terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A semeadora de palavras


O sol rompeu com força e o céu era uma aquarela magnífica

Nas mãos da pequena menina um punhado de sementes.

Mas não eram sementes qualquer, o formato era estranho.

Algumas tinham furinhos, outras eram delineadas e ainda outras um tanto tortas...

Com as pequenas mãos acariciou a terra e fez um buraco que cabia a palma de sua mão.

Plantou algumas sementinhas e acariciou a terra novamente fazendo com que a terra abraçasse as sementes com carinho.

Regou com sorrisos.

Regou com uma esperança desconhecida.

Novamente acariciou a terra e fez mais alguns buracos até que todas as sementes estivessem repousando como uma criança dentro de um cobertor bem quentinho.

Regou com sorrisos.

Regou com uma esperança desconhecida.

Vieram dias nublados e dias ensolarados.

Vieram tempestades e dias com cara de felicidade.

Até que um broto surgiu delicadamente e tímido.

Vieram dias chuvosos e dias com um lindo arco-íris.

Vieram dias de lágrimas e dias de sorrisos.

A primeira flor nasceu anunciando que o fruto logo surgiria.

Até que em uma manhã, o coração da pequena amanheceu com uma alegria que não cabia dentro dela.

Não sabia o motivo...

Era uma daquelas alegrias que nos rouba sorrisos e nos faz dançar mesmo sem música.

Diante dos olhos da pequena uma árvore nunca vista: flores de todas as cores e um aroma jamais sentido antes...

Ela sentou-se debaixo da árvore acreditando que o milagre era a sombra e também as flores que seus olhos conseguiam enxergar, até que um vento soprou suas notas musicais e o primeiro fruto caiu em seu colo.

Seus olhos se encheram de lágrimas...

Um sorriso tomou conta de todo o seu pequeno rosto...

Delicadamente abriu o fruto e saboreou seus gomos.

Era doce e um tantinho ácido... Mas era delicioso!

E como num passe de mágica... De seus lábios brotaram os mais lindos e inspiradores poemas e poesias.

Foi quando ela descobriu que havia sido escolhida desde o ventre de sua mãe para ser uma semeadora de palavras.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Uma taça, por favor!

Façamos um brinde aos dias tristes. Sem eles não haveriam sorrisos.


Dias difíceis nunca são fáceis de lidar.

E ela sabia disso muito bem...

Precisou aprender sozinha a se virar em todas as situações e mesmo sentindo as forças se esvaindo e a esperança se dissipando paulatinamente, ela ainda lutava pra se virar.

Até que em um dia daqueles em que o céu está cinza, a rua deserta, o vazio é gritante e a dor parece estrangular a alma... Ele surge!

Ela chorava compulsivamente...

Ele silenciosamente se aproximava com cuidado.

Gentilmente, Ele estendeu suas mãos e recolheu cada lágrima em uma taça e a guardou consigo. Passados os dias, aquelas lágrimas se tornaram em uma bebida doce e suave.

Levou até ela e pediu para que degustasse cada gole devagar e com o coração aberto.

Nasceu o sorriso!

***
Texto que escrevi para o Scribe

sábado, 28 de novembro de 2015

Um tapa na saudade

Quando a saudade bate


Hoje me bateu a saudade...

Saudade de momentos que não vivi

Saudade das lembranças remotas

Saudade dos risos e das conversas de outrota



Hoje me bateu a saudade...

Saudade da roda em torno do violão velho

Saudade das composições para as serenatas dos acampamentos

Saudade das amizades sinceras



Hoje me bateu a saudade...

E devolvi o tapa

Com um suspiro

Com um silêncio

Com uma lágrima

***
Escrito por mim para o Scribe

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A fuga das palavras

Há dias em que não as encontro e não adianta procurar...


Não fiquem bravas comigo

Se me calei foi para não usá-las levianamente

Se não pronunciei uma palavra somente

Não foi porque quis desprezá-las

Só não quis 'usá-las'

Respeito sua forma e seu desenho

Respeito seu significado e quem você é

E diante de algumas situações simplesmente me calo

Não. Por favor não fiquem bravas comigo

Não fujam pra longe

Através de vocês posso falar de amor, esperança

São vocês que transformam meus sentimentos em poesias

Entendem o meu motivo agora?

Não. Não fiquem bravas comigo

Não fujam!

Permitam que o silêncio também seja o seu amigo

Há momentos que o nada é tão acolhedor

Não quero dizer com isso que não me sinto abraçada por vocês

Vocês já me emocionaram muito

Já me fizeram rir, chorar, sonhar...

Não fujam...

Sem a presença de vocês me sinto um poço vazio

Não posso saciar minha sede e nem matar a sede do sedento

Não fujam...

Mas, se não há o desejo de voltar respeitarei sua decisão

E minhas mãos não serão mais seus lábios

E meus sentimentos não mais se expressarão

Hei, Palavras! Por favor não fujam...

***
Publicado por mim no Scribe

sábado, 21 de novembro de 2015

Distância e Presença


A distância só serve pra provar uma coisa...
A falta, a importância, o amor, o afeto, o respeito,...
Quando a distância é quebrada e a presença é notada...
Aí a falta se ausenta, a importância é demonstrada, o amor aumenta, o afeto é compartilhado, o respeito é mútuo e a vida fica muito... muito mais bonita!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Difícil encontro, dolorida oração


Antes de iniciar a conversa houve uma longa pausa
O tempo em que ficou calada fora tão extenso
Que desaprendera a pronunciar uma pequena frase
Tinha muito a dizer mas as lágrimas resolveram se pronunciar antes

Aos poucos se abriu e sem graça rasgou sua alma
Não há culpa, não há ódio
Havia sim, muitas feridas, machucados
Durante anos sua mochila carregou muitas decepções e frustrações
Descobriu que as aparências eram máscaras lindas
Mas eram só máscaras...

Ao iniciar a conversa não fechou os olhos
Preferiu buscar Seu rosto, Seus olhos
O silêncio era sagrado
O rasgar-se um poema

Ele a ouviu graciosamente
Ele a ouviu e a observou com amor
Só foi dita uma resposta:
A justiça virá e o bem prevalecerá!

Assim seja.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Meus pequenos sonhos

Créditos na imagem

Eu sempre fui muito sonhadora
Talvez porque eu soubesse
Que esse pequeno punhado de sonhos
Era tudo o que eu tinha

Nunca sonhei coisas grandes
Talvez porque sempre enxerguei minhas mão pequenas demais

Não menosprezo quem sonha com palácios
Não cobiço os que vivem em castelos
Pode ser que o meu contentamento tenha surgido
Quando aprendi a ser feliz com o que eu tinha

Já trilhei por algumas estradas:
Estradas de terra
Estradas de pedregulhos
Campinas verdejantes

Já caminhei somente com a luz da lua
Já me escondi da luz do sol

Acho que aprendi a valorizar meus pequenos sonhos
Quando fui surpreendida com sorriso de uma criança desconhecida
Que não tinha calçados e se vestia como maltrapilho
Mas o seu olhar carregava tanta vida
O seu sorriso era uma porta aberta

