quinta-feira, 29 de julho de 2010

Momentos sagrados...

Se existe um tempo que eu guardo em minha memória como se guarda um diamante em um cofre, este tempo é a infância.
A infância é sagrada!
É um momento mágico onde as nossas inocentes fantasias são varinhas de condão.
Não recordo-me de nada sofisticado, tecnologias ou coisas assim...
Lembro dos meus brinquedos: uma casinha, fofolete, suzi, peteca, escova de cabelo redonda (meu microfone...rsrs), piscina redonda de 1000lts. verde, uma bicicleta que só usei quando podia andar com as rodinhas laterais. Quando meu pai as tirou, parei de andar... Acreditem ou não: "Não sei andar de bicicleta!" rsrsrsrs
Ah! Mas vivi momentos que me fazem suspirar até hoje...
Lembro de um parquinho que ficava bem pertinho de casa. Minha mãe costumava me levar pra andar de velotrol (lembram deste brinquedo?). Mas o que eu gostava mesmo era subir num pequeno monte gramado (hoje, chamaria de pequenina ladeira) e deitava no chão e rolava livremente com a roupa cheia de matinhos grudados...
E quando eu quase destruí minha casinha de brinquedo querendo ser a "mamãe"!?...
Abri o forninho, coloquei uma vela acesa, enchi a panelinha de latão com água, pitada de sal, arroz cru e um pouquinho de matinho (pra dar sabor, claro...rsrs) e fiz que ia cozinhar... A minha panelinha de latão virou um lixão. Ficou tostadinha...
Ah! Tempo bom...
Tinha uma piscina verde redonda de 1000lts. que compartilhava com minhas amigas. Acredite! Nessa piscina cabiam umas 03 garotinhas...rsrs... Mas, quando não havia nenhuma amiga pra brincar "tacava" sal na água e fazia naquele meu círculo mágico a minha praia...
Nunca alcançava a cor desejava. Branca era. Branca ficava...rs
Hoje, já fabricam casinhas de tecido ou plástico...
No meu tempo (não muito distante...rs) eu unia as duas poltronas de cabeça pra baixo, cada uma e cobria com um lençol. Pronto! Minha casinha estava pronta...
Não tínhamos necessidade de ter muito mas com o pouco que tínhamos eu e minha irmã soubemos aproveitar bem...
Fazíamos caixinhas "porta-treco" com palitos de sorvete...
Bordava em pequenos lencinhos desenhos alienígenas... rsrsrs... na tentativa de bordar uma flor, uma casinha, uma criança...
Ah! Tempo sagrado...
Tenho a impressão que o Criador sentado em Seu trono tinha o desejo de se tornar humano e brincar ali comigo, ri das minhas travessuras (micos), dançar comigo as músicas do Balão Mágico, Trem da Alegria, Patotinhas... Fico imaginando o Criador com o desejo de sentar na beira da minha cama contando as histórias do Snoop, Sítio do Pica-Pau Amarelo...
Mas... Quem foi que disse que Ele não estava ali?
Ah! Embora eu não o visse com meus olhos sempre tive a convicção de que Ele era e é presente em cada momento da vida...
Mas a infância é sagrada! É sagrada porque é regada de pureza, inocência...
É o infantil misturado com o divino quando você olha pra o céu e nas nuvens começa à enxergar bichinhos e em sua mente montar histórias incríveis... Quando a meia-luz você brinca com as sombras e desenha animais na parede sem tinta... Quando você assopra um canudinho regado de água e sabão e sopra na asas do vento e voa juntamente com elas que de forma tão leve e encantadora explodem suavemente espirrando gotículas de águas em nosso rosto suado de tanto brincar...
Infância é sagrada e deve ser respeitada...
Ah! Que saudade eu tenho...

Deus te abençoe!

domingo, 18 de julho de 2010

Aquarela




Mais um poema meu escrito nas páginas do DESCANSO DA ALMA onde meu amigo poeta, Thiago Azevedo abre as portas pra uma simples aprendiz...

Atenção!

É necessário ler com o coração pra sentir a alma ser acariciada!

Deleite-se aqui...

domingo, 11 de julho de 2010

Marcas e Remarcas...


Toda menina sonha ser amada
Viver um romance, um sonho, um conto de fadas
Mas a vida ensina que príncipes não existem
Sapos não devem ser beijados
A varinha mágica só sobrevive na infância
Quando a adolescência chega
Não passa de uma viagem dentro de um casulo
A menina torna-se mulher
Processo dolorido e conturbado
Já se passaram os bons tempos...
Não há como esquecer aquele primeiro amor
Quando ao despertar a mente nos leva diretamente à ele
Durante o dia, nossos pensamentos estão algemados nele
E à noite adormecemos pensando nele...
Saiu do casulo, o livro de contos se fecha...
As marcas que se carregam são cicatrizes de dor e decepção
O abandono, a troca, o menosprezo, a solidão...
Ela foi marcada pela dor
E como se isso não bastasse
Sempre havia quem cutucasse sua cicatriz
Uma história fora escrita com lágrimas e mágoas
Quem seria doido de fazer um novo roteiro?
Só quem passou pela dor
Sente a dor do outro
E nessa cumplicidade um pequeno broto de esperança
Surge em um galho seco de árvore
 Quem disse que enfrentar o mar bravio é pra qualquer um?
Nadar contra a maré, cansa!
Mas quando se sonha se vive
E quem vive precisa aprender à lutar...
Ela lutou...
Atravessou o mar revolto
Em suas mãos há um livro cujas folhas estão em branco
Um novo roteiro será escrito
Um amor que jamais imaginou viver será vivido
A festa está pronta
O noivo no altar à espera
E ela entra por entre as flores e convidados
Pra dizer à todos presentes e no seu álbum de fotos
"Eu encontrei o amor"
Essa história não tem fim.
O amor deve ser cultivado todos os dias
Lapidados pela compreensão, respeito e perdão
Só se coloca um ponto final
Quando alguém dá seu último suspiro
Não pra libertar o outro da "algema"
Mas pra deixar na lembrança
A marca verdadeira
De um amor bem vivido, contruído
Alicerçado na esperança e na fé!


Dedico este poema à um casal de amigos que acabou de se casar. Reescrevem uma nova história de amor onde nem todos tinham fé e nem queriam acreditar... S&D ~> Deus abençoe a nova vida de vocês!