segunda-feira, 15 de março de 2010

Escola de sentimentos...

Suas mãos estavam trêmulas diante do desafio que fizera à si mesma. Olhou a pequena multidão que a cercava, abriu delicadamente a folha que guardara em seu bolso e timidamente começou à dizer algumas palavras antes da leitura... A manhã de Carmem, uma senhora simples e sem muito estudo, foi algo que a marcou profundamente. Deixou morrer o seu passado e permitiu que o seu presente renascesse como uma criança que acabara de chegar ao mundo. À tarde, embriagada em seus pensamentos, pegou uma folha em branco e com as letras misturadas e palavras mal escritas, iniciava ali a sua primeira poesia. Sua simplicidade era a verdadeira marca da sua alma e sua sensibilidade uma fonte inesgotável de sentimentos e gratidão... Carmem leu a sua poesia... Carmem leu a sua alma sem medo de pronunciar erroneamente suas palavras, sem medo de pensar sobre o que pensariam dela ou como a julgariam. Carmem leu e a sua emoção e simplicidade me envolveram em lágrimas tímidas... A poesia era tão simples mas a verdade que continha ali era quase palpável. Dizem que poesia não é pra ser entendida e sim, sentida. Acho que vivi isso naquele pequeno momento da leitura, experimentei um prazer que raramente tenho a oportunidade de viver. Ao terminar a leitura, Carmem tinha em seus olhos um brilho inigualável e se sentiu como criança ao ver a pequena multidão a aplaudindo como se tivera acabado de ganhar um troféu. Ainda neste momento, me pego emocionada ao lembrar de Carmem. Me emociono porque a sua coragem, a sua simplicidade, a sua alma se derramaram em poesia e desaguaram na minha'lma. Abençoadas sejam todas as pessoas que ainda em sua simplicidade conseguem carregar tamanha sensibilidade pra abençoar aqueles que ainda tem muito à aprender... Eu sou uma dessas alunas.

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