terça-feira, 30 de junho de 2009

Um toque antes do milagre!

Havia muito tempo que ele não sabia o que era receber um afago da esposa...
Ele nem conhecia mais o calor do abraço de seus filhos...
Pouco à pouco, foi perdendo tudo o que possuía sem ter culpa de nada, sem fazer por merecer.
Antigamente, quando ele acordava pra labutar, tomava café com sua família, os beijava com muito amor e saia porta afora pra ganhar seu pão de cada dia. Mas, nem sempre seria assim.
O sol brilhava de forma espectacular e o céu estava pintado de um azul inigualável; ele havia tomado café com sua família, atravessado o portão e ao pegar a sua enxada na lavoura, percebe que um de seus dedos não estão com sensibilidade... Naquele instante, não deu muita atenção, mas os dias foram passando e suas mãos já não sentiam mais nada...
Cada semana, uma surpresa o aguardava... uma dor apertava seu peito, sua esposa já estava desconfiada, seus filhos o olhavam com receio...
Não demorou muito e sua esposa o evitava, seus filhos fugiam com medo... ele estava com lepra.
Ninguém perdoa! Ninguém se aproxima!
Ele precisava sair de sua casa, sair da cidade... Viver como moribundo.
Seu grito de angústia era silencioso, suas lágrimas escorregavam pelas chagas que o tomava naquele instante. Ninguém mais ao seu lado estava... Só pedras e espinhos!
Os anos passaram... não tinha mais notícias da família. Com certeza, seus filhos já estavam se preparando pra ter suas próprias famílias. Quem sabe, sua esposa já estava com outro...
Que dor... Quanta angústia!
Quanta saudade do beijo da esposa e do seu carinho...
Quanta saudade de tocar na face de seus pequenos filhos e abraçá-los fortemente...
Só restava a saudade que caminhava de mãos dadas com a dor da perda cruel.
Ouve-se um múrmurio perto da cidade em que se isolava...
O "homem" está passando pela estrada. Seria ele a esperança da cura? Qual remédio ele oferecia ao moribundo?
Então, com muito medo da rejeição, medo de ser apedrejado, medo de ser ignorado, se aproxima lentamente, cabisbaixo e pede quase balbuciando:
-Se desejar, sei que podes me curar! - as lágrimas fugiram pelas chagas.
Não houve uma pronúncia até o momento, mas muito além do que ele esperava, pode sentir o calor de uma mão.
A mão daquele "homem" chegou antes de qualquer frase, o calor que o pobre não sentia à anos estava tocando sua pele, o afago da compaixão o tocou.
-Sim! Eu quero que sejas limpo! - o "homem" disse com um olhar de um amigo raro.
Imediatamente a pele ficou limpa, as chagas se foram. Ele, o ex-moribundo, começou a sentir suas mãos, a sensibilidade havia retornado...
Era um sonho? Ele realmente foi curado?...
Sem hesitar, agradeceu o "homem" com um forte abraço e correu pra seu lar.
Mas, depois de alguns passos, hesitou em continuar porque não sabia o que iria encontrar em seu doce lar. Como estaria sua esposa, seus filhos... seria possível reconhecê-los?
Não. Não podia deixar o medo do desconhecido dominá-lo, então correu como menino pelas ruas e ao se deparar com a casa, um choro gostoso transbordou. Sorria e chorava!
Bateu na porta e ao vê-la abrir, se deparou com sua amada que não disse nada, só pulou em seus braços e sussurrando dizia que jamais abandonaria o amor que ela havia cultivado.
Seus filhos já homens formados, paralisados diante da cena, deixam as lágrimas dançarem animadamente. O pai aproxima e com amor pede:
- Não furtem o abraço que aguardo durante todos esses anos.
Os meninos homens correm e o abraçam tão fortemente que o calor que há anos não sentia o faz suar de grande prazer.
Os anos podem passar, a rejeição, a angústia pode fazer parte da história que vivemos, mas nunca devemos abandonar a esperança e acreditar que o milagre pode acontecer. Deus nunca negou bem algum para àqueles que nEle espera!
Deus te abençoe!

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