Algumas histórias precisam ser revividas e quando viajamos pelo túnel do tempo nos damos conta do quanto é importante cultivar e cuidar bem do nosso grande amor!
De mãos dadas, caminhavam em busca de recordações que o tempo deixou fotografado em seus corações. Seus rostos já não eram aveludados como um pêssego, seus cabelos eram brancos como a alva lã, seus passos já não eram tão agéis e seguros. Mas o amor... Ah! O amor parecia renascer junto com o amanhecer. Ele era o cúmplice leal dos dois.
Lembravam do tempo de namoro, quando sentavam no banco da praça e saboreavam a maçã do amor; no meio de uma mordida e outra, uma jura carinhosa de amor escapava dos lábios para flechar o coração um do outro.
Lembravam do dia em que ele a pediu em casamento. Riram por um momento e as lágrimas vieram aos olhos:
"Lembra, querida, quando lhe levei ao cinema para assistirmos um romance? Ao terminar a última cena, pedi que todos os presentes fossem testemunhas do que iria acontecer ali. Fui à frente de mãos dadas com você e todos os olhares nos acompanharam. Ajoelhei-me aos seus pés e do bolso tirei uma pequena caixinha que guardava o símbolo infinito da escolha que fizemos e vivemos até hoje, e ternamente pedi a sua mão. Pensei que não conseguiria, meu coração estava tão acelerado, minha respiração ofegante, minhas mãos tremiam. Não era uma decisão qualquer. Era um convite pra dividir com você toda a minha vida!
Você chorou... Não conseguia dizer nada. Seus olhos brilhavam seu sorriso misturou-se com as lágrimas e baixinho ouvi de seus lábios: Sim!"
Pararam por um momento e lá estava a pracinha onde namoravam. Sentaram no mesmo banco onde tantas vezes, enamoraram e viram um filme passar em suas mentes.
E no dia do casamento? Ele, tremendo no altar aguardando sua amada e ela nervosa no carro querendo logo entrar pela porta da igreja.
Ah! Que dia!!! Simplicidade e beleza inundaram todo o ambiente. Flores e luzes perfeitas!
A noiva parecia uma princesa dos tempos medievais e o noivo, um menino que não se cabia de tanta felicidade.
Passaram os anos e vieram os filhos. Dos filhos vieram os netos e até bisnetos já tinham...
Lembraram dos anos difíceis, quando ele havia perdido o emprego por causa da crise que se abatera na cidade e ela ao seu lado, batalhando e criando jeito e formas para o ajudar. Venceram!
Lembraram do difícil momento em que por um segundo, ele quase perdera sua metade quando ela enfrentou uma enfermidade que lhe abatera tão cruelmente. Ele não saiu do seu lado nem um instante sequer.
Lembraram das crises e das diferenças e riram delas...
Lembraram dos desafios e das tristezas e sorriram...
Até que as palavras se reservaram dentro de seus corações e somente a troca de olhares eram suficientes pra dizer tudo o que sentiam: "o antigo amor continuava novinho!"
Ele teve a oportunidade de ter tantas mulheres, mas ele sabia que ela era única.
Ela teve a chance de deixá-lo quando pediu que fosse viver sua vida no momento em que surgiu a sua enfermidade; ela não suportava vê-lo sofrer com a dor que tanta a incomodava e ele firme ali.
O amor os havia feito escravos!
Agora na velhice, depois de tantos anos, lá estavam eles sentados no passado, vivendo o presente e compartilhando o futuro que sonhavam.
Sim, eles sonham! E este sonho alimenta a esperança de um futuro melhor.
Quando atravessarem o portal da vida e encontrarem a morte, sabem que lá na eternidade o amor perdurará!
"Assim, permanecem agora estes três:
a fé, a esperança e o amor.
O maior deles, porém, é o amor!"
(I Co. 13:13)
Deus te abençoe!