sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Finalizando um capítulo...

É...
Eu disse que não deveriam procurar me entender. Nem eu mesma consigo!
Quando procuro contar um fato engraçado sempre começo rindo e nunca conto o "bendito".
Quando desejo desabafar ou demonstrar gratidão sempre começo chorando e nada digo. Não consigo!
Mas não usarei as minhas risadas ou até mesmo as lágrimas pra escrever aqui.
Vou usar somente as pontinhas dos meus dedos pra dizer o quanto estou feliz e muito emocionada por fechar mais um capítulo da minha história. Capítulo 2010.
Orações respondidas, outras ainda não...
Lágrimas de tristezas não foram poupadas. Não desperdicei as que vieram acompanhadas de sorrisos também.
Lutas, tempestades, gigantes, desafios... Ah! O que seria dos capítulos se eles não estivessem presentes pra dar a emoção que falta nos parágrafos, nas linhas...
Aprendi tanto e minha sede ainda não foi saciada...
Procurei trabalhar com excelência e minhas falhas e limitações não me abandonaram...
Fiz amigos virtuais que parecem amigos de anos...
Encontrei amigos reais que me fizeram reviver momentos gostosos que estavam adormecidos dentro de mim...
Dei meus pequenos passos, tropecei, caí, levantei, segui...
Meu Deus... O tempo parece que vai encurtando e o último dia do ano chegou.
Se me permitem quero registrar alguns agradecimentos aqui. Não, não quero ser injusta e temo esquecer alguém... Mas, realmente, preciso fazer alguns agradecimentos.
Agradeço ao Sérgio Pavarini pela confiança, investimento, paciência (e como tem paciência esse menininho), suporte, gentileza, generosidade... Sou grata, Pava... Muito grata por tudo!
Agradeço a galera: Gui, Léo, Dhay, Will, Jarbas, Matheus, Thiérri, Rapha! Pessoas incríveis, queridas, que me suportam e me dão suporte sempre que necessito. Vocês sabem o quanto sou grata, né filhotes?
Agradeço a CMA (Clube das Mulheres Autênticas)... O que falar de vocês, minhas anjinhas de jeans!? Noh, Lú, Roberta, Carlinha, Luce, Lene, Regiane, Di, Gi, Paulinha, Déia, João... João?kkkkk UIA! (O grupo cresce e fica difícil lembrar o nome de todas. Perdoem-me!)
Que me fazem rir e chorar ao mesmo tempo. Que me enriquecem e me abençoam de um jeito tão singular. Amo muito vocês, minhas eternas filhotes!
Agradeço de coração pelos desafios tão amorosos que recebi do Thiago Azevedo (autor do blog Descanso da Alma), Sandra Cajado (autora do blog Arte e Cultura) e César, Daniel (autor do blog Pensando e Postando) e Lene. Acreditaram em mim mesmo sabendo das minhas limitações. Como vocês são especiais...
Agradeço a minha família, meu bem mais precioso e que mesmo me conhecendo tão bem, acreditem, não desistiram de mim...rs
Família, meu eterno tesouro.
Em especial, rasgo meu coração em gratidão a Deus.
Ah! O que seria de mim sem Ele? O que posso dizer? Acho que as lágrimas querem tomar o lugar das pontinhas dos meus dedos...
Amo a Deus... Sinto-me, totalmente, desprovida de qualquer tipo de expressão pra falar o quanto O amo e dependo dEle. Palavras não fariam sentido e nem teriam o peso, tamanho, profundidade, do que carrego dentro de mim quando penso NELE.
Eu amo o Autor da minha vida e fé! Amo com meu coração, com minha alma, com as minhas forças... Amo!
Fecho o capítulo de 2010 com o desejo de viver uma nova e surpreendente história em 2011 tendo a certeza de que grandes emoções não faltarão. O Autor da Vida sabe redigir como ninguém uma linda história.
Obrigada a todos que me seguem aqui no blog, twitter, facebook, orkut...
Feliz 2011. Feliz Ano Novo. Feliz nova história.
Deus nos abençoe!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Até que a tempestade passe...


Até que a tempestade passe
Silenciarei meus lábios
Encontrarei refúgio em Teus braços
Repousarei minha cabeça em Teu ombro
Até que a tempestade passe

Até que a tempestade passe
Derramarei minhas lágrimas 
Ouvirei as batidas de Teu coração
Sentirei o calor do Teu amor
Até que a tempestade passe

Até que a tempestade passe
Sentirei o gosto da areia na boca
Lutarei contra a solidão
E ainda que não nada sinta
Agarrada ficarei em Ti
Até que a tempestade passe

Quando a tempestade se for
E o vento contrário parar de soprar
Estenderei minhas mãos
E dos céus receberei a paz
Que só em Ti posso encontrar

Mas até que a tempestade passe
Não ousarei olhar em Teus olhos
E nem uma palavra sequer pronunciar
Derramarei meu coração em Tuas mãos
E até que a tempestade passe
Vou aprendendo a Te amar

Até que a tempestade passe...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fracassei...

Fracassei!
Hoje, senti o gosto amargo do fracasso.
Depois de uma semana planejando, pensando, sonhando, esperançosa de que tudo terminaria muito bem, assim que acordei vi que fracassei.
O tão esperado resultado não saiu, despencou!
Senti meu coração tombar dentro de mim. O nó na garganta apertou tanto que as lágrimas se formaram na minha'lma e como um fio deslizaram em meu rosto.
A pergunta que eu fazia o tempo todo era: "Por que?"
Sim, sou perfeccionista. Odeio errar, falhar! Exijo de mim o melhor sempre e quanto mais procuro acertar parece que as portas dos erros se abrem com mais facilidade. Não me pergunte nada? Nem tente entender...
Eu não entendo!
A tristeza foi minha companheira durante todo o dia enquanto eu procurava as respostas das perguntas que eu nem tinha feito. Loucura? Talvez... Não sei!
Onde falhei? Meu Deus, não faço ideia...
No dia que eu poderia descansar minha cabeça trabalhou efusivamente.
Nada poderia ter dado errado. Tudo que faço, faço com prazer. Afinal, amo o que faço!
Aprendi que fazer o trabalho com excelência é um ato de adorar a Deus.
Dedico-me sempre. Abro mão, se for preciso, de outras coisas que poderiam ser importantes se precisar fazer algo urgente de trabalho. Gosto de me sentir útil, de servir, abençoar...
Mas quem disse que podemos acertar sempre?
Quem foi que disse que jamais sentiríamos a dor, o fracasso, a angústia, a solidão...
Estou ficando "expert" no assunto...rs
Lembrei de Davi e seus escorregões, Elias e sua covardia, Moisés e seus medos...
Eu fracassei hoje e sei que amanhã terei a oportunidade de vencer.
Não! Não vou me abater... Fracassos são pequenos tombos que nos ajudam a vigiar e enxergar melhor o terreno que pisamos.
Alguém me empresta um óculos, please? rsrs
Hoje, ouvi alguém citar o escritor Fernando Sabino:
"Tudo terminará bem. Se não terminou bem é porque ainda não chegou o final!"

É isso! As lágrimas hoje, serão transformadas em sorrisos no amanhã!
Quer começar a praticar comigo, agora?

