quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Uma carta ao Poeta...

Me silencio ao ler suas poesias e aceito o seu convite de mergulhar em seu grande livro. Me sinto pequena, confesso,.. me sinto menina... tão distante do que desejas e com tanta fome de saciar sua vontade...
Seu poema escrito com lágrimas pude ler na cruz que ficava lá no alto. Perguntei-me, por várias vezes, como suas mãos suportaram escrever profunda poesia de amor?...
Nenhum humano por mais sensível e amável que fosse, faria tal coisa...
Suas lágrimas marcaram as páginas, mas ao virar a folha seu olhar brilhou...
Sim, deu certo...
A poesia não seria uma lamuria, não seria só sofrimento... ela escondia a esperança, a oportunidade de brindar a vida.
Como podes me surpreender tanto?
O que te inspira com tanta graciosidade?
Sim, me silencio...
Leio suas páginas e me pego sorrindo, confesso que também choro; me sinto livre e ao mesmo tempo escrava...
Escrava de um amor que não posso compreender...
Escrava de uma vida que só em Ti pude encontrar...
Minha sobrevivência está na Sua essência e sem ela me perco, nada sou...
Perdoe-me Poeta por ser tão tola... falta-me sabedoria, falta-me conhecimento. Mas, não posso negar que tenho sede de seu amor e só em suas palavras sacio minha fome...
Poeta, permita-me te pedir uma coisa:
Derrame seu coração no meu, permita-me ter a sua essência em mim?
Meu eterno e amado Poeta...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Beleza do amor...

" Tenho, porém, contra ti apenas uma coisa: Abandonaste o teu primeiro amor!"
Cercados, estamos por todos os lados, de mentiras, falsidades, hipocrisia, violência, desonestidade, maldade, crueldade, mortes... e a lista é quase infinita...
Diante de tudo isso, muitas vezes, nos deixamos levar por aquilo que nossos olhos vêem. Ficamos indignados com a injustiça, reclamamos quase o tempo todo do mundo caótico em que vivemos, deixamos que a esperança fique pendurada por uma linha tão fina, quase imperceptível.
Quando damos por nós, nosso coração está fragilizado, angustiado, a revolta se torna tão forte diante das impunidades que nos misturamos à multidão que age com os mesmos erros dos que erram por prazer...
Não é errado se indignar, muito pelo contrário, através dela podemos gerar atitudes que façam valer o que é correto...
Não é errado e nem pecado sentir angústia diante do horror que nos cerca, mas não podemos alimentá-la...
O perigo que corremos é justamente cair no erro da Igreja de Éfeso: "deixar de viver o primeiro amor".
O amor tem características que vão além da nossa compreensão, muitas vezes.
O amor acredita, mesmo quando tudo está contrário à ele.
O amor se entrega, mesmo quando nada recebe de volta.
O amor não manipula, não usa, não é interesseiro...
O amor é a escolha de fazer o bem quando vem o que é mal; de se doar, mesmo quando não se tem nada à oferecer...
O amor gera vida onde há morte, gera reconstrução onde há destruição, gera esperança onde há angústia...
A beleza do amor não está nas palavras doces, gentis, sim, está também aí, mas ela é percebida nas atitudes. Pequenas atitudes: dar de comer ao que tem fome, confrontar a mentira com a verdade em palavras brandas, é ser diferente quando a massa diz que o errado é normal...
O amor está em extinção e um dia Deus nos dirá: "Tenho contra você, somente 'uma' coisa: abandonaste o teu primeiro amor".
Te convido por um momento à refletir sobre isso. Quem sabe a solução do clamor que se ouve por aí não desabroche com nossas pequenas atitudes...
Deus nos abençoe!