É...
Eu sempre fui muito sonhadora
Talvez porque eu soubesse
Que esse pequeno punhado de sonhos
Era tudo o que eu tinha
E ninguém jamais poderia roubá-los de mim









sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Escondida em seu coração


Você me chamou e no início hesitei.
Você me chamou mais uma vez e estendeu as suas mãos em minha direção.
Você queria uma resposta e eu um abrigo.
Um abrigo contra os dias maus.
Um abrigo contra a perversidade humana.
Um abrigo contra as tempestades e vulcões que me impediam de ver a luz do sol novamente.
O tempo parou por um instante...
Suas mãos ainda estavam estendidas e seu olhar pousava no meu.
Meu coração sentiu um calor gostoso e um suave toque receberam as minhas mãos.
Lá estávamos!
Eu e você.
Uma decisão.
Uma nova história, novas dores, novas superações, novas lágrimas, novos medos, tudo novo e as mesmas mãos estendidas que me abrigariam por toda a vida.
Afinal, eu sempre soube que seu coração era meu esconderijo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Chega desse blá blá blá evangeliquês


Você diz ser um(a) cristã(o)?
Peço a sua permissão para lhe pedir um pequeno favor...
PELO AMOR DE DEUS, se você diz ser cristã(o), então mostre com o seu testemunho de vida e não com seu blá blá blá evangeliquês.
Ok! Tá na moda ser gospel. Todo mundo é evangélico hoje. Todo mundo usa o nome de Deus em cada frase que fala só pra "mostrar" que é cristão, que é 'santo'.
Lembro de quando eu era pequena e sofria com as chacotas (hoje, bullying) pelo fato de ir à igreja, usar saia (naquele tempo eu era de uma igreja pentecostal tradicional),... Era excluída de grupos e ainda tinha que ouvir as piadas e xingamentos quando estava na calçada da minha casa ou até dentro de casa. Havia uma galera que se reunia em frente de casa, algumas vezes, só pra provocar.
Em todas essas situações eu nunca revidei. Ficava quieta. Sentia-me acoada. Chorava escondido. E o mais importante: nunca senti ódio ou desejei vingança. Sempre fui 'bobinha'.
Mas hoje... Hoje a coisa virou bagunça.
Há dias ouvi uma reportagem onde um cantor de funk (não recordo o nome dele) dizia que queria atingir o público gospel e pra isso ia trocar de nome e entrar no 'comércio'. Ele não abandonaria seu mundo... Só queria entrar no mercado gospel.
Você pode me chamar de ignorante, leiga, careta, quadrada,... Enfim, guarde os rótulos pra você. Da muita vergonha do público evangélico nos dias atuais.
Já trabalhei com 'cristãos' e pra cristãos. Sinceramente? Não quero comentar as coisas que via e ouvia. Tenho vergonha!!!
O maior testemunho vem dos nossos atos.
Você já deu calote em alguém e até hoje não pagou, finge que esqueceu porque a pessoa não cobrou? Sua atitude NÃO é de cristão.
Você mente descaradamente pra tirar vantagem do outro tendo plena consciência que está agindo erroneamente? Sua atitude NÃO é de cristão.
Você usa seus funcionários como se fossem programas, desvalorizando-os e não paga os direitos de cada um deles? Sua atitude NÃO é de cristão.
Você joga pedra no outro e não olha pra o seu teto de vidro? Sua atitude NÃO é de cristão.
Você é desonesto, suborna pessoas, puxa o tapete de outro? Sua atitude NÃO é de cristão.
Você usa o nome de Deus pra sensibilizar pessoas, fazendo com que sintam pena de você pra conseguir o que deseja? Sua atitude NÃO é de cristão.
Há muitas coisas que poderia dizer aqui...
Mas creio que isso é básico e muitos já sofreram com algumas situações citadas acima. Eu? Muitas delas...
Então, POR FAVOR antes de se dizer cristão permita que sua vida fale por você e não sua língua.
Ser cristão é viver uma luta diária contra o próprio eu.
"Convém que eu diminua e que Cristo cresça."
Ser cristão é uma caminhada!
Sim. TODOS pecam, inclusive eu.
Sou miserável e não sou digna nem de buscar a Deus, mas sei que Ele é misericordioso e mesmo sabendo quem sou não desiste de mim. Ele sabe o quanto luto pra acertar e fazer o que é correto.
Eu conheço meus erros, minhas falhas. Conheço meus defeitos, infelizmente, não todos eles. Mas busco todos os dias ser uma mulher de caráter que procura viver os ensinamentos de Cristo (alguns são difíceis pra mim, reconheço). Contudo, peço a Deus que me dê forças pra não viver uma vida hipócrita e de um religiosismo raso e barato...

Como diz São Francisco de Assis:
Pregue o evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Poesia sem palavras


O dia em que o Autor da Vida escreveu uma poesia sem usar palavras...


E descansou ao terminar a sua obra de arte.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Essa é a melhor conexão que podemos ter



"Bom mesmo é a gente encontrar um bom amigo" [Balão Mágico]

Twitter, Facebook, Whatsapp,...
Computadores, tablets, celulares...
Incrível como o universo virtual nos faz reencontrar amigos que há tempos não tínhamos contato. Basta apertar uma tecla e tudo está lá; à nossa disposição.
Mandamos mensagens virtuais, trocamos áudios, fotos, vídeos... Tudo num click.
É maravilhoso tudo isso...
Nos aproxima de quem está distante.

Mas...

Corremos o risco de perder os que estão por perto.

Ninguém mais olha nos olhos e bate aquele papo que dura horas. Ninguém mais separa aquele tempo em que se dedicava a escrever uma carta à mão e contar as novidades, matar as saudades, expressar carinho... Separar um tempinho pra escolher um lindo papel de carta e fazer desenhos no envelope, caprichando na letra e depois de um tempo ficar na janela esperando o carteiro chegar não pra receber contas, mas aquela carta em que alguém também separou um tempo pra escrever e fazer um afago através das letras.

Quem nunca perfumou uma carta? Quem nunca desenhou no cantinho da folha? Quem?

Nesses últimos dias resolvi escrever algumas cartas à mão. Escrevi pra algumas amigas que tenho um carinho especial. Que fazem parte da minha história. Amigas de infância, amigas dos momentos difíceis, amigas que deixaram uma marca em mim.
A Paty, uma das minhas amigas confirmou o recebimento e disse que há anos não sabia o que era receber uma carta. A alegria dela me alegrou!
As demais ainda não tive retorno e o triste é que os carteiros entraram em greve... =(

Mas... Sabe... Sinto falta da época em que as conversas eram feitas na base do olhar. Olhos nos olhos. Aquele tempo em que você sentava na calçada e ficava horas a fio conversando, rindo, cantando com um violão velho. Tempo em que fazíamos serenatas aos que precisavam de apoio ou só pra comemorar mais um ano de vida. Tempo em que íamos pra uma pizzaria e juntávamos várias mesas só pra estar juntos, só de bobeira. Tempo em que gravávamos uma fita cassete contando histórias bizarras e segredinhos do coração...

Ah! Quem pode resgatar momentos preciosos como esses numa era tecnológica?

Você anda pelas ruas e vê gente rindo sozinha, falando sozinha, brigando sozinha... Sim. Todos sozinhos. Sozinhos nas ruas, nos ônibus, nas suas casas,... Sozinhos!

Uma solidão que vicia. Que mata aos poucos. Que leva ao tédio profundo.

Bom seria se a gente voltasse ao tempo!