sábado, 27 de novembro de 2010

Contra-mão

Rasgo-me aqui...
Não. Não pense que é fácil reconhecer um erro...
Não pense que é fácil assumir a miserabilidade que habita em mim...
Não, você não sabe!
A minha gratidão escondeu-se no calabouço, enquanto minhas atitudes e palavras feriam quem lutou por mim.
Sou indigno, miserável e mesmo assim, fui amado!
Caminhamos lado a lado em um curto tempo mas alcançamos uma intimidade que, talvez em anos não teria facilidade de fazer com outra pessoa.
Sempre fui rude, impetuoso, forte no temperamento e ao andar com Ele meu coração estava sendo moldado sem que eu percebesse.
Ele compartilhava comigo e outros amigos meus, seus sonhos e desejos. No início, tudo era muito difícil, impossível de acreditar mas com meus próprios olhos vi o que se eu não tivesse visto, talvez não fosse acreditar.
Vi muitos milagres acontecendo atráves dEle e uma multidão O seguindo aonde quer que fosse.
Mas não é sobre isso que quero falar. Quer dizer... De fato, pra mim é um milagre não realizado em alguém mas em mim.
É... é dífícil se abrir...
Tá díficil expôr o que me causou tamanha vergonha...
Em uma noite em especial Ele decidiu lavar nossos pés. Não aceitei no início. Achei um absurdo. Meu orgulho saltou pra fora na velocidade da luz. Pacientemente, Ele olhou em meus olhos e disse que se eu não aceitasse aquele simples gesto não teria parte nEle. Meu coração quase parou e O permiti lavar meus pés.
E é daqui pra frente que sinto vergonha de mim...
Nos momentos finais de Sua vida eu falhei, eu errei, eu decepcionei.
Ele pediu pra que vigiasse. Eu dormi...
Ele estava aflito. Eu, triste...
Ele jorrava suor e sangue. Eu dormia...
Um dos nossos O traiu e eu me achando o melhor quis arranjar uma boa briga. Decipei a orelha de um soldado e Ele imediatamente a reconstruiu e aos soldados se entregou.
Prometi... Eu prometi que estaria com Ele até o fim... Falhei. Menti. Decepcionei.
Levaram-no pelo caminho da morte e a multidão fazia festa.
Trataram-no como assassino e Ele ficou quieto.
Perguntaram-me se eu O conhecia, não pensei e disse que "não".
Não.
Não.
Não..., o galo cantou!
Seus olhos encontraram os meus. Senti raiva de mim.
Senti vergonha, senti angústia... Chorei.
Seus olhos encontraram os meus. Recebi amor.
Seus olhos encontraram os meus. Recebi perdão.
Seus olhos encontraram os meus. Recebi a graça.
Ele poderia ter me chamado de "judas". Não o fez!
Ele poderia apontar todos os meus erros e defeitos. Não o fez!
Ele poderia me abandonar, vingar-se. Não o fez!
Ele me amou sabendo que eu falharia.
Ele me amou sabendo quem eu era.
Ele morreu e uma parte de mim se foi com Ele.
Pensei em desistir de tudo e fui à praia pra recomeçar a vida. Lembra do milagre que havia dito agora à pouco?
Pois é, vou lhe contar rapidamente o milagre que Ele realizou em mim.
Sem que eu visse com meus olhos Ele lançou todos os meus erros no "fundo do mar" e dali jamais voltaria à superfície.
Olhou em meus olhos e fez a mesma pergunta três vezes. Que dor senti...
Tratar uma ferida aberta dói e Ele cutucou onde ainda estava inflamado.
- Você me ama?
- Sim, te amo!
- Você me ama?
- Sim, te amo!
Silêncio...
Olhos nos olhos. Em Seus olhos havia graça, nos meus vergonha:
- Você me ama?
- Sim, eu te amo. Você sabe tudo!
Pensei que seria a última página da história, mas Ele é excelente em tudo que faz e só estava começando a escrever...
O vento soprou, a página virou e Ele me fez um novo homem.
Sim... Ele despedaçou-me com a verdade e amor e reconstruiu-me com a verdade e amor.
Ah! A graça e a misericórdia estavam presentes de mãos dadas o tempo todo.
Eu o traí. Ele me amou.
Eu o neguei. Ele me amou.
Eu o decepcionei. Ele me amou.
Eu errei. Ele me perdoou.
Ele era o próprio Deus. Eu era o Pedro, o pecador.

sábado, 20 de novembro de 2010

A noite é do poeta

O sol adormeceu desmanchando a aquarela no céu para dar passagem a lua que caminhava com sutileza e elegância até chegar ao seu lugar...
Ele a aguardava na janela com sua caneta e folhas em branco nas mãos.
Seu coração sempre pulsava mais forte quando ela chegava.
Sua alma unia as letras dentro de si e os versos surgiam como uma pequena nascente que brotava em cada inspiração.
Sempre afirmaram que a lua era dos apaixonados mas ele sabia que os poetas já haviam sido capturados primeiro por sua beleza e mistério.
A lua postou-se como uma princesa ornamentada de diamantes à sua volta. O tapete aveludado por trás dava o toque final no cenário.
Ele conversava com a lua como se fosse capaz de ouví-la e sorria para as estrelas a cada piscada que lhe presenteavam.
Alguns o menosprezavam por não ter um grande amor e debochavam dele, constantemente, dizendo que se um poeta não tivesse uma musa para se inspirar não era poeta, só um "qualquer" escritor.
Ele sabia perfeitamente que o amor não cabia em nenhuma caixinha de limitações. Ele era apaixonado pela vida e por tudo que ela lhe oferecia.
Sentia pena e não ódio dos que riam dele...
Sua sensibilidade era nobre demais para se deixar manchar por ofensas sem motivo.
A cada olhar deslumbrante aos céus se sentia capturado pelo mistério que envolvia aquela escuridão com pequenos pontos de luz...
Há coisas que não podem ser explicadas... Só sentidas!
Ele olhou para a folha em branco e ao olhar pra caneta sentiu que os versos não podiam resistir mais a prisão de sua alma e escorregaram por seus braços e dos braços aos dedos e desaguaram na folha levemente, sem alardes, silenciosamente, refrescando a folha como as águas de um rio em correnteza...
Poetas amam a noite como a noite ama os poetas.
É um elo forte de cumplicidade, segredos...
É um amor que se derrete em versos.
Porque o amor não tem limites.
O amor nos torna livres. E ele, o poeta, o era!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quero lhe dar uma rosa


Quero lhe dar uma rosa
Pétalas feitas de carinho
De todas as cores mescladas
Aromas que refrescam a alma.

Quero lhe dar uma rosa
Pra sentir meu abraço
O meu beijo em sua face
Meus dedos entrelaçados aos seus.

Quero lhe dar uma rosa,
Que perdure o portal do tempo
Que exale amor pra sempre
Que traga brilho aos seus olhos.

Quero lhe dar uma rosa
Pra ser cultivada com cuidado
E os espinhos ao ferirem
Produzam um laço mais forte.

Quero lhe dar uma rosa,
Uma rosa pequenina
Simples e graciosa
Meu gesto, meu carinho...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Quer brigar? Cai pra dentro...

Olhares altivos...
Lábios cerrados...
Alma aflita...
Coração revoltado...
E aí? Vai encarar?
Tão fácil pagar o mal com o mal...
Tão fácil é agredir seja verbalmente ou fisicamente...
Tão fácil querer arranjar uma confusão pra provar que é melhor que o outro, pra debochar, menosprezar...
Como é fácil mergulhar no ódio já que a falta de paz começa dentro de um corpo feito de pele, músculos e ossos...
Tudo é motivo pra briga. Das coisas mais banais surgem as grandes discussões e ofensas...
O erro sempre está no outro. A falha é do outro. Quem tem que se humilhar é o outro...
Nos dias de hoje, o amor é "cama"; a amizade, um jogo de interesses.
Sem motivos a vida humana é destruída.
Sem motivos não há vencedores, só perdedores de alma e coração.
Como é difícil fazer o bem...
Como é difícil sorrir nos dias de hoje. Dar bom dia, olhar nos olhos ao conversar, sentir a dor do outro e tomar essa dor pra você, chorar ao lado de quem perdeu tudo e já não tem mais nada...
Como é difícil estender a mão pra quem já, um dia, levantou a mesma contra você...
Como é difícil sorrir com mansidão pra quem despejou as palavras afiadas contra seu coração...
Como é complicado você amar quando é tão mais fácil odiar...
Lutar contra a grosseria, olhares fuzilantes, palavras agressivas, gestos estúpidos... Não! Não é fácil.
Ao erguer muralhas de amor, levantamos muros de proteção...
Ao desejar um abraço amigo, corremos para as grutas da solidão...
Ao caminhar pela trilha da paz, encontramos a encruzilhada da ilusão...
O que fazer? Como resolver?
Eu escolho pagar o mal com o bem. Começando de mim pra comigo mesma e contagiando aos que vivem ao meu redor até que o bem, de fato, prevaleça!
Essa é a guerra diária, luta incessante que devemos travar todos os dias.
Começando por nós mesmos até que possamos fazer a diferença!
Não! Não é fácil mas é a escolha que faço!
Quando pequena, escutava uma canção infantil que dizia: "A melhor oração é amar!"
"E a paz que excede todo entendimento guardará os nosso corações..."
Deus nos abençoe!

domingo, 17 de outubro de 2010

E você? Vem?

