domingo, 21 de fevereiro de 2010

A real história de um pescador...

Sentado na grande pedra seus olhos se perdiam diante do imenso mar.
O céu parecia uma tela de pintura onde as cores se mesclavam em tonalidades quentes.
O vermelho, o laranja e o amarelo se misturavam docemente e mergulhavam no azul divinamente encantador das águas quentes do mar. A pele queimada pelo sol, os cabelos agitados desvairados pelo vento e em suas mãos uma rede de pescar. Homem rústico, pedra bruta. Mas escondia no fundo do seu ser um amor que ele mesmo precisava descobrir. Peter sentia uma dor no peito, sua mente viajava em meio a turbilhões de pensamentos. Sentimentos de angústia e de culpa pairavam sobre seu ser.
Deixou que uma lágrima escorregasse pela face e se misturasse com a água salgada do mar. - Vou pescar! – murmurou, descendo da pedra a caminho do barco na margem da praia. Alguns de seus amigos que estavam por ali ficaram observando a atitude de Peter. Era fácil perceber que ele se sentia anestesiado com os últimos acontecimentos. Seus amigos não queriam deixá-lo sozinho: - Vamos com você! O sol adormecia lentamente, deitando seu corpo brilhante por trás do mar e a lua surgia toda exuberante brindando o anoitecer, acompanhada das estrelas que timidamente surgiam. Durante toda a noite, Peter ficou calado.
Entre cada lançar de rede se questionava: - Será que tudo foi real? Ou sonhei? Nada pescaram e voltaram cansados e frustrados. Mas quem era aquele homem assando peixe na praia? Onde ele conseguiu pescar? – Peter se assustou e ficou desconfiado. Um amigo sussurra em seu ouvido: - Peter será que ele é... Será que ele é quem estou pensando? – Peter sente um misto de alegria e de medo. - Ei, amigos! Dia lindo, não acham? Vocês têm algo pra comer? – disse o homem virando o peixe na brasa. Todos fitaram em seus olhos e alguém baixinho respondeu que não... - Se quiserem uma boa pescaria, subam no barco e joguem a rede do lado direito. – deu um sorriso e uma piscada! Confusos e sem saber por que, todos entraram no barco e obedeceram ao homem prontamente. - Hei! Ajudem-me!!! A rede vai rasgar... – os pescadores desacreditados com o que viam começaram a se unir para poder chegar até a margem... - Tragam aqui os peixes e vamos comer juntos! – disse o homem sorridente e com um olhar penetrante. Ninguém ousava dizer nada, sabiam quem ele. Comiam quietos até que o homem chamou Peter de lado. - Peter, você me ama? – disse o homem olhando nos olhos de Peter. Peter se lembrou do dia em que o homem o chamou para se tornar um pescador de homens, do dia em que ele, o homem, curou sua sogra... - Sim, você sabe que te amo. – disse baixinho... Passou um tempo e o homem olhava novamente dentro dos olhos de Peter e lhe perguntou novamente: - Peter, você me ama? Peter se lembrou dos milagres, das conversas íntimas, da noite que cortou a orelha do policial antes da prisão do homem... - Sim, você sabe que te amo... Depois de mais algum tempo: - Peter, você me ama? Peter sentiu-se mal com a pergunta pela terceira vez e se lembrou do dia em que negou o amigo no momento em que ele mais precisava. A dor da culpa e a angústia brotaram de seus olhos em forma de lágrimas... - Ah! Você sabe todas as coisas... Você sabe que te amo! – um soluço escapou e o choro surgiu levemente... Peter não tinha idéia de que aquele era o momento da sua cura, da libertação da sua alma, do lapidar do seu caráter. O homem abraçou Peter com sua graça e com um amor jamais visto e demonstrado por qualquer outro ser humano... A história de Peter mudou. Sua história também pode ser mudada através deste mesmo homem: Cristo!
(Baseado em Jo. 21)
Deus te abençoe!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Um conto que conto...

Sente numa poltrona confortável e leia com um coração de criança... "Seu coração era simples e inocente. Ainda não havia conhecido o amor, só tinha escutado a pequena palavra através da boca de gigantes que a rodeavam em seu mundo de sonhos. Seus olhos eram tristes e serenos, seu sorriso tímido, mas contagiante. Embora, fosse reservada e se sentisse segura em sua solidão, ansiava estar cercadas de amigos e encontrar um verdadeiro e eterno amor. Ainda menina, sem a malícia conhecida por tantas outras, vivia sonhando... E nem precisava dormir pra sair do mundo real. Sua mente era a estrada em que viajava, sem rumo, sem um norte, sem um ponto final. Desaguava seus puros sentimentos através de suas canções e seu companheiro fiel era um velho violão. Suas canções eram doces melodias que envolviam até mesmo os pássaros que a observavam na janela; enquanto cantava os pássaros faziam o contracanto como se já houvessem ensaiado. Até que um gigante roubou seu coração e a fez conhecer a dor de uma paixão, mas não foi digno de tê-lo, não foi suficientemente homem para cultivar nobre sentimento. Pisou em sua sensibilidade, rasgou sua veste imaculada e a jogou em uma lata como se fosse lixo. Ela conheceu a dor! E com a dor foram jogados num fundo baú empoeirado seus sonhos... Quem é que acredita no amor? Mas o tempo é um amigo paciente e enxugou as lágrimas da pequena menina. Ela foi buscar no vento a resposta pra sua dor, este sorriu e a abraçou mostrando que somente ela poderia fazer a escolha de carregar as pedras ou depositá-las no altar feito no alto cume. Ela sentiu medo. Havia muitos bichos e mata pra enfrentar na íngreme subida. Mas sabia que sua vida estava sendo consumida e só cabia a ela mudar a trajetória... Dando pequenos passos e enfrentando os perigos conseguiu chegar ao lugar onde estava o altar. Uma a uma foi colocando as pesadas pedras e num choro silencioso fez uma pequena prece: -“Me desculpe em não saber falar direito, mas estou aqui porque roubaram minha felicidade e eu sem forças depositei meus sonhos num velho baú. Já não conheço mais as canções que entoava e não sei mais sorrir. Mas, se podes devolver a minha vida, recebe essas pedras como uma oferta de misericórdia e me ajude a ser quem um dia eu fui... Amém!” Sua oração foi tão sincera que os céus se moveram. As pedras que outrora, pousavam no altar foram consumidas por um raio e todo o peso que a pequena menina carregava se foi. Ela sentiu uma alegria brotando do seu interior e desceu aquele monte dançando e cantando; mal sabia ela que o que tanto seu coração buscava a aguardava no pé da montanha..." Deus te abençoe...