Olhasse nos olhos...
Ríssemos juntos...
Chorássemos juntos...
Cantássemos juntos...
E nos entrelaçássemos com os braços.
Essa seria a conexão mais profunda e íntima que poderíamos usufruir.
Sem aparelhos.
Sem fios.







sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ouvidos curados pelo amor

Sentada ao lado da janela observava as pessoas que a cercavam. Algumas vezes, se pegava sorrindo ao ver os lábios de toda aquela gente se mexendo freneticamente entre sorrisos, caretas e palavras.
Ela não ouvia...
Era uma menina que vivia dentro de um mundo onde a comunicação era feita somente com as mãos.
Ao seu lado, sua mãe a observava e seus olhos se enchiam de lágrimas quando percebia que a filha se encantava pelo desconhecido. O sonho da mãe era que a filha pudesse ao menos ouvir um 'eu te amo'.
O ônibus estava lotado e a mãe cutucou a menina e ali trocaram um olhar tão carinhoso que os lábios se moveram como um nascer do sol e num gesto divino a mãe levanta a mão e mostra pra sua filhinha 3 dedos ao mesmo tempo: mindinho, indicador e polegar. A menina sem hesitar, se aproxima do rosto da mãe e dá um beijo demorado; ergue a pequena mãozinha e mostra 3 dedinhos: mindinho, indicador e polegar.
Algumas pessoas ao redor, desinformadas, pensaram que elas gesticulavam daquela forma porque curtiam um 'rock'n roll' e estavam brincando para descontrair da demora até o ponto em que desceriam.
Mãe e filha ficaram abraçadas até que a mãe ficou de pé, deu o sinal e quando o ônibus parou as duas desceram sorridentes. No ponto de ônibus onde desceram havia um homem e um garotinho. O homem tinha a cara carrancuda e parecia estar bravo com algo que o garoto havia feito. Já o menino com os olhos lacrimejando parecia arrependido e pelo que a menina conseguia ler nos lábios do garotinho, parecia estar pedindo desculpas.
Com compaixão, soltou da mão da mãe e se aproximou dos dois.
A mãe ficou parada, observando o que sua filha iria fazer.
A garotinha se aproximou do homem e sorriu. Ele ficou sem ação e perdido.
Ela tomou as mãos dele na sua pequenina mão e levantou os 3 dedos: mindinho, indicador e o polegar.
Ela sorriu para o garotinho, tomou as mãos do pequenos nas suas e fez a mesma coisa.
Os dois não entenderam nada e ficaram olhando para a garotinha esperando alguma resposta.
A mãe da menina se aproximou e disse que a pequena era surda-muda e que os dois chamaram a atenção da pequena porque percebeu que estavam brigando.
O homem olhou para a garotinha, sorriu e disse para a mãe que a pequena era muito inteligente e observadora. A mãe sorriu e agradeceu e contou para a filha, em libras, o que o senhor havia dito.
A menina pediu para a mãe contar ao homem o que ela havia feito em suas mãos e enquanto a mãe explicava, o homem observava impressionado com a garotinha. Ele nunca tinha visto uma pessoa surda-muda diante de si.
Então, o homem perguntou a mãe da menina se ela não sofria por ser deficiente. A mãe sorriu e fez a pergunta para a filha que respondeu com suas mãozinhas que os seus ouvidos foram curados pelo amor. Já não havia dor e nem sentimento de inferioridade naquele coração. Aprendeu a usar as mãos para o amor. Somente para o amor.
O homem emocionado abraçou o filho.
Quando as duas foram embora, o homem olhou nos olhos do filho e entre lágrimas e suspirou disse pela primeira vez ao garotinho: "Filho, eu te amo!"
Os dois ficaram abraçados por um bom tempo...
O menino se afastou, levantou e ficou de pé em frente do seu pai.
Levantou uma de suas mãozinhas e ergueu 3 dedinhos: mindinho, indicador e o polegar.
E as mãos naquele dia foram mensageiros no lugar dos lábios que foram incapazes de entregar...

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Onde você mora?


Há ricos que moram em palácios
Mas a sua riqueza não está em 'ter'
Seus valores não são notas verdes
Aprenderam de alguma forma
Que o 'ser' é o que faz a diferença
Ser honesto
Ser justo
Ser correto
Ser gentil
Ser generoso
Ser prestativo
Ser leal
Ser, somente ser, independente do que se tem.

***

Há pobres que moram nos lugares mais miseráveis que se pode imaginar
Mas a sua pobreza não está em 'não ter'
Seus valores não são frutos de roubo
Aprenderam de alguma forma
Que o 'ser' é o que faz a diferença
Ser honesto
Ser justo
Ser correto
Ser gentil
Ser generoso
Ser prestativo
Ser leal
Ser, somente ser, independente do que tem.

***

Há ricos que moram em palácios
Mas a sua riqueza não está no 'ser'
Seus valores são baseados na ganância insaciável
Aprenderam de alguma forma
Que o 'ter' é o que faz a diferença
Ter uma mansão
Ter um carro do ano
Ter muito dinheiro
Ter um 'big negócio'
Ter os 'amigos certos'
Ter roupas caras
Ter aparência
Ter, somente ter, independente de quem será passado por cima

***

Há pobres que moram em lugares miseráveis
Mas a sua riqueza não está no 'ser'
Seus valores são baseados na ambição desenfreada
Aprenderam de alguma forma
Que o 'ter' é o que faz a diferença
Ter uma mansão
Ter um carro do ano
Ter muito dinheiro
Ter um 'big negócio'
Ter os 'amigos certos'
Ter roupas caras
Ter aparência
Ter, somente ter, independente de quem será usado pra isso

***

Há ricos e pobres cujo o lugar onde vivem não faz a menor diferença
Cujos corações descobriram uma riqueza sem igual
Que dar é melhor que receber
Que onde come um, comem dois
Que ninguém é melhor do que ninguém
E o que os faz melhor não está no que se diz
Mas no que se faz
São anônimos
Não gostam de holofotes
Quando olham no olhos do seu próximo
É como se vissem no espelho
Talvez este seja o grande segredo:
Se ver no outro



segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Lembranças que encontrei no meu mundo perdido

© Pinterest
Ontem fiz uma viagem nas minhas lembranças e encontrei amigos, lugares, cheiros que roubaram algumas de minhas lágrimas...
Os seis primeiros anos da minha vida foram tatuados na pele do meu coração e como eu pude deixar de enxergá-las?
Antigamente era possível brincar na rua sem medo, ficar na calçada papeando com os amigos até as tantas.
Tão diferente dos dias atuais...
Então..., trouxe cada uma dessas lembranças para mais perto e senti meu coração aquecer...
E aquecido, silencioso, saudoso ficou...
Lembranças...
Carinho...
Amizade...
Saudade.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Assim caminha a humanidade

Para onde estão indo?


Todo dia acordo e ainda deitada peço a mim mesma: "só mais 5 minutos". Tenho a impressão que minhas forças se esvaem mediante o que vejo e ouço. A televisão, internet..., qualquer canal de comunicação sangra todos os dias e a sensação que fica é que estamos perdendo a nossa humanidade. Estamos nos acostumando com as atrocidades que ocorrem perto de nós. Ninguém se importa mais! Ficamos chocados e estarrecidos com o que ocorre além de nossas fronteiras e berramos em uma só voz por justiça, mais amor, respeito, gentileza...

Perdoem-me se não consigo expressar por palavras o que já não cabe em meu peito. Às vezes o meu silêncio grita tão alto que causa dor na minha alma.

O mal prevalece porque os bons se calam!

O mal prevalece porque os bons cruzam os braços!