- Vem!
- Não sei... Tenho medo.
- Vem!
- Não sei se consigo...
- Vem!
- Sou muita fraca, imperfeita, limitada...
- Vem!
- Tenho medo...
- Vem!
- Não compreendo! Por que insiste?
- Vem!
- Por que eu?
- Vem!
- Não suportará o que sou e logo me abandonará...
- Vem!
- Cometo erros, falho, magoo, decepciono,...
- Vem!
- Sou orgulhosa, teimosa, medrosa, indecisa...
-Vem!
- Meus pés são vacilantes, tropeço o tempo todo, fujo quando o desafio parece ser maior do que eu...
- Vem!
- Não entendo! Não compreendo!
Um silêncio toma conta do ambiente e Ele a toca com uma ternura jamais sentida. A graça e a misericórdia dão as mãos e sorriem e o amor se espalha pelo ar com um aroma inigualável.
Ela se sentia débil demais pra aceitar o convite. Nem no espelho conseguia se ver...
Mas Ele não se importava com o que ela era no presente porque sabia que o seu futuro era tão precioso que ela jamais poderia imaginar.
- Vem!
Ela chorou e sentia o desejo de correr e lançar-se aos Seus braços mas tinha vergonha de ser quem era. Sentia um constrangimento de um gesto tão amoroso que ia muito além de sua compreensão.
- Vem!
Ele sorriu e a tocou sem puxá-la. A decisão era dela e Ele sabia que não era fácil lidar com os seus sentimentos tão diversos por ser quem era. Ele não desiste. Ele insiste.
- Vem!
Ele olhou em seus olhos.
- Vem!
Ele tocou em seus ombros.
- Vem!
Ele deu um passo pra trás. Não porque desistira mas porque Ele queria vê-la tomando a decisão de segui-lO livremente.
- Vem!
Ela chorou.
-Vem!
Ela ajoelhou.
-Vem!
Ela estendeu as mãos.
- Vem!
Ela permitiu que Suas mãos tomassem as suas.
Ele abaixou-se e a tomou em Seus braços apertando contra seu peito o seu corpo tremendo. Cantou uma canção suave e sussurrou palavras de amor.
Ela se entregou e mesmo sem compreender tamanho amor descobriu que era impossível viver sem Ele.
Uma gratidão tomou conta do coração da pequena e a essência do Amor a acompanhou até atravessar a eternidade...

E Ele continua insistindo...
Agora, convidando você:
- Vem!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brincando com o céu

Triste era a sua vida aos olhos de quem o observava.
Sempre quieto em seu pequeno quarto, protegido de um mundo que não era seu.
Não tinha amigos e nem inimigos era só um ser relacionando consigo mesmo.
Em seu mundo limitado e pequeno brincava com os céus, falava com a lua, sorria pra cada estrela que apontava e adorava montar bichinhos em sua imaginação com as nuvens que se formavam...
Talvez, você me pergunte: "Quem nunca brincou com o céu?" E eu lhe responderei: "Todos! Mas como este pequeno ser, ninguém!"
O céu era a sua liberdade!
Ele deitava no chão de seu quarto e por horas fitava o imenso azul através de sua janela que sempre estava aberta... Era como se os seus olhos fossem sugados pelo infinito que ele jamais tocara.
Ria ao ouvir da lua os segredos de cada estrela sapeca que aprontava na galáxia e chorava com as nuvens ao vê-las tristes derramando a chuva.
Sua pureza e inocência emocionava a todos que o observavam, nada o feria em seu pequeno mundo.
Quem o observava sentia pena mas essa era uma palavra que ele jamais conheceu, não tinha tempo pra sentimentos pequenos. Sua alma e coração possuíam a grandiosa felicidade e até em suas dificuldades não se deixava abater. Era corajoso mais do que muita gente "normal".
Quando recebia visitas de alguns de sua família soltava uma gargalhada gostosa, beijava as faces presentes e corria ao redor de cada um como se houvesse descoberto um tesouro.
Sua simplicidade e força de viver contagiava a todos que o conheciam.
Mas sua vida já não cabia mais em seu pequeno corpo, suas limitações o impediram de descobrir o universo.
Partiu sem deixar herança, mas deixou sua marca!
Por ser altista ensinou que a vida mesmo sendo tão curta e frágil pode ser bem vivida!
Antes de fazer a sua viagem final, olhou aos céus e cantou uma canção que acabara de fazer:
"Um dia vou passear com as estrelas que piscam, ainda vou caminhar na trilha das pequenas nuvens e vou sussurrar no ouvido da lua o que me faz tão feliz... O céu é o meu jardim!"


domingo, 3 de outubro de 2010

Sussurros de vida

Suas mãos teceram os fios da vida.
Seu sopro fez a doce brisa tomar forma dentro de mim.
Seu olhar atraiu-me com a graça que fluía em Seu ser.
Suas mãos tomaram, gentilmente, as minhas e aceitei Seu convite de caminhar pelos vales e altos montes, por desertos e florestas...
Quando sinto que meus pés estão feridos da caminhada, faz com que eu suba sobre os Seus pés e ao caminhar me tira pra dançar.
Seu amor não compreendo, não desiste jamais de mim...
E eu, que tantas vezes, na minha fragilidade tentei abrir mão de ser o que me chamou pra ser.
Já me olhei no espelho e algumas vezes, vi minha imagem distorcida.
Já me olhei no espelho e também vi uma menina que procurava abrigo nos braços de Seu Pai.
Não ouso falar, aprendo com Você no silêncio.
Seus atos de bondade constrangem-me ao ponto de perder o chão.
Sua lealdade é o meu cobertor nos dias frios.
Sua graça e perdão lapidam meu ser...
Suas mãos teceram-me e Seu trabalho não parou...
Rasgo-me como um tecido velho e Suas mãos com tanto carinho tomam e refazem-me de novo.
Rasgo-me com a fragilidade dos meus erros e da minha estrutura tão cheia de rachaduras e Suas mãos com amor tocam, reconstroem e valorizam-me!
Sussurraste em meus ouvidos que sou Seu poema, fechei meus olhos e fiz desse poema uma canção pra agradecer por ter a honra de Lhe pertencer.
Sou Seu poema, antes em folha empoeirada e amarelada...
Sou Seu poema, agora em folha limpa e escrita com esperança.
Sou Seu poema e Você o Autor da minha vida!

sábado, 2 de outubro de 2010

À procura dos meus versos



Sinto uma dor fina quando desejo derramar em uma folha qualquer os versos que nascem dentro de mim.
A dor nasce da angústia de sentir-me sufocada em desejar ver os versos fluirem na correnteza das linhas e perceber que as comportas se fecharam.
Não sei como posso abrir...
Minha alma clama, brada pra que as palavras sejam libertas.
Eu choro, lamento, silencio, emudeço...
Permito-me sentir a dor dessa procura na ânsia de desejar vê-las surgir como o sol no amanhecer, que aos poucos lança seus raios sobre a terra, trazendo a luz, calor e a beleza que me cerca...
Nada!
Onde estão? Por que fogem?
Meu corpo sente o burburinho que os versos produzem na alma...
Minha mente se transforma em uma galáxia onde os pensamentos mais diversos flutuam sem gravidade...
Não há letras... Não há palavras... Não há versos... Nem poemas...
Só sentimentos...
Querem explodir! Gritam por liberdade...
Seu brado é silencioso. Somente eu as ouço, somente eu as sinto...
Ai, que dor fina que fere minha alma, desfalece meu coração...
Enquanto as letras fogem para o deserto, sinto que em mim há uma multidão desvairada, enlouquecida no trânsito das emoções...
E permaneço à procura dos meus versos...
Não...
Não desistirei!

domingo, 19 de setembro de 2010

Ergam as taças!

Podem julgar-me boba, sentimental demais, romântica a flor da pele, sonhadora sem nunca acordar...
Não importa!
Mas se há algo que tenho como pedra preciosa e guardo com cuidado e amor; rego como uma flor delicada e frágil, esse algo é a amizade.
Não falo de qualquer "amizade". Falo de AMIZADE!
Hoje, chamamos muitos de amigos mas não passa de um jeito carinhoso de tratar alguém...
Quando encontramos O AMIGO, nem sempre o chamamos assim. Talvez, não haja uma palavra que pronuncie o valor da amizade de alguém e que nos faça chamá-lo no meio de uma multidão de um modo diferente... Não sei! Acho que quando a amizade é verdadeira quem é amigo sabe que falamos dele!
Não sou boa pra falar e tenho minhas limitações pra expressar sentimentos. Esse meu jeito reservada já enganou muito gente...
Tenho facilidade de chorar junto com quem sente dor ou atravessa uma tempestade, mas tenho dificuldade de encontrar as palavras certas pra consolar. Prefiro abraçar!
Se me permitem, não quero falar de tristeza mas, sim, da alegria!
Alegria em ver o sucesso dos amigos.
Há quem se preocupe com o sucesso do outro e deixa nascer em seu coração a raíz da inveja. Pobre pessoa!
Eu gosto de festejar, celebrar a vitória dos meus amigos depois de enfrentarem seus obstáculos, quando ultrapassam seus limites, quando vencem seus medos, quando alcançam o inesperado...
Eu celebro porque a amizade me dá esse privilégio de estar junto em todos os momentos...
Atravessar os vales, abismos...
Chorar, sentir a dor...
E depois, rir e muito do passado que poderia matar mas que na realidade só serviu pra lapidar e nos dar sabedoria pra viver um futuro mais alicerçado, mais forte, mais esperançoso!
Celebro o sucesso dos meus amigos porque entendo que a felicidade deles é minha também e se nos momentos difíceis choramos juntos, por que não celebrar nos momentos de alegria?
Levantemos as nossas taças que foram cheias de lágrimas e bebemos sorrisos celebrando a amizade.
Acredito que o amor é uma faceta nobre da amizade e creio que amizade sem amor é tão vazio quanto uma taça seca que se oferece a beber o nada!
Celebremos a amizade!
Ergam suas taças!
Tin-tin!

