segunda-feira, 22 de julho de 2013

Desnuda vergonha



Sempre tive dificuldades de dizer sobre as coisas que eu não sabia realizar, dos medos que sentia, das dúvidas que escondia...

Não sou de falar.

Sou reservada, tímida e observadora.

Observo o que ignoram.

Mas... Enfim.

Fiquei feliz em descobrir que não sou a única no mundo que não anda de bicicleta, que tem pavor do mar, não sobe em árvore, não pula janelas ou muros...

Eu? E.T.? (rsrsrsrs)

Pode ser! Mas e daí?

Qual o problema em não fazer o que todo mundo faz?

Qual o problema em não agir como todo mundo age?

Qual o problema em ser o que ninguém é?

Tinha muita dificuldade em dizer porque sempre era julgada.

Mas e daí que me julguem?

Nada disso muda quem sou?

Minha história quase ninguém conhece! E não tenho intenção de contar.

Tiro a roupa da minha vergonha e despido a minha alma.

Não por inteiro...

Há coisas que se devem guardar.




sábado, 6 de julho de 2013

Porto Seguro


Preciso de um porto seguro
Que receba meus medos e os converta em coragem
Preciso de um porto seguro
Que receba minhas tristezas e as transforme em sorrisos

Preciso de um porto seguro
Que receba meu silêncio e me ofereça braços acolhedor
Preciso de um porto seguro
Que entenda as minhas inseguranças e fortaleça meus passos

Preciso de um porto seguro
Que seja humano, carne e osso

Preciso de um porto seguro...

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não marcou a hora de chegada...


Ela não diz a hora em que vai chegar...
É tão tempestuosa a sua vinda que a surpresa que nos causa é arrebatadora.
Parecia mui pequena, distante
Mas lá estava ela...
Tão perto!

De repente faltou o chão pra pisar
O fôlego parecia ter evaporado
O medo tomou conta
A incerteza do amanhã já era hoje

Sua força parecia romper com a fragilidade
Sua crueldade parecia lançar fora toda a esperança
Mas o que parecia eternidade durou apenas algumas horas
E assim como não marcou a hora em que chegaria
Também se foi sem avisar

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A língua

Imagem: Google


Sou feliz pelos amigos que tenho.
Um deles sofre pelo meu descuido com o vernáculo.
Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática que eu não respeitava, e sobre a grafia correta dos vocábulos, que eu ignorava.
Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra.
Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em "varreção" - do verbo "varrer".
De fato, trata-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação.
Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que tem, no topo, a fotografia de uma "varroa" (sic!) (você não sabe o que é uma "varroa"?) para corrigir-me do meu erro.. E confesso: ele está certo.
O certo é "varrição" e não "varreção".
Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque nunca os vi falar de "varrição".
E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário com a "varroa" no topo. Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala "varreção" quando não "barreção".
O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio.
Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.
Texto: Rubem Alves
Livro: Ostra feliz não faz pérola


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Não deu...


"Os olhos tentam ninar a lágrima...
De tanto embalá-las
Caem!"