O mal prevalece porque nosso coração tão acostumado com a violência está ficando endurecido, gelado,... Poderia ousar dizer que está por um fio... Quase morto!

Que caminho é esse que os homens escolheram trilhar?

Peço a Deus que o meu coração seja de carne e não de ferro e que os músculos da minha fé sejam fortificados todos os dias quando nado contra a maré dessa vida.

Que comece por mim uma nova atitude, um novo pensamento, um gesto de amor, uma palavra de ânimo, a mão estendida... Que comece por mim... Por mim!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A vida não veste figurinos

Abriu o armário e olhou para os figurinos
Escolheu um que pensou ser apropriado para a ocasião
Na parte de cima do armário avistou algumas máscaras
Algumas usadas e outras não
Escolheu a que combinava com o figurino

Lá estava a grande pessoa...
Pronta para mais uma nova aventura
Pronta para mais um faz de conta
Quem descobriria sua real intenção?

Saiu pelas ruas e seu ego ficou inflamado
Narcisista por natureza
Amava os aplausos

Buscava o que nunca teve
Aparentava o que nunca foi
Construía seu castelo de areia
Montava seu próximo jogo

Difícil era voltar pra casa
Tirar o figurino e a máscara
Difícil era encarar o espelho
Colocar a cabeça no travesseiro

Mas num dia desses
Ao caminhar pelas ruas com seu novo figurino
Alguém sem querer o esbarrou
A máscara foi ao chão e se partiu

O tempo parecia ter congelado
Todos ali, na rua ficaram admirados
Já não era, já não tinha
Até o que lhe restava já não existia

"A vida não é carnaval, jovem!" - alguém gritou
Sua identidade foi descoberta
Sua alma desnudada
Tarde demais...
O mundo gira
As consequências chegam

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O perfume que as cores exalam

- Essa é amarela. - afirmou com convicção.
- Como você sabe? - perguntou a senhora curiosa.
- É cítrica e levemente suave. - respondeu com um sorriso.

- Hummm! Azul. - afirmou com um riso tímido.
- Como assim? - a senhora pergunta encabulada.
- É doce e suave. Um toque leve de liberdade. - riu.
- Liberdade não tem cheiro e nem cor. - Resmungou a senhora cujos olhos eram perfeitos.
- Não se preocupe, senhora. A liberdade só pode ser vista e sentida com a alma e o coração. - Sorriu procurando a direção da voz que veio com a pergunta incrédula.

- Vermelho! Vermelho!
- Não é possível!? - Assustada, aproximou-se da menina e fitou em seus olhos como se procurasse desvendar o segredo de tal visão.

- Esse é verde! - declarou com um sorriso lindo e logo ficou séria. - Preciso ir... Espero que volte mais vezes ao meu jardim.
- Você não me disse qual é o cheiro do vermelho e nem do verde, mocinha!
A menina riu.
- E se eu dissesse... Acreditaria? - Bradou desconfiada.
- Sim, querida. Acreditaria. Mal posso acreditar no que estou vendo!
- O vermelho é forte. Um arome agridoce, sua cor é quente. O verde é suave e possui um frescor delicioso em seu aroma.

Com sua bengala achou a trilha que a levaria pra casa e a senhora ficou ali parada, olhando a menina que nada via caminhando firmemente.

A senhora fechou os olhos e procurou descobrir as cores que estavam diante de si. Não acertou nenhuma.

A menina já distante, inspirou profundamente e bradou: "É azul!"
- Como pode, pobre menina cega saber a cor?
- As cores para mim tem cheiro! - Respondeu com sorriso e continuou a sua caminhada.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

A boca fala do que o coração está cheio

É preciso se esvaziar para não adoecer

Créditos: O Jardim de Lorenzo

Observar calada. Vi e vivi muita coisa. Guardei comigo um punhado de momentos que fizeram adoecer a minha carne e trouxeram dor aos meus ossos. Fingir não ver parecia ser uma boa opção para se livrar de aborrecimentos. Hipocrisia era uma casa nada acolhedora, porém por muito tempo foi o lugar que encontrei para me abrigar.

Sorrir quando o que mais desejava era chorar. Silenciar quando o que mais desejava era gritar. Surgir quando o que mais desejava era fugir...

A vida sempre nos oferece vários caminhos para se trilhar. As curvas não revelam o que vem depois. É preciso ter coragem para seguir enfrente e descobrir o que reservam as trilhas que escolhemos.

Bifurcações, cruzamentos, curvas,... Tantos são os caminhos... Tantas são as escolhas... Quantas consequências!

Nessa caminhada ou você morre sufocada com seu grito silencioso ou você desnuda a sua alma em cada passo que você dá; ou seus lábios se tornam túmulos caiados, onde o coração apodrece quando as decepções da jornada parecem ser invencíveis... Ou você abre a boca e mesmo que num sussurro lança fora tudo que te sufoca, te faz mal, te mata.

O que jorramos com a nossa boca nada mais é do que um turbilhão de situações que nos machucam e tentam nos matar aos poucos e são exteriorizados através de uma fala carregada, muitas vezes, com lágrimas e soluços.

Falar é a cura! Desabafar é o remédio.

Nosso coração não é depósito de lixo. Nossa boca não é um baú de palavras não ditas. Nossa vida não é insignificante.

Esvaziar é se dar uma chance de uma nova vida, de um novo amanhecer, de uma vida plena.

Esvaziar é se dar uma chance de ser livre!

Livre!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O chão que os pés não tocam

Ninguém é produto para carregar rótulos!


- "Incompreensível! Loucura! Só quer chamar à atenção! Não é deste mundo!"

Nunca se importou com o que os outros pensavam. Na realidade... Há tempos deixou de se importar. Percebeu que vivia presa na jaula do "o que vão pensar de mim" e que isso tinha se tornado um fardo insuportável de carregar.

Então, decidiu sonhar. Sonhar acordada. Brincar com seus pensamentos e rir alto mesmo se estivesse sozinha. Não ficaria mais preocupada se a rotulariam de louca ou coisa parecia. Ela sabia que a vida era muito curta pra se tornar uma embalagem vazia ou cheia de um conteúdo falsificado.

Se tinha vontade de dançar mesmo que a música fosse tocada somente em sua mente, ela dançaria aonde quer que estivesse e cantaria mesmo que a música fosse inventada.

Se a olhassem com aquele olhar de desprezo ou indignação e meneassem a cabeça como se estivesse fazendo algo muito errado, ela simplesmente sorria, piscava um dos olhos e continuava dançando e cantando.

Agora que havia descoberto a liberdade, nada e ninguém a aprisionariam novamente. Ela era livre!

Precisou pagar um preço alto por essa liberdade. Sentiu dor, teve perdas, foi abandonada e quase morreu. Mas foi bem aí que ela descobriu que a sua vida era como uma semente.

Uma árvore só nasce, cresce, floresce, frutifica se a semente morrer.

Sabia que a sua liberdade poderia libertar outros. E ela não hesitou...

Já não suportava ser uma pessoa diferente a cada ambiente que frequentava:

- Fale difícil que a admirarão! - dizia um.

- Cubra-se de roupas caras que a seguirão! - dizia outro.

- Não ande com gente simples e sem estilo! - dizia mais um.

- Jamais se esqueça da etiqueta ao sentar na mesa! - dizia mais um outro.

- Elegância é ter uma aparência caríssima, querida! - mais um aconselhava, ou seria imposição?

Nada disso fazia parte da sua alma...