P.S.: Homenagem simples mas com amor pra #CMA

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O gosto de gostar do gosto da chuva...

Eu gosto de dormir embalada pela canção que a chuva toca no telhado.
Sua voz é doce, seu tamborilar tranquilo, suas gotas são melodias angelicais...
Gosto da chuva!
Gosto de caminhar na chuva...
Sentir seu toque em minha pele, a sua carícia em meus cabelos, o seu beijo em meus olhos embaçando minha visão com ternura.
Ah! Como eu gosto da chuva...
Ela nos convida a dançar de dia e a noite nos convida a ninar...
Ouvir sua sinfonia na madrugada é como estar em seus braços, sentir o balançar do pra lá e pra cá, até que o sono volte e com o sono, eu volte a sonhar...
A chuva gosta dos solitários!
Ela os acompanha, enquanto esses caminham silenciosamente, perdidos em seus pensamentos e sentimentos à procura de alguém pra entrelaçar os dedos. A chuva é escorregadia, jamais poderia segurar a mão de quem quer que seja.
Mas..., indiferente? Não, ela não é.
Ela acompanha as lágrimas do moribundo...
Ela abraça o despejado...
Ela brinca com a criança de rua...
E leva consigo quem já cansou de lutar...
Talvez, esse seja o motivo pela qual muitas pessoas não gostam de usar o guarda-chuva...
Ele nos impede de sentir seu hálito quando vem acompanhado pelo vento.
Não, importa!
Eu gosto da chuva.
Com ela viajo pra dentro de mim e passeio pelos momentos gostosos que um dia vivi.
Ela me oferece alimento quando sinto desejo de alimentar-me com sonhos...
A chuva é gentil.
A chuva é forte e frágil!
A chuva é para os solitários...
A chuva é para os sonhadores...
A chuva é a mãe cantando uma canção de ninar pra seus filhos que já estão grandes...
Sim! Eu gosto da chuva.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

A gruta das letras

Desfaleço...
Não! Definitivamente, não há como dominá-las...
Correm, fogem, se escondem e por trás das rochas ficam espiando meus movimentos, minha agonia, meu desespero.
Já dentro de mim há uma revolução. Os mais variados sentimentos brigam entre si.
Todos querem ter o primeiro lugar pra ganhar vantagem e ir ao encontro das letras que escondidas ficam nas grutas.
Se elas soubesse que eu só gostaria de brincar...
Não há como machucá-las, feri-las...
Elas, sim, machucam minha'lma quando resolvem desaparecer.
Sento, calada, choro.
Desfaleço...
É como se todas as cores se transformassem em um cinza grafite...
Tudo perde a graça!
Elas entram em greve e eu na angústia.
A gruta é escura e não há espaço pra que eu possa entrar. Elas se divertem as minhas custas, já que podem moldar seus tamanhos e jeitos.
Ah! Onde estão vocês pequenas linhas flexíveis!?
Venham para fora. Encontrem-me na trilha onde há rosas, onde há espinhos.
Vocês podem escolher com qual companhia desejam trilhar: sorrisos ou lágrimas?
Não discutirei...
Ficarei observando o espetáculo da dança que fazem ao se lançarem em alguma folha de papel...
E assim, emudecida vou presenteá-las com um único nome: INSPIRAÇÃO!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um antigo amor que é eterno...

Algumas histórias precisam ser revividas e quando viajamos pelo túnel do tempo nos damos conta do quanto é importante cultivar e cuidar bem do nosso grande amor!

De mãos dadas, caminhavam em busca de recordações que o tempo deixou fotografado em seus corações. Seus rostos já não eram aveludados como um pêssego, seus cabelos eram brancos como a alva lã, seus passos já não eram tão agéis e seguros. Mas o amor... Ah! O amor parecia renascer junto com o amanhecer. Ele era o cúmplice leal dos dois.
Lembravam do tempo de namoro, quando sentavam no banco da praça e saboreavam a maçã do amor; no meio de uma mordida e outra, uma jura carinhosa de amor escapava dos lábios para flechar o coração um do outro.
Lembravam do dia em que ele a pediu em casamento. Riram por um momento e as lágrimas vieram aos olhos:
"Lembra, querida, quando lhe levei ao cinema para assistirmos um romance? Ao terminar a última cena, pedi que todos os presentes fossem testemunhas do que iria acontecer ali. Fui à frente de mãos dadas com você e todos os olhares nos acompanharam. Ajoelhei-me aos seus pés e do bolso tirei uma pequena caixinha que guardava o símbolo infinito da escolha que fizemos e vivemos até hoje, e ternamente pedi a sua mão. Pensei que não conseguiria, meu coração estava tão acelerado, minha respiração ofegante, minhas mãos tremiam. Não era uma decisão qualquer. Era um convite pra dividir com você toda a minha vida!
Você chorou... Não conseguia dizer nada. Seus olhos brilhavam seu sorriso misturou-se com as lágrimas e baixinho ouvi de seus lábios: Sim!"
Pararam por um momento e lá estava a pracinha onde namoravam. Sentaram no mesmo banco onde tantas vezes, enamoraram e viram um filme passar em suas mentes.
E no dia do casamento? Ele, tremendo no altar aguardando sua amada e ela nervosa no carro querendo logo entrar pela porta da igreja.
Ah! Que dia!!! Simplicidade e beleza inundaram todo o ambiente.  Flores e luzes perfeitas!
A noiva parecia uma princesa dos tempos medievais e o noivo, um menino que não se cabia de tanta felicidade.
Passaram os anos e vieram os filhos. Dos filhos vieram os netos e até bisnetos já tinham...
Lembraram dos anos difíceis, quando ele havia perdido o emprego por causa da crise que se abatera na cidade e ela ao seu lado, batalhando e criando jeito e formas para o ajudar. Venceram!
Lembraram do difícil momento em que por um segundo, ele quase perdera sua metade quando ela enfrentou uma enfermidade que lhe abatera tão cruelmente. Ele não saiu do seu lado nem um instante sequer.
Lembraram das crises e das diferenças e riram delas...
Lembraram dos desafios e das tristezas e sorriram...
Até que as palavras se reservaram dentro de seus corações e somente a troca de olhares eram suficientes pra dizer tudo o que sentiam: "o antigo amor continuava novinho!"
Ele teve a oportunidade de ter tantas mulheres, mas ele sabia que ela era única.
Ela teve a chance de deixá-lo quando pediu que fosse viver sua vida no momento em que surgiu a sua enfermidade; ela não suportava vê-lo sofrer com a dor que tanta a incomodava e ele firme ali.
O amor os havia feito escravos!
Agora na velhice, depois de tantos anos, lá estavam eles sentados no passado, vivendo o presente e compartilhando o futuro que sonhavam.
Sim, eles sonham! E este sonho alimenta a esperança de um futuro melhor.
Quando atravessarem o portal da vida e encontrarem a morte, sabem que lá na eternidade o amor perdurará!

"Assim, permanecem agora estes três:
a fé, a esperança e o amor.
O maior deles, porém, é o amor!"
(I Co. 13:13)
Deus te abençoe!

domingo, 1 de agosto de 2010

Cavalheirismo


Não. Não estou distante...
Estou bem perto.
Mas para encontrar-me, necessitas ser um excelente observador.
Se procuras uma flor terás que visitar um jardim e se buscas uma rosa em especial deverás, minusciosamente, olhar todos os cantos.
Onde pensas que não estará o que procuras, ali verás.
Não basta observar, deve ser gentil.
Um rosa tem que ser admirada com os olhos e deixar-se encantar com a beleza de suas cores e sentir o perfume que graciosamente exala...
Se desejas possuí-la, precisas saber que ela possui espinhos. Espinhos são seus protetores fiéis. É necessário tocá-la com cuidado, com respeito, com delicadeza. Os espinhos que possui não são para ferí-lo mas seria perdoável se eles por um momento de fraqueza perfurasse seus dedos sem querer. Os espinhos foram preparados para ensinar sobre o perdão.
Se desejas carregar uma rosa na mão saiba que ela não durará muito tempo...
Cultive-a no jardim...
Pela manhã, invista seu tempo para elogiá-la, oferecer a água para matar a sua sede, o adubo para fortalecer a sua raíz...
À tarde, ainda que estejas distante, procure dar uma olhada pela janela. Deixe que ela perceba que a sua distância não roubou a sua atenção...
Quando a noite chegar e a lua oferecer a sua prateada luz, veja as estrelas aplaudindo a beleza que desabrochou de um modo singular durante a luz do sol e revelou sua esplêndida graça à noite.
Sim... Encontrarás o que deseja quando procurares com atenção o que seu coração tanto busca.
Não sejas precipitado no falar... Sussurre!
Não toques ansioso... O olhar dirá tudo!
Ame com intensidade... Invista, cultive, cuide, invista, cultive, cuide...invista, cultive, cuide!
Se for ferido, perdoe e se por algum momento os seus espinhos a ferir, transforme-se em beija-flor.
Não. Não estou distante...
Estou bem perto!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Momentos sagrados...

