terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quem canta seus males espanta...

O guerreiro dominou todo o reino deixando todos os cantos, dentro das muralhas, um verdadeiro monturo. Pessoas feridas por todos os lados, alguns mortos por debaixo dos escombros, uns murmurando, outros chorando... mas todos ainda carregavam em suas mãos o seu punhal. A guerra não começou com o exército inimigo, ela se iniciou dentro do reino onde o poder era desejado mais que tudo. Todos ali, tinham o grande anseio de dominar, de mandar, de ter como cama, os tesouros de todo o reinado. O clério se amava quando o mesmo interesse os abraçava, mas se odiavam quando era necessário repartir os despojos. Enquanto isso, os pobres que caminhavam pelos pátios e os escravos, que mesmo em idade avançada, já não conseguiam mais trabalhar, só buscavam aquilo que lhes era de direito: a dignidade e uma vida de qualidade. Mas, tudo que lhes era oferecido causava dor e sofrimento... e o clério os presenteava com o lixo que juntavam depois de seus banquetes. Enquanto a guerra destruía salões e feria pessoas, o guerreiro gargalhava... Todos faziam sua vontade, mesmo achando que eram livres pra fazer o que bem entendiam. Do reino não sobrou pedra sobre pedra. Número de mortos e feridos era quase total. Quando o guerreiro percebeu que tudo o que mais desejava foi concluído, gritou para que o bobo da corte se apresentasse, pois desejava se deleitar com uma canção diante da visão à sua frente. O bobo da corte retirou seu papel amassado do bolso, ligou seu microfone e todo desentoado e quase morto começou a balbuciar a música em inglês. Assim que terminou, deu um sorriso de bobo e se prostrou diante do guerreiro o agradecendo pela oportunidade de ser o seu bobo da corte e partiu. O guerreiro ainda se sente forte e poderoso e continua reinando no reino da hipocrisia e crueldade e o povo continua o sustentando com a sua cabeça baixa e falta de esperança. "Onde andará a justiça do nosso país?..." (João Alexandre) Deus tenha misericórdia de nós!

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