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Ilustração: Antonio Mora |
Ela sorria e ninguém entendia
Sua face não tinha brilho
Mas o sorriso estava lá
Era seu rosto um esconderijo?
Ah! Pobre menina
Não enganava ninguém
Somente a si mesma
Quem não iria perceber as suas mãos trêmulas?
Não queria que ninguém soubesse da ferida que estava aberta
Não deixava que ninguém se aproximasse de sua dor
A felicidade é um pacote que carregamos todos os dias?
Não é a mochila que carregamos algumas cicatrizes que pode nos tornar mais humanos?
Ela não queria humanidade...
Ela queria ser o que não era, ter o que não podia e viver uma vida que não era sua.
Uma criança se aproxima carregando em suas mãos um pequeno espelho
Olha para ela com um sorriso verdadeiro e a convida para ver seu reflexo
Um susto!
A imagem que havia ali não podia ser dela...
Rugas, olhos cansados, lábios feridos, olheiras...
"Não! Não sou eu!" - gritou com a criança como se essa tivesse culpa.
A criança a fitou com amor num curto espaço de tempo que parecia ser uma eternidade
Seria a criança capaz de trazer as revelações e segredos que a pobre mulher tanto procurou esconder?
Enquanto a criança tomava seu rumo, lentamente... A mulher caiu no chão.
Aquela era a criança que ela tanto tentava se esconder
Era a dor que ela pensava não suportar carregar
Era a lapidação que ela tinha medo de enfrentar
Era a alegria que ela tinha medo de encontrar
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