Se existe um tempo que eu guardo em minha memória como se guarda um diamante em um cofre, este tempo é a infância.
A infância é sagrada!
É um momento mágico onde as nossas inocentes fantasias são varinhas de condão.
Não recordo-me de nada sofisticado, tecnologias ou coisas assim...
Lembro dos meus brinquedos: uma casinha, fofolete, suzi, peteca, escova de cabelo redonda (meu microfone...rsrs), piscina redonda de 1000lts. verde, uma bicicleta que só usei quando podia andar com as rodinhas laterais. Quando meu pai as tirou, parei de andar... Acreditem ou não: "Não sei andar de bicicleta!" rsrsrsrs
Ah! Mas vivi momentos que me fazem suspirar até hoje...
Lembro de um parquinho que ficava bem pertinho de casa. Minha mãe costumava me levar pra andar de velotrol (lembram deste brinquedo?). Mas o que eu gostava mesmo era subir num pequeno monte gramado (hoje, chamaria de pequenina ladeira) e deitava no chão e rolava livremente com a roupa cheia de matinhos grudados...
E quando eu quase destruí minha casinha de brinquedo querendo ser a "mamãe"!?...
Abri o forninho, coloquei uma vela acesa, enchi a panelinha de latão com água, pitada de sal, arroz cru e um pouquinho de matinho (pra dar sabor, claro...rsrs) e fiz que ia cozinhar... A minha panelinha de latão virou um lixão. Ficou tostadinha...
Ah! Tempo bom...
Tinha uma piscina verde redonda de 1000lts. que compartilhava com minhas amigas. Acredite! Nessa piscina cabiam umas 03 garotinhas...rsrs... Mas, quando não havia nenhuma amiga pra brincar "tacava" sal na água e fazia naquele meu círculo mágico a minha praia...
Nunca alcançava a cor desejava. Branca era. Branca ficava...rs
Hoje, já fabricam casinhas de tecido ou plástico...
No meu tempo (não muito distante...rs) eu unia as duas poltronas de cabeça pra baixo, cada uma e cobria com um lençol. Pronto! Minha casinha estava pronta...
Não tínhamos necessidade de ter muito mas com o pouco que tínhamos eu e minha irmã soubemos aproveitar bem...
Fazíamos caixinhas "porta-treco" com palitos de sorvete...
Bordava em pequenos lencinhos desenhos alienígenas... rsrsrs... na tentativa de bordar uma flor, uma casinha, uma criança...
Ah! Tempo sagrado...
Tenho a impressão que o Criador sentado em Seu trono tinha o desejo de se tornar humano e brincar ali comigo, ri das minhas travessuras (micos), dançar comigo as músicas do Balão Mágico, Trem da Alegria, Patotinhas... Fico imaginando o Criador com o desejo de sentar na beira da minha cama contando as histórias do Snoop, Sítio do Pica-Pau Amarelo...
Mas... Quem foi que disse que Ele não estava ali?
Ah! Embora eu não o visse com meus olhos sempre tive a convicção de que Ele era e é presente em cada momento da vida...
Mas a infância é sagrada! É sagrada porque é regada de pureza, inocência...
É o infantil misturado com o divino quando você olha pra o céu e nas nuvens começa à enxergar bichinhos e em sua mente montar histórias incríveis... Quando a meia-luz você brinca com as sombras e desenha animais na parede sem tinta... Quando você assopra um canudinho regado de água e sabão e sopra na asas do vento e voa juntamente com elas que de forma tão leve e encantadora explodem suavemente espirrando gotículas de águas em nosso rosto suado de tanto brincar...
Infância é sagrada e deve ser respeitada...
Ah! Que saudade eu tenho...

Deus te abençoe!

domingo, 18 de julho de 2010

Aquarela




Mais um poema meu escrito nas páginas do DESCANSO DA ALMA onde meu amigo poeta, Thiago Azevedo abre as portas pra uma simples aprendiz...

Atenção!

É necessário ler com o coração pra sentir a alma ser acariciada!

Deleite-se aqui...

domingo, 11 de julho de 2010

Marcas e Remarcas...


Toda menina sonha ser amada
Viver um romance, um sonho, um conto de fadas
Mas a vida ensina que príncipes não existem
Sapos não devem ser beijados
A varinha mágica só sobrevive na infância
Quando a adolescência chega
Não passa de uma viagem dentro de um casulo
A menina torna-se mulher
Processo dolorido e conturbado
Já se passaram os bons tempos...
Não há como esquecer aquele primeiro amor
Quando ao despertar a mente nos leva diretamente à ele
Durante o dia, nossos pensamentos estão algemados nele
E à noite adormecemos pensando nele...
Saiu do casulo, o livro de contos se fecha...
As marcas que se carregam são cicatrizes de dor e decepção
O abandono, a troca, o menosprezo, a solidão...
Ela foi marcada pela dor
E como se isso não bastasse
Sempre havia quem cutucasse sua cicatriz
Uma história fora escrita com lágrimas e mágoas
Quem seria doido de fazer um novo roteiro?
Só quem passou pela dor
Sente a dor do outro
E nessa cumplicidade um pequeno broto de esperança
Surge em um galho seco de árvore
 Quem disse que enfrentar o mar bravio é pra qualquer um?
Nadar contra a maré, cansa!
Mas quando se sonha se vive
E quem vive precisa aprender à lutar...
Ela lutou...
Atravessou o mar revolto
Em suas mãos há um livro cujas folhas estão em branco
Um novo roteiro será escrito
Um amor que jamais imaginou viver será vivido
A festa está pronta
O noivo no altar à espera
E ela entra por entre as flores e convidados
Pra dizer à todos presentes e no seu álbum de fotos
"Eu encontrei o amor"
Essa história não tem fim.
O amor deve ser cultivado todos os dias
Lapidados pela compreensão, respeito e perdão
Só se coloca um ponto final
Quando alguém dá seu último suspiro
Não pra libertar o outro da "algema"
Mas pra deixar na lembrança
A marca verdadeira
De um amor bem vivido, contruído
Alicerçado na esperança e na fé!


Dedico este poema à um casal de amigos que acabou de se casar. Reescrevem uma nova história de amor onde nem todos tinham fé e nem queriam acreditar... S&D ~> Deus abençoe a nova vida de vocês!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os pés descalços de um doutor!