Ela tinha um jeito simples de falar e fazia questão que todos que a cercavam a compreendessem. Sentia-se bem em usar roupas confortáveis para se movimentar como desejasse. Ela sabia que a maior riqueza estava em um lugar em que não se vê com os olhos e nem se toca com as mãos. Somente os pés a poderia levar lá.

Ela era só uma garota sonhadora que amava flores, poesia, música e esperava ser encontrada por seu príncipe. Mas não queria que ele viesse em um cavalo branco. Não! Nada disso. Ele viria caminhando pela neblina do alto da montanha em sua direção e a encontraria no jardim, recitando um livro de poesias e balançando seus pés no ar.

Uma alma livre e um coração puro era como se sentia feliz.

Ela percebeu que os conselhos que recebeu durante toda a sua vida vinham de pessoas vazias, sem vida no olhar, amantes de futilidades e status, apaixonadas por tudo o que é passageiro e cujo prazer é tão curto e mesquinho.

Ela queria mais...

Queria ser aquela lagarta que se liberta do casulo e descobre o mundo colorido e cheio de vida. Mundo de aromas, cores, versos e orvalho. Mundo de tempestades e também de sol. Mundo de estações e sensações. Mundo em que se descobre que é muito bom ser o que se é e se aceitar e se amar sendo quem é.

Simples assim...

***
Meu texto escrito e publicado no Scribe

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Música para os meus ouvidos


Ela podia contar seus verdadeiros amigos nos dedos de uma única mão e sabia conviver em harmonia com a solidão. Aprendeu desde pequena que o pouco é muito e que o muito é pouco. Também aprendeu a valorizar momentos que muitos não dão importância e sendo observadora conseguia, muitas vezes, não pegar atalhos na estrada em que escolhia caminhar...

Então, em um daqueles dias em que a solidão e o silêncio se faz presente, ela decidiu abrir a vitrola empoeirada que há tempos estava encostada na parede perto da janela e escolheu um vinil. Olhou a capa como se fosse um retrato de alguém da família. Tocou com as pontas dos dedos a capa que fora rasgada em seu topo pelo tempo. Nada disso tinha importância pra ela; as músicas contidas naquele velho vinil seriam lembranças resgatadas por um mergulhador de memórias no oceano que se encanta com as maravilhas da vida que existem no fundo do mar.

Deixou a capa descansando no sofá, colocou o vinil na vitrola e colocou a agulha na faixa 3. Levantou, tirou os sapatos com os próprios pés e dançou. A pequena sala se tornou o jardim que um dia tinha visto em uma de suas visitas à Inglaterra e a música invadia a sua alma de tal forma que ela se pegou rindo como se estivesse rodeada de flores e pássaros de todas as sortes. Ela acreditava que a música tinha o poder de encontrar algo que em algum dia, momento se perdera. Quem podia contestá-la?

A música estava terminando quando ela se ajoelhou perto da vitrola, suspirou, olhou pela janela e avistou um arco-íris lindo que trazia paz na disputa de força entre o sol e as nuvens. Ficou ali, perdida em pensamentos ao som de outras canções que a embalavam quando acontecia quando pequena.

Dormiu.

E o sono a presenteou com um sonho onde as canções que ela jamais ouvira tocavam através da chuva e borboletas coloridas de vários tamanhos dançavam ao seu redor. Seu sono foi tão gostoso que decidiu não acordar. E atravessou o portal da eternidade levando consigo o que há de belo na vida: a música...


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Vou te contar um segredo

Por favor... Não conte nada a ninguém


Vou te contar um segredo

Mas peço que não o conte a ninguém

Estava sentada no alto de uma pedra

Ouvindo o mar cantar

O sol aquecia minha pele gostosamente

Uma lágrima correu sem eu esperar

Cansada de procurar fui encontrada

Cansada de chorar... Sorri

Quanto tempo meu coração já não acelerava!?

Quanto tempo adormeci!?

Eu estava lá no alto da pedra

Ele estava caminhando na praia

Teria sido o raio de sol o nosso cupido?

Ou foi o mar que o tomou pela mão e o trouxe pra mim?

Por que deveria me preocupar em descobrir?

A troca dos nossos olhares formaram a ponte

Ele já não estava mais lá e sim, aqui

Vou te contar um segredo

Mas peço que não o conte a ninguém

Quando o amor chegar não espere por festas e alardes

Permita que ele te surpreenda

Que ele te encontre no alto da pedra

Que o sol seja a testemunha desse encontro

E a canção do mar a música desse amor

Vou te contar um segredo

Mas peço que não o conte a ninguém

O amor é a fonte da juventude

E dessa água quero sempre beber



segunda-feira, 13 de julho de 2015

O conto da noite

Ela sabia que sua liberdade e sonhos tinham a sua alma como parceira...




Olhou pela janela e tudo que podia ver era uma rua estreita de paralelepípedos iluminada pela lua cheia. Não havia ninguém, exceto um rapaz que caminhava enquanto tocava uma canção linda com sua gaita.

Era uma noite que tinha um gosto de nostalgia. Não uma nostalgia triste. Não...

Era uma noite daquelas que guardam mistérios e emoções que ficaram perdida em algum canto do passado. Sem uma data definida. Sem um horário marcado.

A lua parecia transbordar os sentimentos que não cabiam nela. Estava emudecida com o brilho que havia lá fora. Encantada com as notas musicais que eram entoadas e se perdiam naquela noite solitária.

Ela sentiu vontade de sair e dançar. Queria que o vento beijasse sua face e brincasse com os seus cabelos. Queria sentir o orvalho da noite tocar seus pés. Ela queria... A cadeira, não.

Tantos desejos e sentimentos guardados em seu peito...

Tantos momentos sonhados e jamais compartilhados...

A cadeira era a sua prisão, mas a sua alma era livre.

Acordada sonhava.

Dormindo realizava seus sonhos.

Sonhava em dançar na chuva, correr com as crianças que a olhavam pela janela no final da tarde, abraçar e sentir o coração do outro bater junto com o seu ou simplesmente andar ao lado daquele moço da gaita...

Tudo que ela tinha eram os seus sonhos e isso a cadeira já não podia roubar.

Mas quando menos se espera, a vida nos prega uma surpresa e com ela não foi diferente.

Ao fechar a janela e puxar a cortina amarela de flores coloridas percebeu que a realizações de seus sonhos não esperaram por seu sono e logo ouviu-se uma batida na porta.

Cautelosa e ansiosa perguntou quem estava ali e ouviu uma gaita tocar.

- Não... Não pode ser! - sentiu borboletas no estômago e as mãos trêmulas tocou a maçaneta e diante de si estava ele.

Ele a convidou para um passeio e ela mostrou a cadeira. Ele mostrou os seus pés.

Ele a observara há tempos e decidiu fazer uma serenata não em sua janela mas na janela de sua alma: olho no olho. Então, construiu uma bota onde as pernas dela seriam colocadas junto as pernas dele e ele a conduziria. Ela só precisaria segurar firmemente na cintura dele enquanto caminhavam na noite ao som da gaita.

Mas quem diria... As crianças ainda estavam acordadas e quando a viram correram em sua direção e quando se deu conta, todos brincavam de roda e o vento beijou a sua face e brincou com seus cabelos.

Ela sorriu.

Ela sorriu e chorou.

