domingo, 23 de janeiro de 2011

O silêncio e eu

Menina fui cercada de amigos invisíveis
Cantava para um público da minha imaginação
Encenava dramas diante do espelho
Era o silêncio e eu
E, às vezes, um violão

Aprendi o silêncio desde pequena
Nunca soube questionar
Tinha vergonha de perguntar
Carregando mochilas de questionamentos
Era o silêncio e eu
E a arte de vagar

Presa na bolha do medo
Mergulhada nas tempestades da insegurança
Travei guerras comigo mesma
Algumas venci e outras perdi
Era o silêncio e eu
Em busca da liberdade usufruir

Viver é caminhar na corda-bamba
Desaguar sobre travesseiro na solidão
Rir das lembranças que marcaram
Procurando guardar o coração
É o silêncio e eu
A companhia que faz enxergar quem de fato, sou!


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sorriso e gargalhada


Foto: Ana Karen

Gosto do sorriso que nasce sem motivo
Da gargalhada liberta dos males, dos perigos
Gosto do sorriso que me cativa por si só
Da gargalhada que do nada brota e que não dá nó

Gosto do sorriso que rouba outros sorrisos
Da gargalhada sapeca, da gargalhada moleca
Gosto do sorriso que nasce do olhar
Quando os olhos gargalham por encontrar quem amar

Gosto do sorriso que me assalta a tristeza
Da gargalhada quente que até me faz chorar
Gosto do sorriso que surge na timidez
Da gargalhada gostosa que só é abafada quando posso beijar

Gosto do sorriso que se mistura com as lágrimas
Da gargalhada feliz que contagia e não disfarça
Gosto do sorriso que há na simplicidade
Da gargalhada boba, da gargalhada esculhambada