O sol desponta os seus primeiros raios de um novo amanhecer e lá está ele, com seu cabelo negro lavado com a água do rio e repartido de lado, seus olhos graúdos e profundos, seu sorriso banguelo e inocente, sua camisa faltando um botão, sua bermuda com pequenos retalhos e os pés descalços. Sua pele queimada, tingida pela tinta do trabalho árduo ao ar livre.
Preparou o um punhado de farinha com pequenos pedaços de mandioca e deu à seus seis irmãos menores. Seus pais haviam ido trabalhar antes do sol nascer, pegando o pequeno bote e atravessando o rio pra trabalhar na terra e assim, ter uma fonte pra alimentar seus filhos.
Pegou seu caderno, lápis e um pedaço de borracha, beijou seus irmãos, fechou a porta e foi caminhar alguns quilometros até chegar à sua escola. Não havia um transporte sequer que chegasse perto de seu casebre e o levasse à escola. A maioria das crianças de sua idade tinham parado de estudar por não suportarem caminhar tanto tempo e ao chegar em sala de aula, dormirem de tão cansados. Quem os culparia?
Não tinham nada, até seus pequenos sonhos corriam riscos de sobreviver no meio de tantas precariedades.
Depois de quase uma hora e meia debaixo de sol quente ou de uma chuva forte, pisando na terra vermelha com alguns pedregulhos machucando seus pés, sentava na cadeira enferrujada da escola e derramava a sua atenção a tudo que a professora ensinava. À tarde, ia ao encontro dos pais pra trabalhar na lavoura. Ele amava a aquarela que o Criador, todos os dias, pintava no céu; pisava na terra fofa e com cuidado plantava as sementes e junto com elas seu sonho. Toda vez, que uma de suas sementes despontavam pra vida, ele tinha a certeza que seu sonho também sobreviveria às dificuldades que vivia.
Um dia perguntaram-no: "Menino, qual é o seu sonho?" e ele com os olhos brilhando, respondia: "Meu sonho é ser doutor!"
Quando escutavam o que o pobre menino dizia, muitos davam risadas e balançavam a cabeça dizendo uns aos outros: "Que chances esse pobre tem?" - Como se sonhos fossem contos de fadas e a realização uma ilusão descabida.
Seus seis irmãos, se juntavam com os vizinhos que moravam um pouco distante de seu casebre e o achavam sonhador demais. Como era triste sonhar sozinho, não ter com quem partilhar...
Ele tinha um sonho e não importava com o que as pessoas pensavam. Ele tinha a certeza de que seu sonho se tornaria realidade. Batalharia o quanto fosse necessário para ajudar à quem precisasse.
Se tornou homem e foi pra cidade grande com alguns trocados no bolso e muita disposição pra trabalhar. Muitas vezes, usado como tapete por seus patrões mas respeitado por quem o conhecia na labuta do dia-à-dia, nos tijolos colocados artisticamente em cada construção que fazia.
Em quase todas as noites, seu travesseiro se transformou em um pequeno lago de lágrimas quando se recordava com saudades de sua casa no meio do nada e de sua família sem recursos para viver, mas sabia que pra alcançar o seu alvo as lágrimas eram fundamentais pra dar base ao que ele construiria em sua vida.
E a recompensa de seu esforçou não falhou, embora parecesse tardia...
Ao receber o diploma em suas mãos, suas lágrimas dançaram pela face acompanhadas de um sorriso que mal cabia em seus lábios. Seus pais orgulhosos, vestidos com as roupas que o filho recém-formado acabara de os presentear e seus irmãos admirados e amedrontados com a cidade grande e curiosos com o pedaço de papel nas mãos do irmão o fitaram por um instante e num sussurro leve ouviu alguém pronunciar: "Parabéns, doutor!" - sua mãe o abraçou como um dia o abraçara quando menino.
Mas do que um médico foi um amigo dos mais necessitados. Não cobrava por seus serviços pois o salário era o bem-estar de sua comunidade. A gratidão de seus "pacientes" sempre era demonstrada com presentes simples: um frango vivo, um pedaço de tecido, um creme dental...
Ele, o doutor, menino sonhador, viveu seus dias cumprindo o seu chamado de servir um povo esquecido e pobre com o seu sonho que um dia fora tão desacreditado, o sonho de ser "doutor" cuidando de gente esquecida e abandonada, não só na área da saúde mas na emocional. Dedicando-se à vida humana e compartilhando sua vida no desejo de enxertar na vida de quem atendia à gana de viver com dignidade e a busca da realização de seus sonhos.
"Pode até tardar, mas quem luta sem olhar pra trás e dando um passo de cada vez, chega ao seu destino..." - sorria ao olhar nos olhos de seus pacientes e afirmava: "Ah! Chega!"
Deus nos abençoe!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Amizade, uma faceta do amor!

Se há um momento em que o céu fica cinza, as flores perdem o seu perfume, os pássaros silenciam, as borboletas abortam suas cores e a vida se torna uma paisagem em duas tonalidades: preto e branco, é quando percebo que a dor que um amigo traz no peito já não lhe cabe mais.
Sua dor é minha dor.
Suas lágrimas são minhas.
Quem pensa que na amizade há ausência de amor, nunca soube o que é ter um amigo de verdade.

"Em todo tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão!" - Pv. 17:7

Ser amigo é buscar carregar o peso que está sobre os ombros do amigo que mal consegue caminhar e assim tornar o seu fardo mais leve e com ele caminhar milhas e milhas até ele chegar em seu porto seguro.

Leia +

Um texto meu no blog do meu amigo poeta: Thiago Azevedo

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Desejo de ser borboleta...

"Será que a borboleta sente falta do casulo?" - pensei no momento em que o cansaço era o cobertor sobre mim... Tem dias que queremos nos esconder, ficar quietos... Procurar um lugar vazio, mas aconchegante; colocar uma música suave e adormecer só pra tirar o peso da agitação, da correria, da fadiga... Então, pensei na borboleta... Se esforça tanto, luta tanto pra sair do casulo... Tanta luta pra tornar suas asas frágeis, fortes! Tanta luta pra voar em jardins, conduzida pelo aroma das flores, por suas cores diversas,... Tanta luta pra sentir o calor do sol que mesmo no inverno, ainda esparrama pelo ar o seu abraço que aquece... Tanta luta pra voar sem limites... Borboleta dorme? Será que a borboleta sente o desejo de se esconder no jardim e ficar ali, parada, refugiada na quietude em busca de uma renovação? É, eu sei... as borboletas não são águias... Elas não trocam suas penas quando envelhecem, nem batem seu bico contra a rocha pra que nasça outro, não afiam suas garras nas pedras... Não, as borboletas não fazem isso... Elas voam, descansam entre uma rosa e outra e batem suas asas levemente, delicadamente... Dançam e não parecem se cansar... Os pássaros ainda repousam suas asas no vento... As borboletas não... Os pássaros tem um ninho pra descansar... As borboletas não... É, talvez as borboletas não sentem falta do casulo porque seu tempo é curto e elas querem aproveitar tudo... Já os pássaros sempre tem onde repousar; o ninho estará sempre pronto para os receber... Pobres borboletas! Será? Não! São vivas, são lindas, são graciosas e ternas... Queria ser uma borboleta por um pequeno instante, até recobrar as forças que se foram ao longo do dia. Mas, talvez, o Criador me convide à ser como a águia... O cansaço envelheceu minhas forças... Então, vou ao monte mais alto e desnudo minha'lma... O cansaço roubou meu prazer de continuar na caminhada... Então, lanço meu coração na rocha... O cansaço furtou minha esperança... Então, rasgo o que sou e corro pra cruz... No desejo de ser uma borboleta permito ser amarrada e levado ao holocausto e ao passar pelo fogo ter minhas novas asas e voar pelo jardim da vida... Deus nos abençoe...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Desafiada pelos sonhos...

Fico imaginando uma criança que nunca viu o mar...
Enquanto ela sonha ao ver a imagem de uma praia na tv é fácil perceber em seus olhinhos o desejo de estar ali e tocar naquela água que tem vida própria ao dançar no vai e vem, um pra cá, um pra lá...
Os sonhos são sementes lançados no solo do coração e gerados no ventre do tempo...
Como no outono, as sementes vivem o toque do romantismo onde folhas em tons pastéis espalhadas delicadamente no chão formam o caminho à se trilhar dando passos pequenos sobre a ponte que cobre o rio e nos leva até o outro lado onde nos aguarda a realização com um céu alaranjado com mesclas de vermelho, lilás e azul...
Mas como em todo romance as lágrimas são presentes na história. Há momentos que olhamos pra pequena semente e percebemos o quão frágeis são, pequeninas demais...
É muito fácil acreditar que sonhos só são sonhos e nada mais. Que são só uma imagem de tv, real na tela mas irreal ao nosso toque.
Então, os sonhos começam à chutar a barriga do tempo dando sinal de vida: "ei, estou aqui!" - e com este pontapé sentimos que logo irá nascer.

"O maior desafio não é gerar um sonho é ser desafiada por ele pra que se torne real."

Imagino a criança que nunca viu o mar e quando recebe o convite pra conhecê-lo fica perplexa e imóvel diante do gigante vivo que a convida à pisá-lo e sentir suas carícias molhando-a com toda sede. A criança ali, pequena, indefesa, diante do assustador e imenso mar aceita o desafio e toca as pontinhas dos pés nas suas mãos umidas.
Nossos sonhos são assim...
São desafiadores, verdadeiros gigantes, aos nossos olhos inatingíveis, inalcançavéis, impossíveis. Menosprezamos a força da realização, rejeitamos a dor do parto, nos angustiamos com a possibilidade de um aborto...

"Pra dar vida ao sonho é necessário aceitar os desafios e correr riscos."