Ela descobriu que a cadeira já não era a sua prisão e como todos ao seu redor, ela também era livre e a deficiência que carregava consigo era só uma vírgula diante dos pontos de exclamações que surgiam em cada detalhe de cada surpresa acontecia.

A noite foi longa. E não, não foi um sonho.

Ela descobriu que haviam pessoas que olhavam além de seus mundos e que além desses mundos havia espaço pra todo mundo.

Todo mundo!

***
Texto que escrevi para o Scriber







quarta-feira, 1 de julho de 2015

Só mais uma vez...


Daria tudo para ver o seu sorriso mais uma vez
Suas covinhas tímidas que cavam um sorriso no meu rosto

Daria tudo para ver o brilho dos seus olhos mais uma vez
A profundeza do seu olhar desnudava minha alma

Daria tudo para ouvir o som da sua voz mais uma vez
O aconchego de suas palavras e a mansidão da sua tonalidade

Daria tudo para caminhar ao seu lado mais uma vez
Andar sem perceber que o tempo passou tão rápido

Daria tudo para ouvir aquelas canções que nos emocionavam tanto
Só mais uma vez

Daria tudo para te abraçar mais uma vez
Como se o lugar mais seguro que houvesse estivesse em seus braços

Daria tudo para ficar sentada em silêncio ao seu lado mais uma vez
E sentir seu respirar como notas musicais

Daria tudo para ter suas mãos nas minhas mais uma vez
E ver o medo lançado fora

Daria tudo para sentir o seu perfume daquele final de tarde mais uma vez
Quando as nossas conversas foram além e descobrimos que o amor era recíproco

Daria tudo para viver ao seu lado mais uma vez
Mas você se foi e o que ficou já não se pode tocar
Só recordar
Mesmo que seja só mais uma vez

sábado, 20 de junho de 2015

Ensiná-me a voar

A gaiola foi aberta mas as minhas asas nunca souberam o que é voar...


Nunca conheceu a liberdade...

Sua vida sempre foi na gaiola.

Cantava como quase todos os pássaros que conhecia só não usava as suas asas como eles.

Então, em uma tarde fresca onde o sol já se preparava para adormecer uma mão pequena abriu a porta da gaiola e esperou para ver o pequeno pássaro voar.

- Voa passarinho. Voa!

- Não sei voar.

- Bate as asas.

- Tenho medo de cair no chão.

- Voa passarinho. Bate as asas. Voa.

A porta da gaiola continuava aberta. O pássaro amedrontado. A menina animada para ver o pássaro livre. Dias se passaram e nada aconteceu.

A canção já não era a mesma. Havia dor em suas notas musicais.

Quem pode condenar um pássaro que nunca soube o que é voar?

Quem pode condenar um pássaro por não saber usar as suas asas?

A gaiola aberta e a canção já não se ouvia mais...

- O passarinho está dormindo?

- Não, querida. Ele morreu.

- Ele não aprendeu a voar?

- Não, querida. Ele não quis.

- Ele queria, sim. Mas o impediram de viver como era para ser.

A menina chorou.

A menina cresceu.

A menina se tornou mulher e aprendeu que pra voar é preciso bater asas.

Mas... E se cair no chão?

Levanta. Bate as asas até que elas estejam prontas para ganhar as alturas. E quando estiver lá em cima poderá sentir o desejo de voltar e ficar. Sem gaiolas. Sem algemas. Sem prisões. Livre para voar. Livre para viver.

***
Texto que escrevi no Scribe

sexta-feira, 12 de junho de 2015

É muito blá blá blá pra nenhuma atitude relevante

O que mais vemos na internet é um desfile de opiniões onde a "minha/sua" razão deve predominar e todos que vão contra ela recebem os mais variados "adjetivos".

Hoje, confesso que fiquei irritada. Deu até preguiça de abrir as minhas redes sociais. São tantas brigas, bate boca desnecessário, ofensas, falta de compreensão e tolerância. De repente todos se julgam saber mais que os outros e aí o circo fica montado pra quem quiser se apresentar.

Sei lá...

Cansei.

Estou tentando nadar contra a maré mas, às vezes, os braços cansam, sabe?

Colocar doses do que pode gerar vida na TL é um exercício de musculação que arrebenta com a gente.

A internet é um campo de guerra e o pior disso tudo é que não há um vencedor sequer.
De alguma forma todos morrem!

Palavras são balas mortíferas. Atiradas ao ar... Não voltam!

Peço perdão pelo desabafo, mas é que sinto falta daquelas palavras que caminham juntas com as atitudes e que são ditas de forma tão espetacular nesse mundo virtual.

Quando você atira a pedra na cara de alguém procure ver se o seu telhado não é de vidro. Só uma dica! =)

***
Obs: Não houve nada comigo... É só um desabafo de alguém que abre as redes sociais e gostaria de encontrar conteúdos mais leves e pessoas mais gentis. =)

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Assim que aprendi

Há composições que são inesquecíveis...
Há vozes que tocam nossa alma...
Há melodias que embalam nossos sonhos...
E essa é a música que reúne esses 3 ingredientes.
Ouça e emocione-se!

Parabéns, Washington, meu amigo. Sua voz e suas músicas nascem da Fonte que aquece a alma e nos transforma.
Deus te abençoe.




"Assim que aprendi"Charles whas
Posted by Charles Whas on Sábado, 30 de maio de 2015

Quer conhecer mais sobre o Washington. Clique aqui.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Que saudade de você...


A saudade que mais dói é daqueles momentos que não tive com você.

Chorei...

As lembranças vieram: seu rosto, seu jeito, seu sorriso, seu olhar, seu cuidado...

Então senti dor.

Dor da saudade.

Saudade dos momentos que não vivi ao seu lado.

Saudade dos beijos que você não roubou.

Saudade dos teus braços me apertando contra seu corpo que nunca foram dados.

Saudade de andar de mãos dadas na pracinha que nunca existiu.

Você não iludia, você iluminava...

Saudade dos nossos olhares e da nossa única dança.

Saudade das nossas conversas e dos nossos silêncios.

Tanta coisa pra se dizer e nada foi dito.

Foi a falta de coragem? Ou foi o medo de machucar?

Não importa mais...

Sinto dor de qualquer jeito.

Guardo comigo a nossa única fotografia e ainda ouço você no portão me dizendo: 'Você está linda!'

Ah! Que saudade de tudo aquilo que poderíamos ter vivido. Mas não vivi...

A vida achou que era hora de você partir.

Você se foi. Eu fiquei.

Você e a foto.

Eu e a saudade...

***

Texto que escrevi especialmente para o site do Scribe

domingo, 17 de maio de 2015

E com vocês: Lila


"LILA" from Carlos Lascano on Vimeo.

Graciosidade, delicadeza, beleza e arte são alguns dos ingredientes dessa história linda.
Assista com o coração aberto... =)

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vida na tela


A tela fica mais gostosa sem aplicativos e programas

Tenho andado mais 'off' que 'on' e posso garantir que tem sido maravilhoso. Ganhei mais tempo pra desfrutar aquelas coisas boas e simples da vida.

Sem pressa...

Sem horário pra chegar e sair...
Ah! A vida não é uma tela cheia de programas e aplicativos, mas uma tela imensa esperando por cores, desenhos e vida.

Ganhei tempo e lições, ganhei lições e tempo...

Lições de vida, histórias de família guardadas na gaveta do passado. Todas empoeiradas e esquecidas.

Tempo para ouvir, escutar, refletir, pensar, repensar, aprender, aprender, aprender...

