que ser cumprida. Mas e aquele homem? Calado, vendo toda aquela cena, olhando nos olhos daquele povo e fitando longamente depois na mulher caída ali no chão...!?
Então, todos irados, o questionam?
- Hei, doutor! O que você pensa sobre isso? Afinal, como você sendo doutor, sabe que a lei nesse caso é rigorosa e deve ser aplicada. O que tem a dizer?
O homem parece meio indiferente à pergunta; discretamente se abaixa e escreve algumas coisas no chão que não dava pra ler, por causa da distância, talvez... e outra vez é questionado da mesma maneira.
Sua resposta foi uma facada no ego de toda aquela gente:
- Quem nunca errou (pecou), faça o que a lei manda (atire a primeira pedra)!!! - voltou a escrever no chão.
Todos ficaram pasmados... a reação foi unânime! As pedras que estavam nas mãos, escorregaram; um por um saía daquela manifestação sem poder se quer, questionar, retrucar, mostrando que era superior...
Então, quando a mulher percebeu que havia se livrado de forma milagrosa daquela situação, ficou completamente atônita, sem reação; somente seus olhos carregavam lágrimas que lutavam pra não cair. Aquele homem, o tal doutor, se aproxima e com um amor jamais visto pediu que ela não voltasse à vida que tinha e devolveu sua dignidade.
Não há ninguém que conte o motivo do adultério daquela mulher.
Mas todo ser humano tem sua história.
Todo ser humano tem a sua escolha.
Todo ser humano erra.
Erro é erro (assim como pecado é pecado).
Não se pode medir, pesar, comparar...
Meu erro não é maior ou menor que o seu.
A dor da sua humilhação é a mesma dor que eu sinto quando sou humilhada.
As emoções e sentimentos são os mesmos...
Mas, algo aprendemos aqui:
"A dor não é eterna quando ela fica diante da graça que nos envolve quando menos esperamos."
Podem te julgar pelos seus erros, mas nenhum deles são melhores do que você.
Se errou hoje, busque acertar amanhã e depois de amanhã e depois...
E lembrando acima de tudo que, se o homem (DEUS) não te condenou, nem você, nem ninguém tem o direito de te culpar.
Erga a cabeça e siga enfrente, porque no tempo certo Deus te exaltará.
Deus te abençoe!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Inspiração e sonhos!

Lá estava ele, sentado em sua velha poltrona, no meio da sala escura sem uma luz, uma faixa de luz sequer. Ouvindo a música baixinha, que tocava em sua velha vitrola, ficou pensando sobre iniciar algo que lhe desse prazer, que lhe roubasse um sorriso, até mesmo uma gargalhada gostosa de felicidade. Desejou escrever por alguns momentos, mas pensou e ponderou seu desejo porque não se sentia tão inspirado pra escrever... pelo menos, não queria escrever qualquer coisa.
A música baixinha começou a embalá-lo em uma viagem pra sua infância. Infância que insistia permanecer em sua vida adulta, por não poder ter tido o privilégio de vivenciá-la de forma significativa enquanto menino. Lágrimas surgiram e aquela escuridão o incomodava. Ele sabia que pra ter luz, era necessário acender a lâmpada, assim como, para começar à escrever, era necessário abrir o seu velho caderno e ter em suas mãos um lápis, ou caneta, como quiser... e começar a expôr seus sentimentos e recordações pra fora de sua mente e coração.
Mas, uma questão lhe tirava a paz: Será que se alguém, um dia, viesse à ler sua história entenderia seus sentimentos e quem ele havia se tornado? Afinal, as pessoas tem tanta facilidade pra questionar e julgar sem mesmo conhecer as pessoas... Se ele se expusesse, não estaria sendo imaturo por revelar suas fraquezas e limitações?
Entre o medo e a vontade ele lutou...
Lutou e se pôs de pé.
Quando percebeu, seus dedos haviam tocado a luminária e a luz se acendeu. Bem, na sua frente, a escrivania com seu velho caderno e lápis o aguardavam.
Sentou, inspirou fortemente e ao expirar devagar, tomou forças e sentando lentamente na velha poltrona escreveu a primeira frase de sua história:
"Sou um ser humano incapaz de ser melhor do que outro ser humano e limitado demais pra ser pior do que outro ser humano..."
E alí, sem muito a dizer mas muito pra escrever, não se deixou intimidar e em pequenos momentos de lágrimas descrevia seus momentos de dor e de alegria.
Um dia quem sabe, ele tenha a coragem de mostrar seu velho caderno... mas ainda seria o seu segredo consigo mesmo.
Ele precisava aprender a lidar com quem ele era e aprender a não ter medo de ser feliz como era!
Quem sabe, um dia essa história venha à luz, da mesma forma, como ele teve coragem pra acender a luminária e sentar na velha poltrona pra escrever sua história.....
Quem sabe!?
Deus te abençoe...