Não, não é fácil. O medo existe e a coragem só se torna possível com a existência desse temor.
Realizar é ousar, acreditar, arriscar, é vencer o medo de errar mesmo sabendo que errar faz parte!
E o sonho já não é mais sonho é a realidade. É palpável e está vivo.
Consegue ouvir o chorinho?
A realidade bebe o leite dos seios da vida e é acariciado com o toque das mãos do contentamento.
A criança não vai conhecer o mar sozinha.
Nossos sonhos só se realizam porque há quem nos leve à sua realização, que nos faz caminhar a trilha que nos leva ao seu destino.
Parceiros que acreditam em nossos sonhos até mesmo mais do que nós.
E diante do gigante sonho estou. Desafiada por ele.
Aceitei encará-lo porque há amigos comigo que fazem com que eu acredite que é possível ir até o fim...
Agradeço ao meu amigo poeta: Thiago Azevedo que convidou-me à colaborar em seu blog http://www.descansodaalma.blogspot.com com meus poemas e reflexões e que ainda me proporciona a alegria de sonhar um pouco mais alto até um dia, quem sabe, ter um livro em minhas mãos.
Caminharemos juntos e aprenderei com você, amigo, à possuir tão nobre coração sensível que jorra poemas que tocam em nossa alma acariciando-a como se acarecia um bebê.
Eu com um pézinho aqui e outro no Descanso da Alma...
Deus nos abençoe.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Viagem de trem

Sempre quando vou pra capital, vou de trem...
Não é uma viagem muito agradável: o trem está sempre sujo, segue muito devagar e me deixa, algumas vezes, com mal-estar de tanto que chacoalha...
O trem não leva só pessoas. O trem leva histórias...
Nesses dias, enquanto viajava fiquei observando os rostos que comigo partilhavam o mesmo ambiente. Trabalhadores, estudantes, crianças... olhares vazios, alguns em pleno flerte, outros ouvindo uma música, outros lendo e eu observando.
Um pouco distante de onde estava chamou-me a atenção um rapaz que atendia o celular e no tom apreensivo começou à reclamar:
-" Tia! Por que vocês não me avisaram quando aconteceu... Vocês não podiam ter feito isso comigo..."
E este rapaz começou à chorar. Acabara de receber a notícia da morte de sua mãe.
Fiquei angustiada ao ver a situação daquele moço. Ele tentava segurar o choro mas este era mais forte que ele. Olhava pra janela buscando o céu mas os seus olhos se perderam com o transbordar das lágrimas que já não cabiam dentro de si.
Fiquei angustiada ao ver que ao lado deste que tanto sofria haviam pessoas que com tamanha diferença, continuavam rindo e conversando como se o que se passava bem ao seu lado não tivesse importância ou algum peso.
Nessas horas, lembro dos ensinamentos dos meus pais...
Quando alguém perdia um ente-querido não tocávamos música em casa, não demonstravámos nenhuma alegria na hora da dor de quem nos cercava... A dor do outro era a nossa!
Mas, ali naquele trem ninguém parecia se importar. Me deu vontade de chorar, mal conseguia olhar pro rapaz que cobria a cabeça com o capuz como se isso pudesse torná-lo invisível ali.
Queria ter ido até ele e dito: "Moço, meus sentimentos..." - mas sei que nessas horas palavras não surtem efeito.
Não. Não fui indiferente. Embora me sentisse totalmente incapacitada de fazer alguma coisa um pedaço daquela dor me atingiu.
Quem nunca sofreu uma perda?...
Durante toda a viagem fiquei me questionando sobre a minha postura diante de tal situação. Deveria chamar a atenção dos que estavam ao lado do rapaz pra pedir que o respeitassem? Deveria me aproximar e dizer: "Moço, Deus consolará seu coração?"
Deveria evitar observá-lo e fingir que nada acontecia?
Mas não me contive e fiz. Fiz uma prece silenciosa pedindo à Deus que é o nosso Consolador Fiel que abraçasse aquele moço e alentasse a dor que lhe abatera no peito.
Talvez, não tenha feito nada de importante à vista de quem ali estava mas sei que Deus viu e sentiu o que eu sentia ali.
Deus nos abençoe!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O milagre do amor

Que tristeza sentia quem observava a paisagem que tão doente era vista ali. A terra toda rachada, seca, praticamente sem vida... O sol quente fazia arder a pele daquele chão tão judiado pelo seu calor que o aquecia de forma cruel roubando-lhe a esperança de produzir vida. Mas o que mais entristecia era saber que atrás de tanta sequidão se escondia uma história de amor que nunca ninguém imaginaria ser possível: Seria a chuva capaz de amar aquele chão? Tudo que a chuva desejava era desaguar seu amor no lugar que por um fio resistia a solidão e angústia de estar tão abandonado e desprezado. O chão sofria calado já não havia forças para acreditar que tudo poderia ser diferente... Até que o poder do amor foi mais forte e nas asas de uma brisa leve a nuvem que abrigava a chuva levou ao chão uma mensagem através de gaivotas de que a chuva viria. Não demoraria. O sol riu e debochou da ousadia da nuvem: Seria esta capaz de impedir que os raios quentes fossem destruídos? A nuvem não disse nada. Agiu... A brisa foi tomando força e se tornou em um vento forte empurrando a nuvem para perto daquele chão desfalecido e fez com que o sol se calasse e se ocultasse atrás da linda nuvem que tão delicadamente se estendeu por todo o céu e num ato de carícia lançou-se sobre o chão rachado que começou a beber desesperadamente da sua água. Quem diz que o amor não faz milagres? O chão seco fez brotar a esperança e lentamente um caule surgiu. Aparentemente, parecia ser fraco e não suportar o seu próprio peso, mas a chuva amorosamente com toda a paciência e perseverança, generosamente regava o chão com mais amor até que uma folha verde brotou e a vida foi tomando forma e em uma linda rosa se tornou. Era a única. Não havia mais rosas por ali. Mas não importava. Havia o fruto de um amor que ninguém acreditava e que lutou pra sobreviver no meio de tantos desafios e dificuldades. A chuva através do seu amor fez o chão produzir o que havia de melhor em si. E foi provado à todos que ali passavam depois de tanto tempo que o verdadeiro amor tudo suporta, tudo crê, tudo sofre, tudo espera. O amor não é interesseiro e nem orgulhoso, antes, é altruísta, generoso, gentil, benfeitor... Não há sol que faça um amor de verdade morrer quando a chuva toma a decisão de revelar seus sentimentos mais nobres. Com o tempo, aquele deserto tão triste se transformou em uma imensa floresta e foi provado que onde há amor, há vida e onde há vida, há esperança e onde há esperança o milagre pode acontecer... Deus te abençoe!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aconchego do silêncio...

Nem sempre quando há o desejo de silenciar a voz se deseja estar só...
Há momentos que as palavras não desejam ser ditas...
As frases adormecem em um sono profundo e as letras se perdem no meio dos sentimentos vividos naquele instante.
Mas o silêncio busca uma parceria onde a lealdade e o cuidado são fundamentais.
Uma rosa não pode trocar poemas através da fala, porém, nem por isso se nega a nos presentear com seu doce aroma e com a beleza de suas cores. Tudo que ela precisa é de alguém que a aprecie, que sinta prazer em estar junto mesmo quando não há o que dizer...
Um sorriso tímido pode fazer toda a diferença, um aconchego nos braços de um amigo, as mãos que se entrelaçam em carinho, um beijo na face pra entender a lágrima que dança delicadamente rumo ao chão...
O silêncio é um grito da alma. Apesar de não ouvirmos a sua voz, podemos sentir e compreender os seus pequenos gestos...
Nesses pequenos momentos consigo compreender um verso:
"Em todo tempo ama o amigo e na angústia nasce o irmão." (provérbios)
Sim... um amigo pode se tornar o irmão que mesmo não tendo o nosso sangue pode nos levar ao aconchego familiar que só em uma verdadeira amizade se faz presente...
Deus te abençoe!

sábado, 15 de maio de 2010

Ventre de versos...

O Autor da Vida gerou em mim versos que eu desconhecia...
Quando dei à luz me encantei com o que de mim fluia...
Eram versos de amor, outrora de amizades...
Versos acompanhados de saudades de mãos dadas com algumas lágrimas...
Versos de contentamento na companhia de doces sorrisos...
Contemplação de uma beleza pronunciada por singelas palavras...
Músicas e canções compostas entre o compartilhar de muitas histórias.
O Autor da Vida é uma fonte de inspiração que jorra dia após dia as mais lindas poesias nos sensíveis corações que se transformam em ventre ...

Deus te abençoe!

sábado, 8 de maio de 2010

A mulher que amo!