Essa tela tem mais vida. As cores caminham e se entrelaçam com graciosidade. Os pincéis brincam feito crianças soltando pipas coloridas no céu.

Nesse tempo descobri que as coisas aparentemente bobas podem ter um valor imensurável.

Tempo delicioso e trabalhoso ao ter que ajudar meu pai a trocar a bomba do poço que já não funcionava mais. E que poço fundo...

Quantos segredos podem ser guardados no poço que há em nossa memória?

Deliciava-me quando sentava debaixo de alguma árvore e degustava o sabor do seu fruto. Só corria quando as abelhas percebiam que eu disputava com elas o doce que havia nos gomos pendurados.

Tempo pra perceber que o tempo é veloz demais e o rosto liso e macio de meus pais agora já estão enrugados. Mas quanta sabedoria possuem consigo.

Tempo pra brincar de 'mamãezinha' com a minha sobrinha de 4 aninhos e vê-la cair na risada nas 'besterobas' que a titia faz. Sua risada é um universo estrelado que ilumina a mais densa escuridão.

Como perder momentos como esses?

Então, vivo nesse alto e baixo de 'off' e 'on' e não perco mais a beleza que só a tela da vida possui.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Segredos e esconderijos

Ilustração: Antonio Mora
A dor que esconde a felicidade


Ela sorria e ninguém entendia

Sua face não tinha brilho

Mas o sorriso estava lá

Era seu rosto um esconderijo?

Ah! Pobre menina

Não enganava ninguém

Somente a si mesma

Quem não iria perceber as suas mãos trêmulas?

Não queria que ninguém soubesse da ferida que estava aberta

Não deixava que ninguém se aproximasse de sua dor

A felicidade é um pacote que carregamos todos os dias?

Não é a mochila que carregamos algumas cicatrizes que pode nos tornar mais humanos?

Ela não queria humanidade...

Ela queria ser o que não era, ter o que não podia e viver uma vida que não era sua.

Uma criança se aproxima carregando em suas mãos um pequeno espelho

Olha para ela com um sorriso verdadeiro e a convida para ver seu reflexo

Um susto!

A imagem que havia ali não podia ser dela...

Rugas, olhos cansados, lábios feridos, olheiras...

"Não! Não sou eu!" - gritou com a criança como se essa tivesse culpa.

A criança a fitou com amor num curto espaço de tempo que parecia ser uma eternidade

Seria a criança capaz de trazer as revelações e segredos que a pobre mulher tanto procurou esconder?

Enquanto a criança tomava seu rumo, lentamente... A mulher caiu no chão.

Aquela era a criança que ela tanto tentava se esconder

Era a dor que ela pensava não suportar carregar
Era a lapidação que ela tinha medo de enfrentar
Era a alegria que ela tinha medo de encontrar





segunda-feira, 27 de abril de 2015

Hoje, ele amanheceu comigo...

Não é sempre que isso acontece...
Mas, hoje, aconteceu.
Ainda estava sonolenta na cama tentando levantar e iniciar mais um dia quando uma passagem bíblica surgiu como se fosse um sol que desperta de mansinho entre montanhas.
Mas é um texto tão conhecido, Tininha?
Pois é...
Três personagens: 1 pai, 2 filhos.
Um pai amoroso que trata bem seus empregados, que ama seus filhos e dá liberdade para que vivam suas vidas.
Já sabe, né? Sim, a parábola do Filho do Pródigo.
Mas não foi bem a história do filho pródigo que ardeu meu coração. Foi a história do irmão do filho pródigo. O filho mais velho. Aquele que a gente quase nem repara na sua existência.
Você provavelmente conhece muito bem a história e não há necessidade de repetir aqui tudo o que aconteceu... Porém, este texto fez com que eu questionasse a mim mesma.
Nasci num lar evangélico e desde pequena sempre fui envolvida com os trabalhos da igreja.
Ainda criança cuidava das crianças.
Adolescente regia um grupo de jovens (sinceramente, não queria mas fui "obrigada").
No início da minha juventude (ainda sou novinha, viu? tá... quase novinha...rsrsrs), trabalhei com eventos da juventude em minha igreja, no ministério de louvor, dei aula para as crianças na EBD e mergulhei no mundo missionário onde vivi as experiências mais lindas e loucas que nunca poderia imaginar.
Mas se você me permite ser sincera... Nem tudo foi flores. Lidar com o ser humano é muito difícil. E permita-me ser mais sincera ainda? Lidar com "crentes" é um desafio diário.
Não vou desfilar aqui os motivos que me trouxeram frustrações, mágoas, decepções, raiva...
Não vou falar dos outros. Vou falar de mim. E é bem aí que este texto me confronta.
Nesses dias, orando desabafei com Deus: "Caramba, sempre fui dedicada, responsável, comprometida, leal com tudo o que fiz e assumi, tanto na igreja quanto a vida fora dela. Nunca vivi personagens em cada dia da semana e hoje carrego indignação, frustrações e sempre colhendo caquinhos de vidros espalhados pelo chão. Quando penso que colhi tudo aparecem mais alguns... Assim não dá! Não posso negar que vejo o Seu cuidado comigo, Sua paciência em lidar com alguém tão chata como eu e acredite sou muito grata... Mas tá doendo, sabe?..."
Dias depois, especificamente hoje, esse texto do Filho pródigo queimou o meu peito e enquanto não parasse o que estava fazendo sentia um incomodo absurdo. Tomei meu café e fui pra sala. Sentei no sofá toda torta (como sempre) e bati um papinho com Deus e pedi para que Ele falasse claramente comigo sobre essa passagem e principalmente do irmão do filho pródigo. Mas Ele já não tinha sido claro, Tininha? Sim. Estava tão claro como a água que jorra da fonte mas eram meus olhos que estavam focados em situações que me cegavam.
O irmão do filho pródigo se revolta com a volta do irmão e de como ele é recebido e questiona o pai sobre a forma como ele próprio é tratado. A resposta do pai embrulhada com a paciência, gentileza, graciosidade e mansidão ecoa na alma do seu filho revoltado:
"MEU FILHO, VOCÊ SEMPRE ESTÁ COMIGO. TUDO O QUE TENHO É SEU!"
Levei uma bifa bem dada na cara.
Quando foi que Deus me abandonou? O fato de não vê-Lo e não senti-Lo O torna ausente?
Quando foi que Deus me deixou na mão ou passar por privações? O fato de Ele não realizar o que quero do meu jeito e na minha hora O torna insensível e carrasco? Alguma vez Ele deixou de suprir alguma necessidade sua, Tininha?
Saber que Ele É comigo já não faz toda a diferença? Saber que Ele cuida de mim não basta?
Então, Deus com toda a sua mansidão cochicha em meus ouvidos: "Tininha, minha filha, você sempre está comigo. Tudo o que tenho é seu, cabeça dura!" (cabeça dura é por minha conta...rs).
É nesse momento que a gente percebe que o mais importante, o mais valioso não se pode tocar e nem ver.
É essa presença que nos envolve e nos abraça. Que nos protege e nos disciplina. Que nos leva ao deserto e ao mesmo tempo é o nosso oásis. É essa graça que nos sustenta e nos ensina a viver com os altos e baixos.

E você? Qual dos dois filhos você é? =)

terça-feira, 14 de abril de 2015

Sua grandeza não tem fim


quinta-feira, 9 de abril de 2015

terça-feira, 31 de março de 2015

Só isso me basta!


