quinta-feira, 14 de março de 2013

Toca uma canção pra mim?


Quando perceber que estou quieta
Que o dia está nublado
Que a esperança está por um fio
Toca uma canção pra mim?

Quando ver que estou calada demais
Que o meu silêncio está gritando
Que há uma nascente nos meus olhos
Toca uma canção pra mim?

Quando o inverno for intenso
O outono, nostálgico
E as estações trocadas
Toca uma canção pra mim?

Talvez, as notas musicais chamem minha'lma para dançar
Talvez, um sorriso brote sem eu esperar
Talvez, me sinta livre para voar
E mesmo que nada disso aconteça
Toca uma canção pra mim?


domingo, 10 de março de 2013

Conselhos de Lizzie para Ana Cristina


Sentada sobre o lençol ela permanecia compenetrada na leitura do livro que tinha nas mãos, não percebeu que ele aproximou-se devagar.

- Bom dia senhorita, poderia me indicar um local onde possa passar uma noite, nessa agradável cidade?

- Deveria perguntar aos guardas do parque. – respondeu sem erguer os olhos.

- Sinto muito. É que estou há algum tempo a observá-la e não resisti em me aproximar. É uma das criaturas mais adoráveis que meus olhos já tiveram a oportunidade de observar.

- De onde o senhor saiu?! Disse já aborrecida por alguém interromper-lhe o passatempo. – Oh! Mil perdões, Sr. Darcy não imaginei que seria o senhor! Mas, espere! O que faz aqui, em meu mundo?! Ou melhor... o senhor é um personagem de livro, não existe!

- Desculpe discordar de tão encantadora senhorita. Poderíamos estar conversando se eu não existisse?

- Ainda não perdi o juízo. Recuso-me deixar enganar pelas loucuras de minhas divagações. O senhor está preso ao campo da ficção literária e não há nada no mundo que me diga ao contrário.

- Mais uma vez terei que discordar, espero que esse não se torne um hábito entre nós, porque temos muito a conversar.

- Não, não me deixarei levar por essa loucura!

- Está bem. Digamos apenas que eu seja como diz, fruto de uma extraordinária mente humana, porém essa mente é a mente de uma mulher. Então se sou fruto da sensibilidade de uma mulher, por que não poderia saltar daquela, para essa mente: a sua?

- Confesso que em meus mais íntimos e profundos sentimentos o imaginei como está nesse momento.

 - Pois tenho que dizer que foram exatamente esses desejos que me trouxeram hoje aqui.

- Desisto de resistir. Pode me dizer com que propósito veio até mim?

- Sim, claro – respondeu prontamente. Elizabeth enviou-me.

- Elizabeth?!  Como?!  Vai me dizer que ela está por aí também?!

- Não. Minha Elizabeth apenas sentiu suas necessidades. Embora desconheça, vocês são semelhantes em tudo. Não duvidaria se descobrisse que são irmãs.

- Eu?! Parecida com Elizabeth!? Não quero parecer grosseira, mas o senhor enlouqueceu.

- Sim, muito parecidas. Você, como ela, dispensou o melhor de si para seus pais e família. É dedicada ao que acredita. Tem paixão por livros e romances. E, tal qual Elizabeth, espera viver o amor que lhe arrebate a alma. Nasceu para viver esse amor, embora duvide que lhe seja devido. Não me demorarei mais, aqui está.

Ela estendeu a mão e pegou o envelope com seu nome. Então abriu-o e desdobrou o delicado papel, que dizia:

Prezada Ana Cristina,
Imagino que nesse exato momento, os adoráveis olhos verdes de meu doce Darcy estão postos sob sua figura ímpar.
Não posso deixar de mencionar que há tempos sinto suas emoções vibrando de forma tão intensamente pura, que lhe inflamam a alma.
Queria poder entregar-lhe pessoalmente esta mensagem, mas duvido muito que preferiria minha presença a de Darcy, afinal, sei bem do que são capazes de provocar seus magnéticos olhos. Fique tranquila, não me sinto enciumada do ardor de sua consideração para com ele, tanto que o incumbi da missão de entregar-lhe essa mensagem.
Tina, ame. Ame como se disso dependesse o renovar de seu fôlego de vida. Nem mais, nem menos, apenas o que bastar para que o néctar da vida permaneça inalteradamente apreciado por você. Porém, não se deixe levar pela interminável lista de tarefas, elas lhe roubam o apreciar da existência. Pode ser que seu Darcy a esteja observando. Tentando lhe atrair a atenção, e quem sabe seu aparente descaso, o faça sentir desprovido de atributos para estar ao seu lado.
Busque tempo para namorar a natureza, respirar o ar puro, sem estar atrelada a infinitas responsabilidades.
Escreva. Escreva muito, sobre nada, sobre o tudo, sobre o cheiro das coisas, sobre a ausência de afeto, sobre a carência do mundo. As pessoas precisam de suas falas, de suas palavras, de sua sensibilidade. Ao escrever, você lhes empresta a magia da existência que só podem ser vistas pelos seus olhos.
Se tiver que chorar, não chore por sentimentos passados, muito menos por situações ainda não vividas. Chore para libertar a alma, chore pela emoção de uma prece, chore ao ler uma poesia.
Inspire as pessoas que estão ao seu redor, e lhes permita inspirar-te.
Enfim, creia. Creia por si mesma, creia pelos Escritos Sagrados, creia por meio dos que te são iguais, assim terás uma fé pura, isenta de dogmas doutrinários e fadada a ser apenas barulho, destituída de efeitos práticos.
No mais, suspire ao ler minha estória, se emocione ao lembrar-se de Darcy, e abra bem os olhos, tão certo como encontrei meu Darcy, em algum lugar, muito mais perto que imagina, seu Darcy a observa e quer se achegar!
De quem te estima,
Elizabeth.

Com os olhos marejados, ergueu-os em direção ao seu mensageiro, mas Darcy havia sumido, e seu livro também. Ana Cristina não podia acreditar, mas ainda segurava a carta em suas mãos.

Ergueu-se e dirigiu-se para casa, a pensar se tudo não passara de um sonho, mas a carta não deixava dúvidas de que de alguma parte, Elizabeth enviara Darcy para lhe abrir os olhos ao amor.

Noh Oliveira

***
Esse é um presente que ganhei do Meninas do Reino hj, no meu aniversário.
Emudecida e emocionada só posso agradecer a Deus por me presentear com amigas que só me enriquecem com suas amizades e me ajudam a ser uma pessoa melhor.
Meninas, amo vcs, filhotes: Noh, Andréa, Di Luz, Roberta, Simone, Carlinha, Luciana, Simone e Nina

terça-feira, 5 de março de 2013

Não aprendi a voar


Nasci dentro de uma gaiola
E depois de tanto tempo
A porta se abriu

Senti medo...

Mesmo tendo asas
Nunca aprendi a voar


sábado, 2 de março de 2013

Casa vazia




O ano voa...
A casa que outrora tinha vozes, sombras 
Hoje é só uma casa vazia

Vazia de abraços
Vazia de beijos
Vazia de risos
Vazia de conversas

Depois de um passeio
Quem espera na porta é a maçaneta
Um nó na garganta
Uma dor no peito
Um sonho buscando adormecer
E a casa continua vazia

Passa um dia
Passa um mês
Passa um ano
E a casa tá vazia

Mas uma esperança, ainda que pequena brota...

O som é ligado
As janelas são abertas
As plantas são regadas
E uma prece é feita

A casa está vazia
Mas eu ainda estou repleta!