Eu estava lá no meu cantinho, toda aquecida, sendo alimentada, crescendo aos pouquinhos e pra mostrar que estava viva e feliz, sempre chutava! Quando o meu cantinho ficou apertado fui despejada e nem sabia ao certo o que me esperava. Então, abri o berreiro... Chorei e muito, mas não entendi porque eles riam...
Foi quando fui acalentada nos braços de uma mulher que beijava minha cabeça e derramava uma lágrima misturado com um sorriso.
Suas mãos me tocavam tão levemente que meu choro se foi e encontrei a paz e um aconchego que jamais senti.
Essa mulher é tudo pra mim!
Ela ficava me olhando e repetindo sempre as mesmas palavras: "Maaaaamãe" e eu balbuciava do meu jeito querendo imitá-la...
Saía tudo, menos essa palavra complicadinha...
Mas foi eu conseguir pronunciar "Mama" que tudo virou festa.
Festa essa que eu conheci quando meus dentinhos surgiram...
Eram dois de baixo e todos que me mostrava mamãe faziam graça pra me ver sorrir e os dois dentinhos aparecerem...
E quando ela me ensinou a andar...!?
Sentia tanto medo de cair...
Porém, suas mãos me cercavam e ao pressentir que um tombo me aguardava, ela me segurava fortemente.
Sabia que com ela ao meu lado não precisava temer nada...
E dei meu primeiro passinho...
Depois dei mais um, mais alguns e agora estou aqui...
Se passaram tantos anos, mas tudo é tão presente!
Sua pele não é mais aveludada como antes.
Suas mãos não são mais lisas como antes.
Seus cabelos estão curtos e escondem os brancos, diferentes dos longos cabelos negros que eu amava pentear...
Apesar do tempo passar ainda há uma coisa que perdura: MEU AMOR POR ELA!
Dizem que mãe é tudo igual.
Sinto muito, mas não concordo!
Minha mãe é diferente!
Ela é forte quando parece frágil e é tão frágil quando parece forte.
Me apoia em lutar pelos meus sonhos que eu nem mais acredito que possa realizar.
À noite, entra no meu quarto e me pergunta como anda meu coração...
Todas as manhãs a vejo com meu pai sentada na cozinha e orando pedindo à Deus por mim...
Ela é uma mulher virtuosa.
Mulher rara em nossos dias.
Ela é presente até mesmo quando está ausente.
Minha mãe é diferente porque pra mim ela é única.
Conheço muitas outras mães e não duvido do seu amor pelos filhos...
Mas a minha mãe é especial, diferente...
Nenhuma outra saberia me ouvir mesmo em meu silêncio ou num olhar...
Minha mãe é meu precioso tesouro, meu exemplo de vida, a mulher que gostaria de ser quando crescer...
Crescer só mais um pouquinho com essa criança que existe dentro de mim!
Te amo Dona Ilza.
Te Amo, minha mãe!
À todas as mulheres que geram filhos e filhas no ventre ou no coração: Feliz Dia das mães! Deus as abençoe, sempre!
Tininha

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pequeno veleiro...

Lá estava ele no meio da imensidão infinita onde o azul do mar e o azul do céu se misturavam com seus tons degrades... Estava ali, em busca de uma nova rota, onde tudo parecia ser tão calmo e tranquilo... Pequeno veleiro, banhado com a doce luz do pôr-do-sol, deixando-se levar pela correnteza acompanhado pelos botos que dançavam ao seu redor, felizes pela companhia do tão nobre veleiro. Quem estava em terra podia se deslumbrar com a beleza que se via no vulto do pequeno veleiro cercado por um corpo de dança aquático e um cenário magnífico que roubam qualquer palavra. Somente sentir era permitido... Mas o pequeno veleiro foi surpreendido por uma repentina fúria do mar. As ondas se agitaram invadindo um território que não era seu. A dança que antes era vista e admirada se escondeu no fundo do mar e o céu antes tão deslumbrante perdera sua beleza ao permitir que a negridão de nuvens enfurecidas tomassem seu lugar. As densas trevas romperam com força e a doce tranquilidade se foi. Ali estava o veleiro perdido, sem direção e imerso no caos... O mar o judiava à tal ponto que ele, o pequeno veleiro, chegou a pensar em desistir, em se entregar e ali mesmo naufragar... Mas, como tudo passa; nada é eterno, a luz do luar surge com seus passos elegantes e as estrelas irrompem os céus feito diamantes espalhados por um tecido de veludo prontos à roubar a visão até do mais distraído ser... O mar acalma, o veleiro se aquieta, os botos surgem novamente e já não há mais pavor, mais angústia, mais medo... É o deleite de se navegar por novas rotas e acompanhado por uma paisagem que por um pequeno instante parecia ser furtada, mas à tempo recuperada... Tudo passa... Tudo passa... Deus te abençoe!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sinto. Escrevo. Não tente entender...

Desde ontem me senti como se fosse uma tela pintada com uma aquarela de emoções. Uma mistura de tristeza e alegria, decepção e esperança, força e fraqueza eram pintadas dentro de mim. Nem sempre o que esperamos que aconteça, acontece! Nem sempre o que esperamos realizar, realizamos! Nem sempre acordamos querendo rir, mas sim, chorar! Nem sempre nos preparamos pra enfrentar os gigantes, mas eles estão sempre ali a nossa frente! Quando tudo parece que deu errado, deu certo! Quando achamos que tudo está perdido..., olha a luz ali na frente... Nestes dias, em uma troca de e-mail com um amigo, falávamos sobre subir o Himalaya (claro que era uma forma de expressar as dificuldades que estavam sendo enfrentadas no momento)! Então, fiquei pensando... pensando... e cheguei a uma conclusão: "Pra subir um 'Himalaya' tenho que enfrentar não a montanha, a falta de oxigênio, o frio, o desfiladeiro, os bichos, a mata, ou o que quer que seja... Tenho que enfrentar o meu EU!" O 'eu' que quer vencer minha ousadia de tentar dar mais um passo, quando ele mostra o quanto estou longe do chão... O 'eu' que quer vencer minha força de conseguir subir mais um pouco, quando ele mostra a minha pequenez diante da imensa vista... O 'eu' que quer vencer a alegria de saber que terei a recompensa depois da luta, quando ele mostra que talvez a alegria seja passageira... O 'eu' que quer vencer a minha esperança de que com paciência e perseverança chegamos onde traçamos nosso alvo, quando ele mostra que posso lutar em vão e cair lá do alto... Eita "eu" que dá trabalho! Você já se sentiu assim? Uma tela pintada com emoções variadas?
É a luta da carne com o espírito! A luta da minha fé com meu medo! A luta que travo todos os dias... Já diz uma canção antiga e que eu gosto muito: "Essa paz que sinto em minha'lma /Não é porque tudo me vai bem/Essa paz que sinto em minha'lma/É porque eu sigo a quem é fiel/Não, não olho as circustâncias, não, não, não.../Olho seu amor, seu grande amor.../Não me guio por vista.../Alegre sou..."
Assim caminho com pequenos passos de fé. Enfrentado meus sentimentos, buscando resposta aos meus questionamentos, não deixando minha mente e coração serem guiados pelos que meus olhos assistem diariamente... Me sinto pequena, é verdade, diante de tudo que está diante de mim. Me sinto, muitas vezes, incapaz de realizar até mesmo pequenas coisas. Me sinto, perdida, diante de tantos sonhos que desejo realizar. Se eu sou complicada? Você ainda tem dúvida? Nem eu mesma me aguento...rs Mas aí é que tá o grande segredo. Existe um manual perfeito dessa fabricação enrolada e se você não encontrar o manual é melhor falar diretamente com o "FABRICANTE". Todos nós, inclusive você, tem seus momentos de delírios, de inseguranças, de medos, de querer voltar ao invés de continuar. Vontade de parar, de sair correndo, sumir... Somos humanos. Falhamos. Conseguimos. Erramos. Acertamos. Choramos. Sorrimos. Crescemos. Amadurecemos. Sentimos dores. Sentimos alívio. Sentimos prazer. Sentimos a vida! Pensamos certo, outras vezes, tudo errado. Achamos que entendemos, e por vezes, não entendemos nada... Rsrs... não tente entender isso que escrevo, talvez ao terminar de escrever tudo isso, nem eu mesma entenda. Sou assim, jorro o que sinto e depois me questiono: "Tininha, o que você tá querendo dizer com tudo isso? - respondo sem hesitar: "Sei lá! Sinto e escrevo." Mas uma coisa é certa: Deus com sua maravilhosa graça olha pra nós e com Seu humor dá uma boa risada das nossas peripécias. Sim, Ele ri. Ele sabe que dependemos dEle e quando tentamos ousar fazer qualquer coisa por nossas forças, por nosso mérito, por nós mesmos, Ele senta e fica nos observando. Ele, o Fabricante, conhece bem as peças que carregamos nessa máquina de carne e ossos. Como Pai, Ele nos observa pra ver até onde vamos; porém, isso é certo: "Ele sempre está por perto!" Então, respiro fundo mais uma vez, olha pra linha do horizonte e suspiro. A caminhada é longa. Desistir agora não vale à pena. Que venham os desafios, os gigantes, os sentimentos, as emoções, as circunstâncias... O Fabricante sempre tem a solução pra tudo. Algumas vezes, Ele conta os segredos, em outras, Ele deixa que nós os descubramos... Que o Fabricante da humanidade abençoe nossas mentes e corações!