Quando meu coração endurecer por causa das circunstâncias
Quando minha alma ficar amarga por falta de esperança
Quando minhas forças se esvaírem e os meus joelhos tremerem
Quando o fundo do poço parecer não ter chegado ao fim
Quando minha carne clamar por vida
Quando meus olhos se tornarem rios

Revela-Te a mim?

Não precisa ser de forma extraordinária
Não precisa ser aquele milagre de fazer multidões aplaudir
Não precisa ser com alardes e espetáculos
Basta saber que estás comigo...

E ainda que eu não Te sinta
E ainda que eu não Te veja
E ainda que eu não Te toque
Meus sentimentos não poderão anular Sua presença

Tu és
E isso basta
Tu podes
E isso é tudo
Sou Tua
E nada mais

segunda-feira, 30 de março de 2015

Faça-me o favor


Faça-me o favor de não se calar diante da injustiça
A não ser que você seja conveniente 

Faça-me o favor de estender a mão a quem precisa de ajuda
A não ser que se alegre com a desgraça alheia

Faça-me o favor de agir com honestidade e verdade
A não ser que a malandragem e a mentira sejam o deleite do seu próprio engano

Faça-me o favor de não encobrir os erros e fingir que nada vê
A não ser que você também tenha algo a esconder

Faça-me o favor de não fingir que não entende
A não ser que tenha prazer em ser indiferente

Faça-me o favor de ser gente, de ser humano
É o que nosso mundo mais necessita:
Seres HUMANOS!

domingo, 22 de março de 2015

Escolher nossos amigos



Texto de Henri Nouwen, publicado por Karen Bomilcar

"A vida espiritual é uma das escolhas que precisamos fazer constantemente. Uma das escolhas mais importantes da vida é a das pessoas com quem desenvolvemos relações próximas. Dispomos apenas de uma quantidade de tempo limitado na vida. Com quem é que passamos e como? Esta é provavelmente uma das mais decisivas questões da nossa vida. Não é sem razão que os pais se preocupam com quem os filhos trazem para casa como colegas, amigos ou namorados. Eles sabem que muita da felicidade dos seus filhos depende daqueles que escolhem como companhia.

A quem devemos recorrer para nos aconselharmos? Com quem é que passamos nossas tardes livres? E nossas férias? Às vezes, falamos ou agimos como se tivéssemos poucas hipóteses de escolha nessa matéria. Às vezes, agimos como se já tivéssemos sorte por haver alguém que queira ser nosso amigo. Mas esta é uma atitude muito passiva e até fatalista. Se realmente acreditamos que Deus nos ama com um amor incondicional, então podemos ter a certeza de que há neste mundo mulheres ou homens que estão ansiosos por manifestar este amor.

Mas não podemos proceder passivamente à espera que alguém apareça para nos oferecer sua amizade. Como pessoas que acreditam no amor de Deus, temos que ter a coragem e a confiança para dizer alguém, através do qual o amor de Deus se torna visível para nós: “Quero passar algum tempo de você, conhecê-lo, ser seu amigo. O que você acha?”.

Haverá recusas, haverá a dor da rejeição. Mas, se queremos, de fato, evitar todas as recusas e rejeições, nunca criaremos um ambiente onde possamos crescer mais fortes e profundos no amor. Deus tornou-se humano para fazer com que pudéssemos como que tocar o amor divino. Isto é a encarnação. E a encarnação não aconteceu só há muito tempo, mas continua a acontecer para aqueles que acreditam que Deus lhes porá no caminho os amigos de que precisam. Mas a escolha é nossa.”

sexta-feira, 20 de março de 2015

Conselhos para uma doce menina


Doce menina
Ouça-me com atenção
Não deixe que o tempo
Tire a sua essência e a alimente só com ilusões
Os caminhos que trilhamos
Escondem armadilhas
Na curva você pode encontrar a morte
Na curva você pode encontrar a vida

Ah! Doce menina
Ouça-me com atenção
Seus olhos se tornarão nascentes
Seus lábios fontes, cujas águas podem não ser contidas
No pequeno lago poderá refrescar seus pés do calor
No pequeno lago poderá sentir a frieza da indiferença

Doce menina
Muitas histórias aguardam você
Algumas parecerão ser escritas com fel
Outras com mel
Não deixe que o amargo prevaleça
Não se deixe levar pelas doçuras exageradas
A vida quando agridoce 
Pode ser vivida com cuidado

Doce menina
Você vai se machucar muito
Mas também viverá momentos lindos
Sua memória será um álbum de imagens emocionantes
Seu silêncio será o refúgio do seu grito interior
Mas não perca a fé
Se a menina crescer junto com você
A esperança sobreviverá nos dias maus

Doce menina
Viva, viva, viva
Aprende a sorrir
Aprende a chorar
Aprende a dizer sim
Aprende a dizer não
E nunca permita ser usada
Que suas raízes sejam fortes
Pra quando os temporais surgirem
Você não se abalar e tombar

Doce menina
Quando a vida endurecer
E as rugas tentarem marcar sua alma
Sorria e volte ao seu álbum na memória
Lá você encontrará a força para continuar a caminhada

Doce menina
Você repetirá muitos anos na escola da vida
Será decepcionada e decepcionará
Será magoada e magoará
Vai fazer muita gente rir e chorar
E as sementes que são lançadas de suas mãos frutificarão
Rega e cuida da sua terra
As ervas daninhas tentarão enganar sua visão

Doce menina
Cresça devagar
Não tenha pressa
E quando crescer
Não morra
Seja menina mulher
Seja mulher menina
Escreva a sua história
Plante sua árvore
Dance a sua música 
E viva



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Lamentável! Estamos vivendo em um hospício...


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Liberdade! Liberdade! Liberdade!

- Sou livre!
Esbravejou o homem com a carta na mão.

***

Era para ser um dia de festa...
Mas foi um dia de dor. Muita dor.
Tratado feito bicho e sem dignidade só por causa da sua cor!?

***

- Me chame de 'mestre' ou suas costas serão rasgadas.
Em tom ameaçador e voz baixa...
Cinismo, crueldade e arrogância aromatizavam o imundo ambiente.

***

Surpreendente Graça! Quão doce é o som
Que salvou um náufrago como eu
Eu estava perdido, mas fui encontrado
Eu estava cego mas agora vejo

Foi a graça que ensinou o meu coração a ter medo
E a graça aliviou os meus medos
Quão preciosa aquela graça apareceu
Na hora em que eu acreditei

Por muitos perigos, trabalhos pesados e armadilhas
Eu já passei
Essa graça que me trouxe em segurança de tão longe
E graça me conduzirá ao lar

O Senhor prometeu boas coisas para mim
Sua palavra segura minha esperança
Ele será o meu escudo e quinhão
Enquanto a vida durar

E quando essa carne
E o coração passarem
E a vida mortal cessar
Eu terei
No vale
Uma vida de alegria e paz

Quando estivermos lá há dez mil anos
Claros e brilhantes como o sol
Não teremos menos dias para cantar e louvar a Deus
Que nos dias quando começamos

Surpreendente Graça! Quão doce é o som
Que salvou um náufrago como eu
Eu estava perdido, mas fui encontrado
Eu estava cego mas agora vejo



***
Após assistir "12 anos de escravidão", não consigo expressar o que há dentro de mim...
De uma coisa estou certa: Para o Autor da Vida SOMOS TODOS IGUAIS.