domingo, 27 de março de 2011

Ah! Quem dera...


Ah! Quem dera ouvisse a minha voz...
Não, não a voz que se faz ouvida por meus lábios
Não é a voz que dança no ar e descansa em seus ouvidos
Não é essa a voz!

Ah! Quem dera ouvisse a minha voz...
Aquela que buscou um refugio em minha alma
Escondeu-se no âmago do meu coração
Desfaleceu nos meus sonhos.

Ah! Quem dera ouvisse a minha voz...
A voz que sussurra pelo olhar
Que busca o aconchego de seu amor
Que emudece no calor do seu abraço.

Ah! Quem dera...
Ah! Quem dera...
Quem dera percebesse que a voz que não é uma pronúncia
É só um murmúrio tímido que busca ser encontrado
Nas entrelinhas do meu olhar.

Ah! Quem dera...

domingo, 13 de março de 2011

Eu te amo mesmo não entendendo porque você age assim...


Desculpe, esse é um papo entre Deus e eu...
Se você quiser participar dessa conversa deverá ter coragem de dizer o que sente.
Repito: sente!

Estou dentro de uma gaiola
Quero abrir minhas asas e voar bem alto
Não, não quero voar como gaivota, nem como borboleta, ou outro bichinho meigo qualquer...
Eu quero ter as minhas próprias asas e voar bem alto.
Quem sabe lá de cima eu consiga entender a minha pequenez!
Quem sabe lá de cima eu perceba que mesmo dentro de uma gaiola eu possa me sentir livre.
Será?
Estou tão cansada...
Me sinto péssima quando não consigo sair do lugar porque não tenho coragem de arriscar...
Sim, sou medrosa...
Sim, sou indecisa...
Sim, sou tudo isso e mais um pouco!
Sempre voei baixinho, embora minha cabeça sempre estivesse mergulhada nas nuvens...
Vejo os dias passarem e muitas das minhas preces parecem ter evaporado com o hálito do vento.
Não duvido que as respostas não cheguem porque o silêncio já diga que não é bom pra mim...
Mas todas elas?
Não quero ganhar o céu...
Não quero ganhar a terra...
Quero desfrutar pelo menos o que semeei...
É... uns plantam e colhem...
Outros plantam...
Outros colhem...
Uns possuem asas e voam...
Outros possuem asas e caminham...
Há quem possua asas e vegete.
Mas apesar de toda essa angústia que me consome...
Apesar dessa gaiola que me sufoca...
Apesar dessa dor que sente meu corpo...
Apesar de todos os pesares que tenho vivido...
Mesmo sem compreender o que deseja de mim nesse tempo...
Mesmo sentindo raiva de Sua aparente indiferença...
Mesmo sentindo vergonha e constrangimento de Sua graça...
Mesmo não entendendo Seu silêncio...
Mesmo não vendo Suas mãos trabalhando...
Mesmo não vendo suas pisadas na trilha do mar...
Mesmo impedida de voar...
Apesar de tudo e sem entender nada:
Eu te amo!

Deus continua em silêncio!
E eu continuo aguardando a resposta dentro da gaiola.



terça-feira, 8 de março de 2011

Menina Mulher...



Sou menina
Sou mulher
Sou frágil
Sou forte
Sou brisa
Sou tempestade
Sou falha
Sou perfeccionista
Sou risonha
Sou chorona
Sou melancólica
Sou medrosa
Sou ponte
Sou abrigo
Sou uma colcha de retalhos feita de pedaços de erros e acertos...
Sou um fonte que jorra lágrimas e sorrisos...
Sou pequena diante dos desafios...
Sou aprendiz diante da paciência e perseverança...
Sou o mar que vai e volta
Sou a rosa escondida cheia de espinhos no canto de um jardim
Sou a chuva que refresca
Sou a primavera dos seus olhos
Sou o outono de suas tardes
Sou menina aprisionada dentro do corpo
Sou mulher algemada na gruta da alma
Sou simples e delicada
Sou complexa e bruta
Sou uma pedra a ser lapidada
Sou uma escultura feita pelas mãos do Autor da Vida...
Sim, essa sou.
Sou e não sou
Sonho ser e estou longe de alcançar...
Já fui sonhadora demais
Mas os anos passaram e revelaram que sou alguém que caminha nos paralelepípedos da vida...
Sou menina
Sou mulher!